serviu para a sobremesa, e o vinho do porto para os aperitivos… porque o nosso jovem rancho, apesar de trabalhar, foram 60 sacas a baixo, brinca, canta, diverte-se com as “piadas” de hoje ou de outros tempos, onde a harmonia prevalecia sobre o cansaço, a união fazia a força, tanto para “derrubar” oliveiras”, como se diz lá para Ferreira, como para qualquer outro trabalho, que é o que não falta em Murçós, terra quente e fértil onde a faina cotidiana consequentemente, acabaram as castanhas começou a azeitona, a seguir vem as podas, sementeiras, arranca de batatas, vindimas e tudo o mais, desordenado no meu relato, e como se costuma dizer: - Há sempre que fazer, embora mal recompensado, pois a agricultura de pequeno “gabarito” onde o tradicional se sobrepõe ao modernismo mecanizado, devido ao terreno acidentado e às pequenas parcelas, anda pelas horas da amargura… quase é trabalhar
para aquecer… o esgotamento dos produtos fica-se por uma pequena cooperativa na sede do concelho, cujos preços baixos servem apenas e somente o interesse de quem lá trabalha e recebe um ordenado no final do mês… mas, voltando ao nosso rancho de azeitoneiros, e ao tempo maravilhoso de sol que se vive neste momento, é uma alegria saudável, para o corpo e espirito… as paisagens são de um esplendor primoroso… pelos campos ouvem-se máquinas manuais a roncar por todo o lado, e pessoas que nesta época invadem os campos carenciados de movimentos durante o resto do ano… boas merendas assadas e comidas na virgindade da natureza, mãe dos prazeres ópticos, e dos sabores biológicos, dos suores correntes ocultos por serras, vegetação que nos alimenta de oxigénio revitalizando o que outros tentam destruir com maldades mundanas, mentiras, falsidades, hipocrisia muita… vale a pena? Sim vale
mesmo a pena… tenham os citadinos todas as riquezas mundanas acessíveis e as comodidades confortáveis, que os arrastam para a avareza, que os incentivam ao isolamento de onde saem carregados de doenças psicológicas, e serão arrastados para uma cova como todos nós, e mais depressa que imaginamos… contam os mais idosos as belas histórias como se vivia antigamente nos locais rurais, e se divertiam depois do trabalho com meios restritos… é esta sanidade que dá alento aos persistentes que voltam de tempos, a tempos, ou definitivamente. Um pôr de sol como o que se vê nas fotos que servem a ornamentação só por terras puras… traçam no céu azul os aviões rotas que levam talvez ao progresso, mas os passageiros olham
para baixo e invejam-nos… os azeitoneiros, sujos e pequenos,
não os ouvem… esqueceram as impurezas mundanas para se concentrarem na luta
convencional entre as frutíferas árvores que retribuem em frutos os sacrifícios e
alguns euros gastos.
E o grupo ri e canta porque o trabalho se realizou, e
o sol baixa cada vez mais até se pôr… missão cumprida… fomos os últimos a sair
e os primeiros a voltar para casa… e a ginjinha que o Mesquita trouxe, produto artesanal
exclusivo seu, serve para brindar à força e união, assentados junto da casa do
Manuel, no repouso bem merecido, acabando com o resto do
pão-de-ló. Uma família como tantas outras… um trabalho como
tantos outros… mas… Uma harmonia inesquecível que nos presenteia com a
integridade coletiva. Na Segunda-Feira ´há mais, no melhor olival do mundo, o
do Vítor, onde não faltará boa merenda e outro pão-de-ló, que até pode ser
comido pela cadela Maguy como já aconteceu noutro ano com António Brás Ana, Ângela,
Filipe, Vítor, Mesquita, Manuel