quinta-feira, 31 de março de 2022

Serviços de "titans"

SNS»por António Braz O nosso serviço Nacional de Saúde simula perfeitamente o que na realidade é. A consideração argumentada por “merchandising” expandindo a toda a corporação vigente incluindo administrativos, prestadores de serviços, do mais baixo ao mais alto cargo, é pura ficção, porque em Portugal não há profissionais competentes com capacidades justas e eficazes, se não for a troco de qualquer coisa, amizades e por aí fora. Para a maioria dos supostos convictos, aparecem casos isolados aqui e acolá, mas, aqueles que são realmente profissionais merecem o apreço, a fidelidade e as elogiosas felicitações, pelo esforço dedicação em troca de uns “trocos” porque os salários apenas lhes permitem de ir passar férias para a madeira Bahamas e outros paraísos afrodisíacos. Lamentável! Aconteceu-me numa noite destas por volta das duas horas da manhã, tendo já passado quatro ou cinco dias sem conseguir ir ao quarto de banho, mesmo utilizando medicação, até a um pequeno cristel, fui obrigado a chamar o 112 para me levar às urgências de Macedo de Cavaleiros. Pobres transportes? Aquele que não está doente, fica no percurso, pois nem no terceiro Mundo se circula com tanto ruido de latas, rodagem e comodidade inexistente. Depois de passar pela triagem onde a enfermeira de serviço me pergunta o que se passa. – O mesmo de sempre respondi. Expliquei o caso. Momentos depois fui chamado por um fedelho com estatuto de médica que em vez de me perguntar o que se passava comigo, dirige-se a mim com altivez na voz e no ato, perguntando: - o que está aqui a fazer às duas da manhã, sabendo que tem obstipação? -Desculpe, vinha ao talho, mas como estava fechado dirigi-me para onde cintilava uma luz… - Engraçadinho! - Perguntei: a Sra. É médica, e suponho estar de serviço numa urgência, certo? Diz bem serviço de urgência… que não engloba pacientes não urgentes. - Acha que me desloquei aqui para vê-la e conversar das vidas alheias. - Mas Sr. você só tem obstipação. _ pois não consigo “cagar” e é bastante desagradável… Finalmente enviou uma enfermeira para me administrar uma injeção, e só depois de espetar uma dezena de vezes a agulha e não encontrar a veia, eu disse que tentasse no lugar onde eram visíveis. Seguidamente leva-me para um aposento a fim de me administrar um cristel para bebés. Como tenho hemorroidas interiores a enfermeira tentou forçar o que contestei, tentou uma duas três vezes e como o líquido não saía, deu por terminada a ação pensando que eu era ingénuo e ficava por ali. Esperei 15 minutos e como não ia ao quarto de banho, chegou a fedelha da médica e baixinho tentavam compreender, e eu interferi dizendo. - O cristel não foi injetado. Ferida na sua autoritária sabedoria, pergunta-me em alta vos: O Sr. quer o meu lugar? Não mas agradecia que fossem profissionais porque se estão aqui a esta hora é a ganhar dinheiro que eu ajudo a pagar, pelo que se não estão bem, há falta de agricultores aproveitem a dica. Finalmente foi-me injetado outro produto que fez algum efeito, recebi a prescrição, e dirigi-me para a saída pedindo ao segurança amável que me chamasse um táxi para voltar para casa. Antes contactamos com a farmácia de serviço, dizendo que estaríamos no edifício dentro de cinco ou dez minutos. Mas a farmacêutico também estava de “mala leche” porque com certeza preferia ressonar ao lado da esposa, mas que as “perras” não faltem no fim do mês… ei o nosso serviço de saúde.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Um ninho para sempre

A cama dos pais tem um íman e cá para mim (ninguém me convence do contrário) tem uma magia soporífera, um misterioso pó de amor impregnado nas almofadas, que faz com que os filhos adormeçam imediatamente e que o pior dos pesadelos, o mais trepidante terror noturno, fuja a sete pés. Na cama dos pais, o último refúgio dos medos, a paz é absoluta e total. Ali chegam, levados por pais extenuados e vencidos, ou pelo seu próprio pé, transpirados e assustados, passarinhos a voar de noite aos encontrões pelos corredores da casa, até chegarem ao lugar dos lugares. Dois colos com lençóis macios e o cheiro dos progenitores. Caem que nem tordos a dormir, apaziguados. Os pais fingem que se importam, na manhã seguinte: "Lá foste tu para a nossa cama! Quando é que aprendes a ultrapassar os medos e a dormir sozinho? Tens de crescer.", mas nem olham muito nos olhos dos filhos quando dizem estas coisas, com medo de que eles descubram que naquele breve regresso ao ninho, ao berço inicial, os pais se enchem de amor e ternura e também eles se confortam nas suas inquietações. Um pescoço morno. Uma mãozinha gorducha no nosso cabelo. Um pé de regresso à costela da mãe. A respiração tranquila na fronha partilhada. O desejo secreto de que o ninho fique assim para sempre. E que a manhã demore muito a chegar. Que o misterioso pó de amor das almofadas preserve para sempre estas excursões noturnas de mimo que não são mais do que um inteligente prenúncio, de uma saudade imensa, dos melhores dias desta vida. - Rita Ferro Rodrigues

Carolina

A Saia da Carolina Carochinha A saia da Carolina Tem um lagarto pintado A saia da Carolina Tem um lagarto pintado Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem Tem cuidado ó Carolina Que o lagarto dá ao rabo Tem cuidado ó Carolina Que o lagarto dá ao rabo Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem A saia da Carolina Tem uma barra encarnada Tem cuidado ó Carolina Não fique a saia rasgada Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem A saia da Carolina Foi lavada com sabão Tem cuidado, ó Carolina Não lhes deixes por a mão Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem Sim Carolina ó - i - ó - ai Sim Carolina ó - ai meu bem Fonte: Musixmatch Compositores: Carlos Nazir Jadaugy Feedback

terça-feira, 22 de março de 2022

De que são feitos os homens?

"É como se a dor dessa criança perdida na guerra, ao lado do corpo da mãe, ultrapassasse a rede social, a imagem cruza a tela do celular e atinge o peito da gente! Enquanto uns brigam por dinheiro, morrem por disputa de terra, se rasgam por mesquinharias, outros só pedem pra se manter vivo, para poder voltar para casa, para ter um colo de mãe, um prato de comida", comenta-se num dos posts que partilham a imagem em causa no Facebook. Uma estátua com o mundo aos seus pés… por António Braz Espelho meu: diz-me quem é o ser humano mais cruel, que uma mãe pariu e se refugiou na cobardia, no desprezo e na força que dignos cidadãos construíram, inocentes, forçados sem saber que a finalidade seria a destruição, o genocídio de crianças aos milhares, de mães que agonizam nas lágrimas derramadas, de pais enterrados em trincheiras, nas suas terras onde eram tão felizes e um mafarrico, com o poder de um botão ao lado do dedo, vai sem que ninguém ouse parar a sua loucura, as ameaças, as mentiras,, a falsidade e o ombro amigo de mais dois ou três países, onde os pobres se acomodam com migalhas trabalhando para os que esbanjam o suor dos outros sem remorsos, com a certeza de que o mundo lhes pertence e o resto é lixo. Sei que também morrerão um dia deixando cá tudo, mas não restringe a minha revolta, este asco que trago comigo, a indignação e a impotência que me mantém cativo que as cadeias televisivas difundem permanentemente com palavreado barato tal como nas reuniões daqueles que se dizem poderosos e que não passam de “pantins” que metem o rabo entre as pernas, e ladram, ladram como caniches enquanto a caravana passa. Sei perfeitamente que está em jogo eminente uma guerra química, nuclear a grande escala, porém, com as novas tecnologias há maneira de dar a comer remédio dos ratos a esse suíno, caso contrário não se contentará do isco que sabe ter nas mãos, porque os ratos querem sempre mais. Se um dia pudessem medir forças com armas iguais, tenho a certeza que a sua cobardia o mantinha desconectado. Lamento imenso que um mafarrico lhe dê na tola, sem razões aparentes, de invadir, destruir, e matar como um carniceiro sem servo nem coração. Para os mártires vai a minha sincera consideração juntamente com Lamúriapenapesartamentação

domingo, 20 de março de 2022

Lembranças

A casa do bonheur… por António Braz Tinham acabado de chegar, vindos de Penhas Juntas onde o Pe. João da Trindade Alves exerceu a sua profissão durante algum tempo. Em Rebordainhos o tio Ernesto dava por terminada a construção de uma casa enorme, com sete quarta sala de jantar, sala de visitas, onde um cão de caça permaneceu 30 dias sem comer nem beber, e sobreviveu! - que só mais tarde a do Sr. Herculano vindo da guiné Francesa a superaria em dimensões. Com as suas economias na tasca que possuía, e a astucia de homem de negócios, amontoou dinheiro, e não era dos de perdoar dividas, antes pelo contrário, os fiadores pagavam. Nestes tempos a D. Denérida que exercia a profissão de professora primária na freguesia de Espadanedo, sentia bastantes dificuldades para se encontrar com o marido, embora a distancia não fosse exagerada, mas era a pés que percorria estes 15Km , Chovesse nevasse ou com um vento de travessia que quase cortava as orelhas. Acompanhada por uma rapariga bonita de nome Aldina, mais tarde era eu montado num cavalo, quem levava os alimentos, - que era como familiar e mais tarde, quando a Angelina veio com o Sr. P.e assim como a Luzia , criada desenvolta e pau para toda a colher, ficava semanas inteiras instalada na casa grande juntamente com a Palmira dos Pereiros, para lavar, esfregar, cozinhar, apanhar castanhas, fazer o folar da Páscoa e tratar dos animais, porcos patos galinhas e até pombas, no lugar da tempa. A tia Irene também esteve algum tempo ao seu serviço, embora não fosse do tempo em que fui chamado para integrar aquela família bondosa e carinhosa como não devia existir igual no mundo inteiro. Pouco tempo depois o Sr. Ernesto faleceu e quem tomou as rédeas do império foi o Pe. Trindade juntamente com a mãe Sr,a Virgínia, Santa mulher que caminhava para os 90 anos. Tinham um caseiro de nome Bernardino, homem rude e de mau caráter que batia na mulher Isaura por tudo e por nada, e uns quantos filhos dos quais apenas me recordo do nome da mais Velha Denérida, creio ser afilhada da professora e da irmã Filomena a minha segunda namorada de pouca duração, porque tempos depois abalaram todos para França para os lados de Gijon. Deixou-me uma fotografia sua, que guardei durante muitos anos, mas acabou por sumir como a namorada que jamais tive notícias. Quando estes caseiros deixaram, fico o tio Artur Alves, familiar afastado entregue aos haveres e trabalhos a executar. Esta família possuía outro casal familiar em Vidoedo onde o tio Manuel e a Sra. “sacoias” nativa de Gondesende e os três filhos já lafraus trabalhavam permanentemente. O Dionisio era o mais velho, seguido do Armando e do Orlando que tinha um ou dois anos mais que eu e de quem me tornei amigo, e mais tarde me estendeu a mão em Paris para entrar na Citroen. Voltamo-nos a ver numa estação de táxis que por coincidência também eles exerciam essa profissão. O Armando era o pastor, pessoa tímida, mas aprazível. Tinha o Pe. Trindade uma vinha e várias parreiras de onde extraiam um trator cheio de uvas. Para as vindimas só eram convidados familiares e amigos próximos. Possuíam também uma em Vale de Nogueira, já próximo de Salsas onde o Bagueixe e o Artur aprenderam a podar, enxertar, abrir e fechar nos seus tempos, esta resultou de uma dívida que não foi paga ao tio Ernesto. Quando o trator entrava em Rebordainhos juntava-se logo uma procissão de gente não para abençoar, mas para tirar e comer que estas iguarias eram raras na terra. Ninguém os proibia a mando da tia Virgínia porque o Pe. Era mais unhas, e astucioso! Sempre quis que a Angelina se confessasse a ele para cusculhar os nossos numerosos flirts, mas eu sempre lhe disse para se confessar ao Pe. Pires, mas de nada serviu porque o segredo da confissão entre eles, quando na sala de visitas e o ambiente aquecia, com boas comidas e uns copitos à mistura, ali era um autêntico “solheiro” gabando-se das conquistas mais fanfarrãs que jamais ouvi, incluindo o adultério, colado á fechadura, não perdia uma. Esta foi uma das rasões que me impediram de ingressar no seminário, e carregar nos ombros a responsabilidade de ser padre que hoje não julgo nem condeno. Fui substituído com 16 anos pelo meu irmão Henrique que também teve as suas aventuras, e depois pelo Armindo pais, já quando as duas mulheres mais bondosas do mundo só obedeciam às exigências do Pe., Trindade.

sábado, 19 de março de 2022

Danças tradicionais de Trás-os-Montes

Danças tradicionais de Trás-os-Montes: Divulgação de algumas danças tradicionais de Trás-os-Montes, muito antigas, particularmente a Murinheira, com apresentação de pauta musical.

Pauliteiros de Miranda

A “Dança dos Paulitos” Constitui, sem dúvida, uma das mais castiças expressões do nosso folclore, a “dança dos paulitos“, que, nos recatados confins de Terras de Miranda do Douro, é ainda executada pelos naturais no festival a Nossa Senhora do Naso e em outros, sem que as investidas da civilização a tenham conseguido derrubar ou subverter, descaracterizando-a. Este divertimento é duma antiguidade quási imemorial, pois já no século XV se exibia nas festas do “Corpus Christi“. Os actores do bailado – em número de 16, na dança completa, ou de 8, na meia dança – manejam com agilidade uns pequenos bastões com cerca de 35 centímetros, “palotes” ou “paulito“, com os quais marcam o compasso, batendo com eles reciprocamente. Os dançantes, “peões” e “guias” em mangas de camisa, tendo nas costas, ao pendurão, lenços floridos de seda, dançam numa exaltação febril, saltitando, volteando, cruzando-se e contorcionando-se com simplória graça, num estilo que perturba e entontece, ao mesmo tempo que os bastões se entrechocam ritmicamente. Durante as evoluções coreográficas, usam uns fantasiosos vestuários regionais, apropriados para este divertimento e característicos pela orgia policrómica e terna complexidade.

domingo, 13 de março de 2022

Destinos e destinados

Carlos foi salvo de atropelamento pelo sangue dos seus erros passado, nenhum deles sabe que são pai e filh

Dia de sorte

Dia de sorte USA por António Braz O tempo foi passando, com altos e baixos para Francisco. Por vezes sentia uma grande frustração por não ter nascido como os outros rapazes com indignação à mistura e também cobardia por teimar em não querer assumir o que era realmente. Aquele viver de vagabundagem aparente nutria sentimentos de revolta e de ira. Apesar de no trabalho ser aquele homem responsável e astuto, ao ponto de ser nomeado diretor do serviço onde trabalhavam centenas de pessoas, nada poderia completar o que lhe faltava para ser feliz. Amigos estavam fora das suas pretensões, tinha algumas amigas mulheres com quem saía para beber um copo, porém, algumas delas queriam mais que isso, passando a riscá-las na sua agenda de contatos. Vivia já na sua nova casa, simples, mas confortável com um pequeno jardim que lhe ocupava grande parte dos fins de semana. Tinha também um cão de raça da Alasca que lhe chamava Luky, com quem brincava como um doido carente de afeto, e um gato amarelo com pequenas listas brancas, que batizou de fuscas. Foi morar para longe dos Miller por razões de segurança e consciência. Não desejava por nada do mundo perturbar aquela família à qual deveria gratidão até morrer. Um episódio lamentável tinha abrevado a sua partida mesmo sentindo-se na sua própria casa…. Aconteceu numa tarde depois do trabalho, quando regressou e se dirigiu para o seu quarto, retirando as roupas para tomar um duche de água quente. O Sr. Miller e a filha tinham saído para visitar a multinacional onde a filha tinha depositado o currículo e requerido emprego na sua área. Voltariam tarde e a esposa julgou ser o momento ideal para apertar com Francisco. Entrou no seu quarto descalça, com jeitinho fez rodar o trinque, e sentindo a água a correr no duche, não exitou em retirar todas as roupas, e já nua entrou na cabine onde o rapaz se banhava, apanhando-o de surpresa agarrou-o pelas partes genitais, com uma risada de feiticeira, enquanto dizia: - Desta vez não me escapas, malandro que não vez onde o fogo arde? Já frente a frente tentou beijá-lo na boca, mas o rapaz sacudiu-a com uma das mãos tentando chamá-la á razão…porém a malvada que o tinha preso pelas partes fracas, sugeriu que não tentasse nada, caso contrário arrancava-lhe com as próprias unhas o que tinha bem seguro com as duas mãos. Francisco sentiu-se o mais pequenino dos seres humanos. Pela segunda vez era vítima de violação por uma mulher cujo marido e filha não mereciam tamanha traição. Como sair deste impasse sem magoar e sair magoado? Pensou haver só uma maneira de resolver o problema, mas para tal teria de usar qualquer artimanha. Com calma e doçura na voz propôs que se secassem e fossem para o leito mais confortável. A Sr.a Miller não podia perder aquela oportunidade, fossem ou não graves as consequências. – É agora meu querido, não precisamos de conforto nenhum. Está bem retorquiu o rapaz. Nesse caso tem de me largar porque assim não vamos a lado nenhum… - Para fugires como sempre? Nada disso, mas como quer fazer amor com uma coisa morta? Mas a mulher não desistia. – Não preciso de penetração, os teus beijos e afagos bastam-me. – Não sabe o que perde podia ter tudo pelo mesmo preço? A mulher refletiu uns segundos e começou por largar uma das mãos, dizendo. – Seja, mas se tentares alguma coisa mato-te e depois mato-me eu. Assustado o rapaz já não sabia se deveria pôr em prática o plano que lhe tinha surgido. Por fim, quando sentiu que ela o tinha largado, passou-lhe um braço pelo pescoço dizendo: Agora sou eu que manobro. Em primeiro lugar agarre aquela toalha limpe-se e cubra-se sem tentar o que quer que seja, caso contrário chamo a polícia… - Ingrato Cobriu-se também com um robe de quarto e vestiu-se. Agora temos duas soluções: esperar o seu marido e contar-lhe o acontecido ou fingir que nada aconteceu para não magoar os seus familiares, mas para tal terei de a fechar no seu quarto até que eles cheguem. Arranjarei uma explicação e hoje mesmo parto desta casa. Para seu interesse não se ponha a inventar coisas que não acontecera, nem hoje nem nunca

sábado, 5 de março de 2022

A tua vez chegará

Uma velhinha caminhava e em cada passo tropeçava, caía no chão magoada, sem alento ainda tentava, erguer-se, mas já não conseguia e gritava numa voz abafada, pedia socorro mas ninguém passava para ajudá-la, rezava mas nem santos nem anjos nem nada, um cão que por ali passava, lambeu-lhe as feridas, com carinho e amor, ao ponto de já quase não sentir a dor, e quando o sangue deixou de brotar, estende as duas patas para a ajudar a levantar, e quando a idosa o quis afagar, fugiu para longe de rabo a abanar. Voltou para a sua humilde casinha, para uma mala arrumar, com meia dúzia de trapos que teria de levar, deixando para trás tantas lágrimas derramadas, fotos na parede que já não vislumbrava, de um marido que havia tempos a tinha deixado, de filhos que amamentou, e o pão que da boca retirou, para saciar a fome daqueles que tanto amou. Eram seus filhos, paridos em noites medonhas e frias, e no grande silêncio aos seus seios encostou. Lutou tanto para nada lhes faltar! Ensinou-lhes os trilhos mundanos, e eles foram crescendo, até o ninho deixar. Casaram com as mulheres que escolheram, e nunca mais lhe chamaram Mãe. Ás escondidas passavam por sua casinha, mas, sem tempo para lhe dedicar, nem para as mãos aquecer, esperavam-nos filhos e cônjuges, não se podiam atardar. A escaleira já não podia subir com alimentos ou lenha para a fogueira. Ninguém vinha visitá-la. Com a sua pequena reforma pagava os medicamentos, e sobejava tão pouco! Tinha netos que ignoravam a sua existência. Filhos obedecendo ás exigências das esposas frias e sem coração. Hoje vai abandonar a sua terra, a casinha e as pessoas que conhecia desde há muitos anos. Leva consigo a vontade de morrer o mais depressa possível, para não ter de sofrer com saudades daqueles que deixaram de ser seus filhos e netos. Não venham fingir chorar a minha morte, porque em vida fostes simplesmente estrangeiros, já não tenho ninguém! Porque devo permanecer num lugar que nunca foi meu?

sexta-feira, 4 de março de 2022

A extensão dos rios portugueses, para quem tem dúvidas

Qual delas a mais linda?

Para quem sonha atingir as nuvens o Pico Ruivo pode bem ser o local certo. Esta deslumbrante montanha da Madeira é o ponto mais alto da ilha (1861 metros) e a paisagem não deixa enganar. Para mergulhar na natureza nada melhor do que fazer o Trilho da Achada do Teixeira, até ao Pico Ruivo. Este é um percurso bastante acessível que dura em média 1h30. Deixe-se encantar!
A Serra da Freita ainda não anda nas bocas de todos os portugueses, mas a verdade é que é um local mágico e que pouco a pouco começa a derreter corações. As razões estão à vista: o verde vibrante, as quedas de água – nomeadamente a Frecha da Mizarela que é uma das maiores quedas de água da Europa – e as aldeias típicas que se podem encontrar pelo caminho. Por último, conta também com os famoso Passadiços do Paiva que vieram dar uma nova energia a esta serra mágica.
Escondida dos holofotes, a Serra do Caramulo conserva a qualidade das suas águas e do seu ar para quem se quer refugiar num paraíso natural. A serra está povoada por aldeias com casas e espigueiros em granito típicos desta região, o que lhe dá um charme muito próprio. Por fim, deixe-se envolver pela natureza através da realização de um trilho, como por exemplo o do Caramulinho, que conta com 8,2km e belas paisagens.
Bem-vindo à segunda maior elevação de Portugal: a magnífica Serra do Gerês. Esta é parte integrante do Parque Natural da Peneda-Gerês, considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera e um dos maiores monumentos de beleza natural de Portugal. Desde termas, cascatas que caem pelas encostas, miradouros de cortar a respiração, trilhos cravados na natureza, o Gerês tem um pouco de tudo e para qualquer altura do ano.
Não há união mais perfeita entre o verde luxuriante o azul celeste que a que tem lugar na Serra da Arrábida. É muito fácil perder-se pelo encanto desta pérola do Sado. No entanto, além da sua beleza inegável e tantas praias lindíssimas (Galapinhos, Portinho da Arrábida, Coelhos, Figueirinha), a Serra da Arrábida (e o Parque Natural da Arrábida) conta com mais atributos que muitas pessoas ainda desconhecem. Falamos de um convento construído no século XVI, 1.400 espécies vegetais que correspondem a 40% da flora portuguesa e 213 espécies de vertebrados. Para descobrir e encantar-se.
Do ponto mais alto do continente, lá do topo, chega-nos a maravilhosa Serra da Estrela. Mais conhecida pela sua neve que cobre de branco a serra e enche de sorrisos várias famílias, a Serra da Estrela tem opções para outras alturas do ano. E todas elas fantásticas. Aldeias históricas, castelos, lagos, glaciares e, claro, o incontornável Queijo da Serra.