quinta-feira, 19 de abril de 2012

Bem-haja Sr. Presidente...


 Bem-haja Sr. Presidente
Jaime Manuel Fernandes, Natural da Freguesia de Murçós, concelho de Macedo de Cavaleiros, candidatou-se, pela primeira vez à Presidência da Freguesia, em 1997. Foi eleito Democraticamente, e, a partir desta data, entregou-se de corpo e alma às tarefas árduas e ingratas impostas pela política do Poder Local.
Residia nestas datas, em Lisboa com os seus familiares onde exercia a profissão de funcionário Público no Hospital Militar. Contudo, guardava da terra onde nasceu, raízes profundas que o ligavam “como o cordão umbilical” às gentes, usos e costumes, deste lugar, considerado por ele, sagrado e único no Mundo. Aqui sentia-se como ” o peixe na água”, felicíssimo, aproveitando cada segundo passado na companhia dos seus queridos eleitores, mais considerados como amigos, quase irmãos…

Em 2001, novas eleições autárquicas. Voltou a candidatar-se, convidando-me para fazer parte da sua lista, preenchendo os primeiros lugares, aqueles que logicamente virão ocupar um cargo no executivo (junta) ou no deliberativo. (assembleia)
Começou aqui outro mandato, o segundo para ele como Presidente, o primeiro para mim como secretário do novo executivo.
Sem convicções politicas definidas, desempenhei um cargo de entreajuda e dedicação ao Sr. Presidente, assumindo funções conferidas, com rigor, honestidade e justiça, substituindo-o quando tal era possível, imposição da sua residência em Lisboa.
Caminhamos juntos ao longo de oito anos, dois mandatos, de 2001 a 2009. Na nossa empreitada, tivemos divergências, que ele sempre tentou colmatar sem entrar em conflitos agressivos, ou de outro género. Este grande homem, tem faculdades extraordinárias de apaziguamento, de auto controle emocional, empenhando-se no direito cívico e moral, dando excessivamente de si e do que era seu, lutando com armas inofensivas, prejudiciais à saúde e bolsa, mas, jamais, jamais vacilou em lamentações ou arrependimentos…dava sempre a outra face da cara a “quem lhe dava uma lambada” o apunhalou pelas costas, o difamou cruelmente, sem escrúpulos nem vergonha, o que se chama humanamente: Indignação.
Eu, posso e devo gritar bem alto: Bem-haja Sr. Presidente… foi para a Aldeia de Murçós, o que nunca ninguém foi e jamais será! Amar e lutar pelo que trazemos no coração, é orgulho que os ombros traidores e perversos não podem suportar…Um dia será julgado pela verdadeira justiça, e recompensado com o devido mérito…













refeição de adro, e sede Junta de Freguesia No seu primeiro mandato, o executivo, entregou-se com convicção e eficiência, a um projecto de grande envergadura financeira, o qual realizaram perfeitamente, em detrimento das numerosas e significativas contrariedades de ordem: financeira e administrativa.
A Aldeia estava carente de uma sede da Junta onde se pudesse exercer este cargo condignamente, e de uma moradia Paroquial, visto a já existente, ruir de velha, e sem o mínimo conforto. (Neste tempo, o Padre Delfim Batouxas, residia em Soutelo Mourisco, mas em tempos úteis, dormia aqui)
Homem determinado, convicto e com personalidade invejável, com a ajuda dos filhos da terra, e não só, edificou com sacrifícios e contrariedades, o prédio urbano, eficiente, do qual se orgulham os participantes, e os cobardes não se envergonham de utilizar como propriedade sua…
O valor desta obra, rondou os dezassete mil contos.
Neste mandato, foi também comprado um terreno que serviria um projecto de Lar para idosos, o qual já fazia parte do grande e decidido sonhador, para além dos arruamentos e parte do saneamento.

Alargamento da rua do casarão
cemitério e os seus corredores                            

Para os falsos testemunhos, passo a citar parte do que durante os nossos mandatos foi executado na Aldeia de Murçós:
Quatro Párocos passaram por cá durante os mandatos do Sr. Presidente. Assinaram parceria e colaboraram connosco, salvo o último, Padre Sérgio, sem personalidade, sem moral, e sem carácter social… apenas avareza. Único responsável pelo afundamento do lar de idosos, já depois da sua adjudicação, em fase de assinatura do contrato de construção, jamais lhe perdoarei tamanha traição.
Também os membros da fabriqueira, que funciona clandestinamente, têm a sua cota parte de responsabilidade… Esqueceram-se o quanto foi feito na Igreja e adro pela Junta de Freguesia durante o nosso mandato, 2001/2005?
Com o Padre Cruz, o Sr. Presidente da Junta iniciou as obras no telhado da Igreja, as quais foram comparticipadas pelos paroquianos com donativos calculados em 250euros por lar: muitos são os que não constam na lista…infelizmente sem vergonha.
Com telhado novo, chegou-se à conclusão, que também as paredes, solo, tetos, coro e altar-mor necessitavam de remodelação. Foram sondados os preços orçamentais, cujo valor excedeu os 50.000,00 euros pagos pela junta e Câmara.
Também o Adro foi totalmente refeito e alterado, muros com granitos, solo com paralelo pequeno, coluna de granito em mau estado, muro de suporte, reboque e pinturas exteriores da Igreja, escada em granito, luzes nocturnas de adorno à Igreja… custo total aproximadamente, 48.000,00. comparticipado pela Câmara.
Escoamento das águas pluviais: por volta dos 10.00,00. Calcetamento, refeição do largo, rua do nascente até ao cemitério, rua dos coelhos, várias travessas, acabamento do saneamento com novos condutores para suportar 11 kg de pressão, refeição de caminhos e estrada de Agrochão com gravilha. Manutenção da escola, casa Paroquial e sede da junta. Compra de casa velha para alargamento da rua. Compra do terreno e alargamento do cemitério, refeição e pintura, colocação e compra de paralelo pequeno para os passeios e central, com as devidas guias e trabalho por volta dos 32.00,00, não comparticipado

. Refeição da rua de Vale de Cavaleiro, com tapete de alcatrão de 7cm num comprimento de 2km 28.000,00.(não comparticipado) Alargamento e refeição das paredes deitadas abaixo, na rua do Casarão na ordem dos 20.00,00 (não comparticipado).. refeição dos muros deitados abaixo no alargamento da estrada de Agrochão 4.000,00, exploração de águas para consumo, furo 180m comparticipado, e drenagem em vale da cânle etc. etc. Vale de Cavaleiro, com tapete de alcatrão de 7cm num comprimento de 2km 28.000,00.(não comparticipado) Alargamento e refeição das paredes deitadas abaixo, na rua do Casarão na ordem dos 20.00,00 (não comparticipado).. refeição dos muros deitados abaixo no alargamento da estrada de Agrochão 4.000,00, exploração de águas para consumo, furo 180m comparticipado, e drenagem em vale da cânle etc. etc.

Rua de Vale-de-Cavaleiro

Por estes portões entraram tantos amigos e saíram traidores








A ingratidão, inveja e injustiça, faz das pessoas o que elas são hoje, perdendo por vezes o discernimento dos actos, com graves consequências futuras para as quais já chega tarde o remédio…o Presidente desta terra, só queria que vivessem em harmonia e confraternizassem uns com mos outros… é deveras crente, fez o que estava ao seu alcance por vós, só que ainda não pode fazer milagres!
Que o Divino Senhor vele pelas suas melhoras, para mim, para além de amigo será sempre o maior presidente do mundo Abração e até breve.







domingo, 15 de abril de 2012

A CASA DA VIÚVA

 A CASA DA “ VIÚVA”
É assim que toda a gente fala em Murçós. Não fazem referência exclusiva à vivenda daquela Senhora, cujo nome era, segundo informações recolhidas: Josefina, mas, que todos lhe ficaram a chamar a “viúva”. Tal como seu nome, herdara da alta sociedade, os bons princípios, valores e dons de bondade, caridade e outros adjetivos qualificativos, que lhe assentavam como: “luvas”. Seu património era talvez o maior da Aldeia, prédios rústicos e urbanos. Dezenas de pessoas trabalharam para esta Senhora, uns por devoção, outros por obrigação, todos recebendo as devidas e justas remunerações.
- Era uma Santa mulher! Cá havia duas assim, para com os pobres…
Confidenciou-me recentemente uma pessoa, a quem a vida nestes tempos, não acordara facilidades de sobrevivência.



 Suponho que esta família saboreasse a felicidade até ao dia em que a fatalidade lhe bateu á porta. Consta-me ter acontecido no mês de Junho nas décadas 1930. O Sr. Cidões, queixou-se do furto de uma certa soma de dinheiro que guardava na sua casa. Neste tempo, é bom salientar, a honestidade, honra e palavra tinham um valor significativo de vida ou de morte.
Suponho ter havido suspeições do autor do furto, mas para comprovar, o Sr. Cidões, mandou vir de Macedo as autoridades, e, num domingo, após a Eucaristia, ordenou à saída do adro, que se reunisse toda a população num curral próximo, a fim de serem revistados, e firmassem com as impressões digitais, pondo o dedo indicador numa folha de papel. Esta imposição provocou discórdias, indignação e ofensa, nesta gente honesta cuja honra era posta em causa, mas, quem não deve não teme, e o teste foi realizado sem sucesso, já que a dúvida prevaleceu, e o dinheiro roubado, a voar…
 O Sr. Paixão, (Sargento como lhe chamava o povo) era compadre do Sr. Cidões, este último padrinho de uma filha do primeiro. Trazia consigo, da tropa, onde fora Sargento, um comportamento disciplinar de rigor, e de justiça, pelo que não perdoou ao compadre a humilhação sofrida na inspeção, e, num dia de acarreja, assentado o Sr. Cidões sobre uma pedra, junto da eira, (largo frente à casa do Avelino) com o queixo encostado a uma espalhadoura, olhava do outro lado os obreiros a carregar de trigo ou centeio, os carros, enquanto esperava. Por detrás surgiu o Sargento, silencioso com um “sacho” na mão, desferiu o golpe fatal. Conduzido a Macedo, o Sr. Cidões acabou por falecer, e o Sargento preso e condenado a 15 anos de prisão.

Estes acontecimentos são hoje lamentáveis e sem moral. Não há dinheiro que pague uma vida…


A narração e o relato destes acontecimentos tem por exclusivo objectivo homenagear ama grande Senhora, personalidade da Aldeia, esperando não avivar na mente dos familiares um passado infeliz.
SE houver factos que não correspondam à verdade agradecia que me fossem comunicados para serem rectificados

terça-feira, 10 de abril de 2012

SÁBADO DE ALELUIA

 Sábado à tarde, começaram os preparativos para a grande fogueira de Sábado de aleluia. Os sinos repenicavam estrondosamente manobrados por todos os que desejavam esticar a corda que liga os instrumentos aos músicos, improvisados, visto as notas musicais serem de mera importância... não deixar os sinos parar comemorando a ressurreição de Jesus.
A lenha surgia de todos os lados, transportada por tractores, que a juventude, com a ajuda dos meios tecnológicos, os quais vieram facilitar as tarefas que outrora era carregada manualmente, e transportada por carroças puxadas pelos próprios jovens. É uma das grandes tradições que não se perdeu, em Murçós na qual todos se revêem de criança até à velhice.

Os curiosos apareceram numerosos e admirativos, orgulhosos, porque Murçós estava vivo, alegre, e por uma vez unido, convergindo as ideias no mesmo sentido. A noite aproximava-se lentamente, aparentando serenidade, enquanto os comentários enchiam de graça, animo, incentivo à confraternização partilhada mutuamente. O facto de ir dar umas badaladas, e permanecer de volta da fogueira durante uma hora, tinha o seu significado, aquele que não pode ser expresso, simplesmente vivido
 Foi dos anos, desde que eu aqui resido,que veio mais gente passar a Páscoa a Murçós. É impressionante, e ao mesmo tempo comovente, ver os filhos de Murçós, aqueles que a terra adoptou, e os que se integraram aos usos e costumes desta boa gente, voltar às centenas, mesmo sabendo que o abandono das aldeias é fenomenal...Jovens que nasceram nos quatro cantos do Mundo sentirem-se como o "peixe na água", aquele que vem uma vez quer sempre voltar, e tem grande prazer em passear por estas ruas tortas, mas, atraentes, acolhedoras.



Mãos à obra rapazes!!!



O largo mágico aguarda o acender da fogueira
 O baile decorria alegremente enquanto cá fora dezenas de pessoas rodeavam a fogueira. Liderado pelos mordomos do Menino Jesus, o bar funcionava com rentabilidade revertendo para acções benéficas. Agradecimentos para as meninas corajosas que não deixaram cair por terra  a dançaria...
 Eram tantas da noite, e também eu, excepcionalmente me deitei, era já dia
Dancem, bailem, cantem, porque a vida é curta
 O Bar improvisado...
 É Domingo de Páscoa. A Eucaristia foi celebrada às 14h. Seguiu-se a procissão em volta da Igreja, e de imediato seguiu a visita Pascal. Mais uma vez fiquei positivamente impressionado com a quantidade de pessoas que ocorreram à terra, às casas dos seus familiares, caminhando pelas ruas, de casa para casa, costume, de se juntarem todos os familiares e amigos, por consideração àquelas que eram visitados.
Noutros tempos e lugares, chamam-lhe: "tirar o folar"
As mesas preparavam-se para receber a bênção e beijar a cruz. Ornamentadas e recheadas ouviam o Padre dizer: Deus ressuscitou e entrou nesta casa, Aleluia, Aleluia, Aleluia!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

SEMANA SANTA EM MURÇÓS

Os poemas de páscoa que aqui apresentamos buscam a essência do que é a Páscoa, transmitem uma mensagem de amor, carinho, fé e esperança para todos aqueles que acreditam que a verdadeira páscoa pode nascer no coração dos homens de boa vontade.


POEMA DE PÁSCOA
Páscoa é libertação,
é amor e renovação
da fé, em Nosso Senhor.
Ele sua vida nos deu
Demonstrando seu imenso amor

Sim por nós Ele morreu
Mas na glória ressuscitou.
A mensagem que a Páscoa traz,
                                                  É de amor, alegria e esperança,
De que no mundo possa haver paz

Abramos o coração,
Páscoa é tempo de partilhar,
Tempo de doar, de fraternidade e comunhão
É tempo de amar,
e ao próximo estender a mão

Aleluia, Aleluia!
Cristo ressuscitou!
E entre nós, Ele ficou




A Primavera florida em Murçós

A natureza tem o dom de se alimentar, mesmo com pouca água

A beleza resplandece...
As flores são todas lindas, mesmo as que nascem no betão!

Este é um maravilhoso jardim de um morador em Murçós

Murçós e os seus belos cheiros...

Que o amor seja para sempre: perfeito

A beleza não gosta de cárcere