quinta-feira, 31 de maio de 2012

O AMARO...(ficção)

O MUNDO RURAL
                                                                                                                                                                 

                                                                                                                                      
                                                                           1ª parte

À minha lembrança, surge frequentemente a imagem de um garoto cativante, através do olhar, tristonho, piedoso, que lançava, quando passava, agarrado a uma vara de castanho, descascada pelo fogo, seca, para se tornar mais rígida, obra sua, suponho, coberto até ás orelhas, com um casaco refeito com remendos, de farrapos vindos de outras peças de roupa, provavelmente inutilizadas, tentando abrigar-se, do vento gelado vindo do Nascente, e dispersar algumas gotas de chuva, de tempos a tempos mais moderada, encharcando-lhe os pés, metidos em sapatilhas velhas e rotas; até a cabeça, mesmo coberta com um boné, usado, escorregando-lhe dos cabelos, pela face angélica, fina, e para o torrado, herança de um pai que perdera miúdo. Doenças que surgem sem se saber como, não escolhendo idades, nem posições sociais, mas afectando muito mais, financeiramente, pessoas de baixos rendimentos, dependentes do chefe de família, inclusive os filhos, numerosos e jovens, e a mãe, cuja responsabilidade, tanto na educação como na nutrição, lhe recai sobre os ombros, um peso atroz, longo e permanente. Atrás de duas vaquitas, magricelas, ou de uma dezena de cabras, adquiridas com muita labuta e sacrifícios, privando-se com toda a certeza, de tantas coisas boas e lindas, inclusive da alimentação, cujo ementa costumava ser um caldo de couves e um naco de pão, dividido em porções pouco abastadas; movimentava-se com uma lentidão desconcertante, sério sem contemplações, se às vezes se cruzava com alguém, baixava os olhos ao chão, tornava as horas numa voz estranha, e, lá seguia o seu caminho; parava por uns segundos junto do café, por baixo das grandes janelas de correr, que davam para a rua, e serviam de miradouro aos visitantes menos atarefados, esperando colegas da cor, para bater uma sueca, simples divertimento, mas, com os tempos que correm, uma bebida de borla, era sempre bem-vinda; gritavam e davam gargalhadas, que deixavam o Amaro apático, pensativo, revoltado pelo facto de não poder permanecer ali, junto aos de mais. - Malditas vacas… pensava, desatando a correr, porque elas havia já minutos, tinham abalado, não fossem dar cabo de qualquer coisa, e ter de se haver com os donos mais a mãe, bastante rigorosa e respeitadora das propriedades alheias.





 Vezes sem fim, vi através dos vidros desse café o Amaro repetir os mesmos gestos… adivinhava já a hora da sua passagem, ou seria que aguardava impaciente, que passa-se, talvez por sentir o que lhe ia na alma, havendo tido um viver idêntico, quando tinha a sua idade… por curiosidade, sensível àquele olhar, não sei se piedoso ou revoltado, que lançava para cima, impotente por não poder fazer o que quer que fosse: - Ainda te faltam alguns anos, mas tenho a certeza, de que um dia voarás com as tuas próprias asas! … Quedava-me pensativo, perguntando-me: - Que teria sido de mim se me tivessem cortado os voadores, nos anos antecedentes á minha partida para o estrangeiro?...
De volta a casa, depois do tocar das trindades, já noite escura, ensopado, esforçando-se para levantar os pés, que o solo atraía ou a água no interior, impedia os movimentos; após ter encerrado os animais, dirigia-se para o local onde residia, pouco ou nada confortável… empurrava a porta com um pé, indo instalar-se num “escano” na cozinha, junto da lareira, onde dois pedaços de carvalho, ainda verde, teimavam em não querer arder, parecendo ignorar a persistência, da irmã, que “afolava”, com um grande e velho fole, herdado provavelmente dos avós, com todas as suas forças, sem obter o resultado esperado. Pelas telhas velhas, algumas delas partidas, escapava-se grande quantidade de fumo, vestígios de uma chaminé em ruínas, também provocado pelo vento de travessia e demais buracos que não faltavam. Quando voltavam todos para casa, na hora da ceia, o diálogo era sempre o mesmo.


– Toca a lançar o caldo, meninos, antes que arrefeça.O Amaro disfarçava, a careta que fazia, voltando-se para a parede, mas no fundo, sabia perfeitamente, de nada servir. Dias melhores virão, garotos, - dizia optimista a mãe, que lia na alma de cada um dos seis filhos, o infortúnio do peso que um dia lhe caíra sobre os ombros, -  e vereis que para a festa, havemos de matar o galo pedrez, e cozinhá-lo com um pote de arroz. Não se podia considerar miserável o viver desta e de outras famílias semelhantes, sabendo que pelo Mundo, existem casos mais carentes ainda, porque raras vezes faltava pão ou batatas. Contudo, que nome ou adjectivo se deve dar ao elevado conforto de agora? Sabendo que a vida evoluiu, que os tempos são outros, que ninguém pode nada referente ao passado, e que são bem-vindas, modificações de beneficência para a população, pergunto-me: qual é a utilidade da minha escritura? Diz o adágio: os velhos dão bons concelhos por não poderem dar maus exemplos. – eu pretendo somente inculcar aos jovens , a sorte, com a qual são brindados, pelo facto de terem vindo ao mundo, numa época diferente, ainda que o local possa ser o mesmo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

CAMINHAR

 Há caminhos que não levam a lado nenhum! Não são becos sem saída, são mesmo caminhos, sinuosos ou floridos, com percalços, lisos, curtos, largos, e nem todos “levam a Roma” como diz o adágio!
Os traços do destino apontam-nos trajectos a percorrer com a sinalética directiva…ainda começamos a dar os primeiros passos e já temos o sentido temerário da desconfiança, do perigo, eminente, constante,ao longo de uma caminhada direccionada para o Mundo incerto e repleto de complexidades convergentes no bom sentido, mas tantas e variadas vezes divergem, deixando rastos decepcionantes, desilusões inesperadas, desalento e vontade de voltar para trás, para tentar corrigir os erros, perdoar e pedir perdão, enveredar pelo que é certo e justo…




 Todos nós percorremos caminhos à procura da felicidade, daquele nobre sentimento que nos proporciona: alegria paz e amor! Batemos-lhe à porta, tentamos chegar àquela encruzilhada onde se tomam direcções certas e erradas, dependendo da sorte e da firmeza das nossas decisões, tomadas na hora certa, acertadamente; numerosas são as oportunidades desperdiçadas, passamos ao lado… ou a léguas de distância, ninguém sabe, nem adivinha! É um jogo onde todos entramos… alguns saem vitoriosos, também ajudados ou privilegiados, outros resignados, e ainda os persistentes, os quais quase sempre acabam por atingir os fins, nem sempre olhando aos meios…
Já alguma vez atravessaram uma serra passando por um túnel previamente aberto para diminuir a distância ou facilitar o trajecto? Claro que sim! Qual foi a vossa reacção ao enxergar a luz do dia que entrevê a saída? Como se tornam longos os minutos entre a entrada e a saída! Ainda mais convencional um simples IRM…

Aqueles caminhos, por onde passamos, levados pala mão ou de mão dada! Os longos percursos fracassados pela etimologia.
Se nos é concedido, a todos, o direito a um caminho, porque será que me vejo constantemente, atravessar o globo terrestre por um “carreiro” magnetizado, sem poder tocar as coisas, ver maravilhosas paisagens, ouvir o cantar dos passarinhos?!
 Não me sinto perdido… confuso, talvez? Mas sobretudo desiludido pela humanidade!...
…Não pretendo inculcar a moralidade, nem me julgo suficientemente bom e justo, para imitar os grandes defensores da pobreza e da justiça, não; sou eu, não aquele que gostaria ser… mas, também não há caminhos perfeitos, e nem sequer sou um caminho…um pôr-do-sol! Um cheiro agradável de flores campestres que enchem as narinas dos passantes insensíveis…sou uma voz rouca, sem timbre, que ninguém ouve!
Uma alma penosa à procura da remissão…vivo procurando aquilo que cada vez mais se distancia de mim…enquanto o sol brilhar…

domingo, 27 de maio de 2012

O barco à deriva


Viagem

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
É longe meu sonho,
E traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é ela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos.)

Prestes, larguei a vela
E disse adeus aos cais, a paz tolhida.
Desmedida,
A revolta e mansidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

Miguel Torga

segunda-feira, 21 de maio de 2012

VISITA DE CORTESIA DO BISPO D.J. CORDEIRO AO LAR Sta. MARINHA

DUAS CENTENÁRIAS FELICITADAS PELO BISPO D. JOSÉ M. G. CORDEIRO  NUMA VISITA AO LAR DE IDOSOS,HOJE, 21/05/2012 ÀS QUAIS OFERECEU DOIS ROSÁRIOS BENTOS PELO PAPA

Pertenceu ao Papa João Paulo II, fotografada por mim

O Lar de idosos Sta. Marinha, ornamentou-se de flores lindas, para receber a visita de D. José Cordeiro, bispo de Bragança e Miranda. Perante os numerosos convidados, para além dos utentes e pessoal de serviço, esteve também presente a Rádio Onda livre para comemorar os aniversários de duas centenárias, com festejos e Eucaristia celebrada pelo Sr. Bispo, acompanhado de dois sacerdotes.


 Uma das centenárias, na foto à direita, a ser felicitada pelo Sr. Bispo, oferecendo-lhe um rosário que o Papa Bento II  benzeu, mediante os olhares curiosos dos colegas utentes, também por ele saudados.
 A Eucaristia, preparada e muito sentida pelos presentes, alguns deles mantendo-se imóveis com grandes dificuldades, mas, o esforço valia a pena.
O coro de cantores improvisado, cumpriu impecavelmente, ecoando os cânticos religiosos, com alegria paz e amor.
 A proprietária  D. Céu apresenta ao Sr. Bispo os utentes, acompanhada do  Pároco de Lamas na sua simplicidade, ao qual se deve o pedido da visita, Sacerdote de verdade...
 Aqui aguarda-se a chegada, com grande ansiedade
 O respectivo lanche veio concluir a confraternização entre as várias gerações, raras, e muito sentidas pelos que aqui vivem dia após dia, que eu conheço perfeitamente,à espera de uma simples visita familiar...
 Para a minha querida mãe, prostrada na sua cadeira de rodas, perplexa sem saber qual o significado de tanta movimentação, eu deixo depositados carinhosos beijos...
PARABÉNS PARA AS DUAS COM UM BEIJO GRANDE

domingo, 20 de maio de 2012

A lavoura

 Os tractores em Murçós, quase tantos quantos os agregados familiares, vieram substituir, os animais, nas fainas da lavoura evitando numerosos esforços musculares, sacrifícios dolorosos, ma não impedem a rápida aproximação vegetal  daninha, das vivendas, sabendo que a agricultura, não paga os prejuízos causados pelos custos da matéria orgânica.
 Nem todos podem possuir máquinas de alta gama, primeiro por motivos económicos, em segundo porque parte deles não cabia nos cantinhos, cultiváveis, enquanto os grandes terrenos se encontram em estado de abandono, ou plantados para não perder a posse.
 Estas máquinas são das tecnologicamente mais avançadas, relativamente ao sistema agrícola de grandes dimensões.Todo o conforto, mas, não deixam de ser tractores, e, é com estes que os proprietários abusam mais... tentando com eles os impossíveis
No Nordeste Transmontano numerosos acidentes mortais ocorreram, com pessoas supostamente qualificadas, mas como se diz por cá: - " são como as mulas"
Estas são apenas pausas para as fotos, na festa dos Chãos.

ALDEIA VELHA

as cerejas começam a encher de prazer gustativo e de encantos visuais...

As rosas belas e perfumadas, tal como as andorinhas, voltam aos seus jardins...

Também pelas ruas, junto das casas, se encontram belezas assim
texto extraído do livro de Manuel da Fonseca ( pg. 143 de Aldeia Nova

     Ao findar do dia, comida a última côdea, ganhões e malteses para ali ficam longo tempo, adormecendo à custa de histórias e descantes. Por trilhos de carros, subindo o cabeço onde se ergue o monte, ainda a essa hora, de sábado para domingo, vem gente para o paleio, que dura até tarde. Mas, com as sombras alastrando, por todo o descampado, alastra a solidão que não tem eco para histórias, e depressa puxa lembranças (cantigas), tristes e largas como a noite transmontana. E, no silêncio do queixume, de novo sozinha, a voz insiste pedindo amparo para tanta desgraça.



O mês de Maria está quase a chegar ao fim, contudo a sua imagem é para sempre lembrada e guardada no coração dos crentes longe ou perto da Cova da Iria.

























































































































































































































































































































































































domingo, 13 de maio de 2012

SR. PADRE CONFESSE OS SEUS PECADOS

Sr. padre de Murçós, abade de ocasião, o seu assédio moral e físico, é ignóbil, repugnante...deveria ter vergonha, se é que sabe o que é, em assediar com solicitações sem fundamento, um homem que teve um AVC recentemente. Tenha cuidado, porque pode ter que responder em Tribunal, ou ajustar contas com os familiares... vive envolvido na mentira, que em nada dignifica a religião cristã. Se lhe é conferido o direito a contas, as quais já lhe enviei por e-mail do qual guardei a cópia, sabe onde se deve dirigir, caso contrário, espere ser convocado pelo Tribunal, porque fugir, como o fez de Mascarenhas, ficando a dever ao empreiteiro 26,000.00 não é a solução, muito bem pregada, com avareza e mesquinhez. Não tente ludibriar as pessoas simples e honestas, cujos donativos lhe ficarão na consciência, já que sua excelência não doou um tostão, não deu um passo para a construção do lar, aliás é um dos responsáveis do seu afundamento, juntamente com as pessoas que o rodeiam, e o Presidente da Junta, o qual deteve escondido um documento enviado pela Câmara, durante três semanas, e muito menos os seus guarda costas, o Cónego e Presidente da Junta, como se aproveitaram em afirmar, mentirosa-mente, no dia 13 do Mês de Maio, na Igreja para que ninguém pudesse responder às falsas insinuações. Quiseram igualmente fazer passar a mensagem enganadora de que tudo fizeram para construir o lar de idosos... mais uma falsidade. Lembra-se de me ter dito que este lar só lhe dava dores de cabeça, que não tinha nenhum interesse em construí-lo, visto hoje estar em Murçós e amanhã poder estar em outra paróquia? Porque não dá a cara como um verdadeiro homem? Marque uma reunião e um debate frente a frente comigo num lugar onde os dois possamos falar dos verdadeiros acontecimentos referentes ao lar de idosos, o qual só foi ao ar por falta de coragem da sua parte, de personalidade, e de mentiras... apesar de ter estudado teologia, vejo-o mais inclinado para a economia, gestão de bens, os seus, porque o resumo contabilístico que inculcaram às pessoas, é mais uma vez falso. Mas não admira, as pessoas vulneráveis, acreditam em tudo o que pregadores de acções de avareza como o Sr.tentam fazer passar sem remorsos nem arrependimentos. Como sabe muito bem a construção do lar foi adjudicada,  à empresa Cunha e Reis, por 740,000,00 mais IVA recuperável a 100%, assim sendo e como tínhamos a comparticipação da Segurança Social de 364,000.00, mais 150,000.00 da Câmara, o que totaliza 514,000.00, faltando-nos apenas 240,000.00. Quanto ao equipamento, já havia um projecto para a adquirição de 100,000.00, assim como um estudo de um Engenheiro perito, para o acrescento de mais 5 camas, que a segurança social permitia.
Se o Sr. não desejava que este projecto fosse em frente, herdado como diz, por pessoas dignas, porque não o interrompeu em tempo útil? Esperou que as pobres pessoas, cheias de boas intenções, sacrificassem, 500.00 e 1000.00, que os membros da direcção sacrificasse o tempo e as despesas para as deslocações, almoços, gasolina e pedidos à direita e à esquerda, para afundar uma obra tão importante! Veja por favor a lista de donativos onde encontrará o meu, e, jamais lhe perdoarei a traição... vai pagar um dia , disso tenho a certeza.
Lembro também ao Sr. Bispo, que a Catedral de Bragança, quando foi construída, não tinham certamente, o valor total da obra em caixa... e, foram os aldeões quem ajudaram, inclusive eu. Lembro também que um protocolo foi assinado pelo pároco da freguesia, assim como um parecer favorável dado pela diocese, acompanhado dos respectivos estatutos.O Cónego que aqui trouxe, é apenas o seu reflexo num espelho mentiroso, ao dizer que tudo era claro como água, sendo opaco... se um dia a verdade vier ao de cima, deixarão de falar de pessoas que apenas se movimentaram para abortar este projecto, obtido com tanto custo por um verdadeiro homem, que tanto fez por Murçós, o Sr, Jaime, e que aproveitaram o seu estado, para o apunhalar pelas costas, nem sequer foi mencionado como fundador de uma instituição que sempre funcionou com legalidade, transparência, e eficácia até que tivemos a infelicidade de nos ser enviado, um fraco, dos que não reza a história.
Diga ao Presidente da Junta que diz esta não ser obra sua, que pelo menos, deveria ter deixado que fosse de alguém que tem amor à camisola. " Os homens passam e as obras ficam".
Isto é um resumo das personalidades hipócritas de Murçós, se as pessoas as querem considerar, o problema é vosso... quando se arrependerem é já tarde demais.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

ESCOLARIDADE EM MURÇÓS 2ª parte

A partir dos anos 70, já com os novos edifícios escolares, construídos em granito, quartos de banho e outras comodidades, a nova geração de jovens, usufruiu de certos direitos, e mesmo os métodos de ensino e aprendizagem sofreram numerosas modificações, algumas benéficas, outras obrigatórias mas que não obtiveram os resultados desejados.
Aqui, em Murçós, foram mandados instalar, pela Câmara Municipal, em parceria com o Ministério da Educação dois pavilhões pré-fabricados, os quais serviriam: um deles como infantário, o outro com duas salas, para aulas de 5ª e 6ª classe, denominada: telescola. Eram programas de educação televisivos, implantados com a finalidade de levar até aos menos favorecidos, dos meios rurais, e com frágeis posses financeiras, uma escolaridade, mais tarde obrigatória, apelidada 5º e 6º ano. Por força das circunstâncias, e evolução do ensino, deixaram de existir as: admissões ao liceu, exame que facultava a entrada nas escolas secundárias, assim como o 1º e 2º ciclo, chamados preparatórios. Os anos de escolaridade começaram a denominar-se 1º, 2º, e assim sucessivamente até ao 9º, prolongando-se mais tarde ao 12º, facultativo.

Professores: D. Fátima, D. Teresa E Prof. Teodoro
alunos a reconhecer
Em 2005, fecharam definitivamente as portas a estes edifícios escolares, condenando a Aldeia a uma monotonia preocupante, doentia, quase desesperada…a desertificação tornou-se fatalidade inevitável. Foi demolido um dos pavilhões, e com ele, as diversas fontes de recordação que alimentavam sonhos passados.



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Onde quer que tenhamos nascido...

 Onde quer que tenhamos nascido, somos seres humanos, que não escolhem, nem pais nem lugares,.. iguais ou diferentes, cada um nasce como nasce, com valores e direitos iguais...







A Filha do Bruno, Ema, pediu-me para divulgar o seu nascimento, o que faço com grande prazer e orgulho.

Um tio orgulhoso que manifesta através de um olhar carinhoso e terno o amor que a alma detem
Tios e prima extasiados com a bebé! E que jeito o da Graciete que ainda não perdeu a mão, mesmo sendo já uma mulher a sua linda filho-ta.
Cuidem bem Da Ema, filha de um filho da terra de Murçós o Bruno Martins
Ternos abraços

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Lamentações sinceras

Juízo final
 O lar de Murçós morreu; foi assassinado por três dos nove discípulos, que reuniram com o Bispo, assentado no lugar de Pilatos, e como ele, lavou as mãos, entregando aos algozes, a decisão de crucificar, uma obra social, bela e indispensável, embora repleta de dificuldades e espinhos. Tal como judas, os traidores, esconderam-se por detrás da falsidade arbitral, levando a termo, o golpe fatal premeditado. Não têm remorsos de consciência, descabidos de faculdades humanistas…  a inveja  projectada como relâmpagos, é venenosa, mortífera, como a das serpentes transportadoras de ódio hipnotista. Constituídas como rochas, onde as ondas positivas vêm embater e se transformam em minúsculas gotas, impotentes, desprotegidas, sem defesa; como os idosos, considerados “farrapos” velhos, são atirados para um canto escuro, lúgubre, para morrerem como cães, ao abrigo destes olhares odiosos cravados na pureza e misticismo condigno, martirizante, enquanto a ansiosa agonia os arrasta lentamente até ao colapso. È ignóbil a parametrização específica programada para um ser vivo, mais concretamente, humano! Envelhecer tornou-se o calvário para a humanidade, ao ultrapassar uma certa idade… mas, a idade corre veloz, como o vento que sopra e ninguém o vê; houve-se apenas o sussurrar, e a ingenuidade segue de olhos fechados o seu carrasco, acredita nas divagações astuciosas, pretensão, e até destrutivas.
Será que existe uma religião que nos inspire confiança, garantindo os valores morais, antes dos materiais? O dinheiro e seus derivados, corrompe tudo e todos, mesmo aqueles que pretendem resistir. O poder, é igualmente, um fator destrutivo dos valores primordiais… “manda quem pode e obedece quem deve” é a divisa imperial do fantasmagórico derivado.
Destruir é tão fácil!... Pelo menos não sejam hipócritas. Assumam os vossos atos… não foram formados para mentir nem omitir! Podem fingir, esconder, arrastar, enriquecer, mas jamais poderão limpar o peso da consciência. Não poderão refugiar-se para sempre na ignomínia


Centro Social e Paroquial S. Lourenço Murçós

quarta-feira, 2 de maio de 2012

NEM TODOS OS ESPELHOS MOSTRAM O VERDADEIRO ROSTO DE CERTAS PESSOAS

Este era o edifício de sonhos dos idosos de Murçós e Freguesias limítrofes, que o Sr. Presidente do CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE MURÇÓS recusou, não assinando o contrato em fase de construção.

Bater a uma porta que alguém trancou por falta de coragem, interesse, e receios financeiros, é injusto... pois só Deus pode fazer milagres.

Quem se sente culpado no aborto desta grandiosa obra, que os remorsos, o persigam durante o resto da sua vida...

Lar centro dia Apoio domiciliário de murçós
ACCamera 12
só os fracos desistem....estudar teologia e pregar finanças, não são valores sociais orgulhosos...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Sra. Professora D. Aurora

Professora D. Aurora e alguns alunos
 A escolaridade em Murçós de A a Z
                    1ª parte



Nos anos 50/60, em Murçós como na maioria das Aldeias, do Nordeste Transmontano, a escolaridade, para além de facultativa, os encarregados de educação, quase sempre os pais, abdicavam facilmente da aprendizagem dos filhos, julgando mais importante, eficaz ou necessário, para a sobrevivência familiar, ajudar nas funções agrícolas, as quais lhe asseguravam, o pão e o caldo diário. Aqui e ali, surgiam casos raros, nas famílias mais abastadas, mandavam-nos estudar.




As escolas, antes de edificarem as que atualmente se encontram abandonadas, ou servem projetos de pouca utilidade pública, alugadas ou emprestadas pelas Câmaras, às juntas, associações etc., assinando um protocolo, cariciavam de conforto, espaço, condições mínimas, para que os alunos pudessem aprender sem restrições nem contrariedades, materiais e físicas. Numa casa normal, com uma grande sala, no topo das escadas, estábulo de animais por baixo, soalho em estado degradante, duas janelas no 2º andar, a Sra. Professora D. Aurora, ensinava dezenas de alunos, da 1ª à 4ª classe, mais concretamente os de 3ª e 4ª, cuja preparação para exame, requeria numerosos esforços, das duas partes. Já depois dos horários normais, a D. Aurora, reunia, sobretudo os da 4ª classe, nos baixos da sua casa, improvisados para o estudo complementar de apoio, dos que iriam a ser examinados, não concebendo uma possível reprovação. Hoje fala-se de alunos rebeldes, agressivos, que não respeitam os professores, nem dentro nem fora das escolas… não era assim no tempo da Sra. Professora D. Aurora. Os métodos repressivos considerados bárbaros, arcaicos e outros adjetivos qualificativos, produziam a eficacidade desejada, e, os encarregados de educação não interferiam a favor dos seus educandos. Quem não se recorda da existência de uma régua que servia para dar palmatoadas aos que falhavam quer na aprendizagem quer no comportamento cívico, e a vara de marmeleiro que avermelhava as orelhas? Pessoalmente, apesar de não ser favorável a tais métodos, estou imensamente grato aos meus professores primários, ficando a jamais no esquecimento, um ou outro, que outrora me revoltou, compensado com o benefício que deles usufruí.
A Sra. D. Aurora e seus alunos da 3ª classe adoravam a leitura dos lindos textos e poemas existentes… e, quando chegavam à 4ª classe, com ela aprenderam: os rios de Portugal, onde nasciam e desaguavam; as serras e sua altitude, as linhas de caminho-de-ferro e cidades por onde passavam, os oceanos, a Geografia. Os verbos e suas conjugações, adjetivos, substantivos, caligrafia, ortografia, e síntese, a Gramática. As Ciências Naturais, era outra das disciplinas que os alunos, não só aprendiam, como decoravam. O corpo humano e as suas divisões, ossos da ponta dos dedos até à ponta do cabelo, plantas com suas derivações, os diferentes seres vivos. Os Reinados e seus reis faziam parte da História de Portugal, onde apareciam os descobridores, Etc. A tabuada decorada de lés a lés, as contas, somar, subtrair multiplicar e dividir; os complexos problemas; reduções, frações, percentagens, aritmética, trabalhos manuais, desenho, enfim… isto é um pequeno recapitulativo da quantidade e qualidade de ensino e aprendizagem.
Bem-haja Sra. Professora, pelas bases inculcadas, à juventude desse tempo, para mais tarde, alguns deles, se tornarem homens da Ciência, e outros usufruíram do que aprenderam para o transmitirem às novas gerações. Que a sua alma descanse na paz dos anjos, e a minha homenagem congratule orgulhosamente os filhos de Murçós, seus discípulos



Antiga casa da escola, nas duas janelas de cima

A Professora e algumas alunas
Aqui, baixos da casa da D. Aurora onde havia estudo de apoio

Esta era a casa da D. Aurora enquanto professora em Murçós