segunda-feira, 22 de abril de 2019

Falecimentos


Esta página expressa oa seus sentidos pêsames aos familiares do Dr. Abel
Que a sua alma descansse em paz

Convivio

Cnvivio de Páscoa bateu mais uma vez todods os recordes previsto nas espactativas dos mordomos. Uma afluencia inexplicável que só vem reforçar os laços bem enrraizados dos oriundos deste lugar, e dos convidados que com eles trouxeram... digam lá o que quiserem, e façam o que lhes apetecer, mas, jamais conseguirão desenrraizar a gente de Murçós que demonstra aos que fazem olhos cegos, que foi e sempre será lider das terras circunvisinhas, populacionalmente e tradicionalmente. Veem como formigas de todo o lado respondendo presente aos eventos que lhes trazem as melhores recordações da infancia e
 adolescencia, Foi uma Páscoa excepcional! Desde há muitos anos que não via em Murçós tanta gente de todas as gerações... e que alegria para os que  aqui vivem permanentemente! A fogueira e a nossa bela Igreja resplandeciam, encontros e reencontros entre pessoas que não se viam havia muito tempo, isto pode chamar-se confraternização... Também um grande sentimento de tristeza horando os que há tão pouco tempo nos deixaram dramáticamente, o que torna esta Aldeia única. Bem-hajam. Não me alongo mais por respeito pelos familiares cujo luto bateu novamente à porta. Paz à sua alma






sábado, 20 de abril de 2019

SANTA PÀSCOA

CSPSL Murçós Deseja a todos os visitantes uma santa Páscoa com paz, carinho e amor, na companhia dos que lhe são mais queridos.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Adeus sentido

 Adeus sentido  por António Brás
Por muito que a pena me pese, entre os dedos trémulos, no vazio da escuridão, nas tormentas imensuráveis, e nas promessas vãs que se esvaneceram no ápice de um relâmpago, escrever-te-ei; no tronco de uma oliveira centenária, pelo caminho sinuoso onde deixaste traças gravadas no chão, nas paisagens que não tiveste tempo para admirar, nos lugares sagrados onde propagaste a tua imensa sabedoria, que connosco partilhaste na esplanada em noites tórridas de calor, ou molhadas e geladas dentro daquele lugar peculiar, que o mundo inteiro conhecia pelo teu nome; mas, a tua ausência pesa-nos tanto! O vento que outrora varria lamúrias, deixou de sarar feridas profundas, e nem o tempo consegue atenuar o sofrimento de quem sente profundamente a tua precoce partida, naquele dia fatídico, naquela hora que alguém programou sem consternação. Foste e serás eternamente o meu irmão aniversariante no dia consagrado a Camões, o grande, grande amigo, que juntos, na tua modesta casa, sempre à disposição de quem precisava, cozinhávamos o festim, o qual seria partilhado pelos numerosos amigos,
 no café do Reis, onde não faltava nada, amor, carinho e boa disposição por entre as compridas mesas da fraternidade. Eras um pilar onde toda a Aldeia se apoiava, sem jamais demostrares fragilidade. Um homem corajoso e serviçal, desinteressado, complacente, integro, e cheio de energia positiva. Muitos foram os que por ti choraram, numerosos os que padecem com a tua ausência… o outão perdeu a magia dos teus passos subindo as escadas duas a duas… fecharam-se as portas e as janelas daquela que foi a casa mais famosa de Murçós e a tua ausência torna-se insuportável. Já vezes sem fim, assentado na esplanada, ergui os olhos para a janela onde costumavas aparecer bisbilhotando o que se passava em baixo, esperando ver-te, e a tua imagem nublada, desaparece na expressão dos meus olhos molhados. Eras um ídolo, sobretudo para os nossos pequenos emigrantes, e, segundo alguns deles, agora já não vale a pena vir de férias ao Portugal do Reis! Como pode a pacatez de um ser simples manifestar tanta popularidade? Incomparável nas suas ideologias politicas ou religiosas, defendia com arbítrio as suas convicções diante de todas as classes sociais, sem pusilanimidade ou desvairo.
Escrever-te-ei sempre que as saudades me apertarem o coração, e as sequelas que a tua partida deixou, acompanhar-me-ão para sempre
Porque eras o meu grande, grande amigo.
Xau Pantin

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Os Batoteiros


O avô e o neto     por António Brás
Sendo a família próxima o tesouro mais precioso que temos nas nossas vidas, veio-me à inspiração uma história “fixe” como dizem os pequerruchos, com convicção, entusiasmo, e perspicácia, envolvendo os tempos idos e o presente.
O avô vivia na Aldeia desfrutando da sua tacanha reforma, opção feita havia vinte anos, depois de ter vivido 35 numa grande cidade, onde a escassez do diálogo se sentia, assim como o entorpecer dos membros musculares, incluindo a língua, como se sabe motivado pela desertificação. Mas tinha um neto, o Pedro, de sete anos de idade, irrequieto, inteligente e que prezava vir visitar o Avô sempre que se podia safar daquele apartamento onde se sentia encurralado. Entre os dois havia uma certa cumplicidade para as traquinices onde estivessem juntos, embalados pela adrenalina genética, pela euforia momentânea, que muitas vezes lhes trazia dissabores. Eram ambos fanáticos da teimosia e perder não constava no vocabulário de nenhum deles. O Pedro possuía uma panóplia alargada de carros, legos, armas plásticas e tutifruti, mas era sobretudo com a sua tablette, recebida de prenda de anos, que ele dava umas calcinhas ao Avô nos jogos de ação, imaginação, e mesmo educativos. Por sua vez, o Avô, de nome Alcino e nomeada “corrécio”, vingava-se nas tarefas do campo, com o trator, mas sobretudo com os animais domesticados que não permitiam tocar-lhe nos pontos fracos.
Nas férias da Páscoa os dois “lafraus”, juntaram-se por quinze dias na casa do Avô. Logo na 1ª noite, enquanto se fazia o jantar, o Pedro perguntou ao Avô se queria jogar a um jogo que acabara de baixar da net?
- Oi aqui há gato!? – Respondeu este desconfiado.
- Não há nada gatos nem cães… há hortaliça: feijões, morangos, ervilhas, melancias, cerejas… o que apanhar mais ganha um ovo kinder, tá?
- Olha la: tu não estás a querer dar-me a volta para me apanhares um euro?
- Não. Achas? Em primeiro jogo eu para tu veres e o que fizer mais pontos ganha. Tá’
- Tá, tá, tá-me a cheirar a esturro, mas bota lá.
O puto ágil e com bons reflexos, terminou o jogo enquanto o diabo esfrega um olho, não fosse o Avô captar as artimanhas, somou 2120 pontos.
- Bota cá o caçoulo, ou eu me engano ou isto está no papo…
- Que dizes Avô…?
- Nada. Estava só a falar com o meu anjo da guarda…
-Mas isso é batota!...
- Qual batota? Põe-me lá isso na jogatina…
O pobre alcino bem se esforçou, mas a pontuação ficou-se pelos 310.
- Perdi. Disse meio desolado…
O neto ria às gargalhadas. – Perdeste? Levas-te uma sova queres dizer?!
Depois do jantar foram ambos para a sala fazer um puzzle de uma série de quatro idênticos. Pedro deu algumas dicas ao avô, sublinhando que o boneco teria de ficar a mijar para o penico no local indicado e puseram-se ao trabalho. O tio Alcino dava voltas e mais voltas às peças, olhava de soslaio para o trabalho do neto, e já com pouca paciência abandonou dizendo:
- Está bem ganhaste. Amanhã teremos outros desafios escolhidos por mim…
O Pedro gostava dos desafios e quase não pregou olho meditando no que o avô teria na manga. Levantou-se cedo e foi bater à porta do quarto do Sr. Alcino.

- Que foi? – Responderam de dentro em voz mal-humorada – Será que não se pode descansar nesta casa?
- Sou eu… então não vamos ao desafio?

- Ó rapaz dos demónios tu levantas-te com as pitas?
O rapaz ficou a pensar no que o avô queria dizer , e, não entendendo, voltou a perguntar:
- Vamos avô ?
- Calma aí meu general que temos de encher antes a pança! Ó Camila prepara-nos uns ovos mexidos porque hoje temos batalha…
Tomaram o pequeno almoço copioso e dirigiram-se para o campo levando nas mãos recipientes em inox.
-Para que é isso avô
-Já vais ver meu neto, são as armas do desafio…
Chegados a uma herdade vedada onde pastava um rebanho de ovelhas pararam à entrada e o mestre falou:
-Aqui está… vamos mungir duas ovelhas o primeiro que encher o copo ganha a prenda surpresa que está em cima da mesa da sala… e para que saibas que sou bom jogador ainda te deixo escolher a peça…
- Assim não vale! Nunca me ensinaste como se fazia…
- Mas vou-te ensinar agora… metes a pata da ovelha nas tuas pernas para que não se mexa e depois com a mão direita apertas-lhe a mama, como estou a fazer, até encher o copo.
- Isso eu não consigo… esqueceste que ainda sou pequeno?!
- E eu achas que não sou velho demais para trabalhar com essa mexordia de comutadores? Nem sequer me perguntaste se sabia…
O rapaz ficou triste e abraçando o avô disse meiguinho:
- Oh avô! Desculpa, eu pensava que estava a brincar com um colega da minha escola…
E o Sr. Alcino emocionado levantou o neto, beijou-o ternamente dizendo:
- És o melhor neto do mundo…



sábado, 6 de abril de 2019

Destinos e Destinados

 Destinos e Destinados por António Brás (ficção)
Os acontecimentos desenvolvidos entre os protagonistas desta história tornaram-se num labirinto de ações descoordenadas, simétricas, desdenhadas contextualmente, vivendo no seu habitat, com relativamente poucas informações sobre o essencial onde duas mulheres e um homem não podiam lograr, pelas razões óbvias de que o leitor tem conhecimento, avaliando e julgando segundo as próprias opiniões. Há ainda muito para contar…
Fernanda continuava distante, triste, e ia já no seu quinto mês de gravidez, quando ao sair do seu quarto, ouviu, sem querer, uma conversa entre o detetive privado, contratado pelo Doutro, e o próprio que surpreendentemente, relatava os fatos de A a Z entre Carlos e as outras duas mulheres que passaram pela sua vida, enquanto ela continuava escondida, envergonhada e desprezada pela sua família que tanto amava. Desatou a chorar com tanto desespero que os dois homens conversando em baixo no salão ficaram surpreendidos, melingrados, e revoltados pela falta de prudência, ao terem uma conversa que supostamente era confidencial e revelou à moça toda a verdade fazendo-a sofrer ainda mais. O médico subiu as escadas rapidamente, entrou no quarto da rapariga, e abraçou-a ternamente, pedindo-lhe que o perdoasse pela imprudência, e que por amor de deus se acalmasse, porque o bebé teria um pai quando nascesse, e ela um marido se tal fosse o seu desejo. Fernanda tinha imensa estima e carinho pelo médico, mas apanhada de surpresa, apenas consegui balbuciar: - Como…
- Ouviste bem…tens na tua frente um velho que o destino quis que um dia negro das nossas vidas nos cruzássemos, e juntos sofrêssemos as adversidades impostas pelo destino, e superássemos com garra e esperança. Merecias um marido que tivesse mais ou menos a tua idade, que te amasse e te fizesse feliz, eu, apenas te poderei dar conforto, carinho e outros fragmentos da felicidade, mas, prometo, serei um bom marido, e um pai presente na construção da educação do nosso filho, se tal consentires?
Fernanda ficou atônita, hirta diante daquele homem tão bom e generoso, que já lhe tinha salvado a vida e agora abdicava das guloseimas que a vida lhe podia oferecer para se dedicar a uma mulher muito mais nova que ele e a um filho que sabia ser de outro… Este homem é um Santo – murmurava para consigo sem conseguir responder concretamente à proposta no ar. Abraçou-o e aí pode chorar um misto de lágrimas de felicidade e amargura porque assim tinha sido traçado o seu destino.