domingo, 31 de março de 2013

Fogueira Sabado da aleluia 2013

A tradicional fogueira de Sábado de Aleluia, que a rapaziada teima, e com razão, a não deixar perder, prepara-se, com os esforços dos acarratadores de lenha, mediante o olhar feliz e orgulhoso dos mais velhos, e sobretudo dos numerosos visitantes que vieram visitar os familiares e amigos... filhos de Murçós que matam saudades, porque, lá longe, onde quer que estejam, o coração bate sempre ao ritmo das belas recordações, de tempos já idos, difíceis talvez, mas, gloriosos repletos de brincadeiras que só os Aldeões podem compreender porque as viveram. A boa disposição volta alegremente com a enchente populacional, garotada, juventude e outros...
 A Aldeia retoma vida, como se renascesse! Há movimento convivial com troca de olhares e expressões das quais resulta este bem estar do qual as pessoas tanto precisam em tempos de crise...
Os cafés repletos com a animação que os carateriza, são mais um testemunho de que a humanidade necessita de convivência para suportar as dificuldades adjacentes e curar, ou pelo menos atenuar as mágoas e o sofrimento dos momentos menos bons e infectados por doenças e outras peripécias que a vida nos inflige.
Para os que não poderam vir, um pensamento especial de incentivo à coragem e esperança de que o dia deles chegará para matar saudades...
Páscoa feliz,... hoje efectua-se a visita Pascal.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Páscoa feliz

Felix Pasche«« Feliz Páscoa
DESEJO A TODOS OS VISITANTES UMA PÁSCO MUITO FELIZ

O folar

A SEMANA SANTA, COMO DESCRITO NO PRECEDENTE POST, TEM UM SIGNIFICADO RELIGIOSO IMPORTANTÍSSIMO, ONDE É EXIGIDO AOS CATÓLICOS PRATICANTES, DIVERSOS E VARIADOS SACRIFÍCIOS, ABSTINÊNCIA, JEJUM, CONFISSÕES ETC.
CHEGA AO FIM A QUARESMA, QUE TERÁ DURADO  QUARENTA DIAS. A PARTIR DE QUINTA FEIRA DEPOIS DE MEIO DIA, E SEXTA DA PARTE DA MANHÃ, NÃO SE TRABALHAVA, PORQUE FOI DURANTE ESTE TEMPO QUE JESUS FOI PRESO E CRUCIFICADO; TAMBÉM NÃO  TOCAVAM OS SINOS ATÉ SÁBADO DA ALELUIA QUE SE DEU A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS.




 A Páscoa, simboliza também a  alegria, porque Jesus ressuscitou, e como tal, no Nordeste Trasmontano, não poderia haver Páscoa sem o simbólico folar, tão bem confecionado, com os ingredientes indispensáveis, que fazem crescer a água na boca com o sabor e a beleza...
Estas fotos foram tiradas do meu arquivo, são propriedade minha, embora de anos anteriores...
Em Murçós, durante esta semana, acendem-se os fornos, e as donas de casa dedicam exclusivamente o tempo e trabalho, ao "fazer o folar", limpar a fundo a casa , porque a bênção chega também no dia de Páscoa, e Cristo terá que ser recebido com o devido respeito, como reza a tradição.
 Tentei ordenar por etapas o "fazer o folar", faltam apenas as carnes: Salpicão, chouriça e barriga de porco, com os quais são recheados.
O folar pode até ser feito em casa, no forno do fogão... como é evidente mais pequenos ou um de cada vez, embora uma boa fornada simbolize a abastancia, e, como se costuma dizer...quando se está com as mãos na massa...
 Aqui temos a segunda levedação já com o recheio necessário...
 O forno já aquece, enquanto a levedura termina.
 Prontos a enfornar, e na foto em baixo já cosidos, prontinhos para ser comidos.
Bom apetite...

SEMANA DA PAIXÃO

Pater dimitte illis non enim sciunt quid faciunt

Pergunta: "O que é a Semana Santa / Semana da Paixão?"

Resposta:A Semana da Paixão (também conhecida como Semana Santa) é o tempo desde o Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa (domingo da Ressurreição). Semana Santa é assim chamada por causa da paixão com que Jesus voluntariamente foi à cruz para pagar pelos pecados de Seu povo. Semana Santa é descrita em Mateus capítulos 21-27; Marcos capítulos 11-15; Lucas capítulos 19-23 e João capítulos 12-19. A Semana Santa começa com a entrada triunfal de Jesus no Domingo de Ramos, montado em um jumento, assim como profetizado em Zacarias 9:9.

A Semana da Paixão continha vários eventos memoráveis. Jesus purificou o Templo pela segunda vez (Lucas 19:45-46), então disputou com os fariseus a respeito de Sua autoridade. Depois disso, Ele fez o Seu Discurso das Oliveiras sobre o fim dos tempos e ensinou muitas coisas, incluindo os sinais de Sua segunda vinda. Jesus comeu a sua Última Ceia com os discípulos no Cenáculo (Lucas 22:7-38), depois foi para o jardim de Getsêmani para orar enquanto esperava que a Sua hora chegasse. Foi aqui que Jesus, depois de ter sido traído por Judas, foi preso e levado para os julgamentos diante de vários sacerdotes, Pôncio Pilatos e Herodes (Lucas 22:54-23:25).

Após os julgamentos, Jesus foi açoitado nas mãos dos soldados romanos. Em seguida, foi forçado a carregar o Seu próprio instrumento de execução (Cruz) pelas ruas de Jerusalém, ao longo do que é conhecido como a Via Dolorosa (caminho das Dores). Jesus foi então crucificado no Gólgota no dia antes do sábado, foi sepultado e permaneceu no sepulcro até domingo, um dia depois do sábado, e, em seguida, gloriosamente ressuscitou.

Esse tempo é conhecido como Semana Santa porque foi quando Jesus Cristo realmente revelou a Sua paixão por nós através do sofrimento pelo qual voluntariamente passou a nosso favor. Qual deve ser a nossa atitude durante a Semana Santa? Devemos ser fervorosos em nossa adoração a Jesus e em nossa proclamação de Seu Evangelho! Assim como Ele sofreu por nós, igualmente devemos estar dispostos a sofrer para poder segui-Lo e proclamar a mensagem de Sua morte e ressurreição.

terça-feira, 19 de março de 2013

FELIZ DIA DOS PAIS

Mensagem aos Pais de Murçós e do Mundo inteiro.
A vocês, que nos deram a vida e nos ensinaram a vivê-la com dignidade, não bastaria um obrigado. A vocês, que iluminaram os caminhos obscuros com afeto e dedicação para que os trilhássemos sem medo e cheios de esperanças, não bastaria um muito obrigado. A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudéssemos realizar os nossos. Pela longa espera e compreensão durante as nossas longas viagens, não bastaria um muitíssimo obrigado. A vocês, pais por natureza, por opção e amor, não bastaria dizer, que não temos palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que nos acontece agora, quando procuramos arduamente uma forma verbal de exprimir uma emoção ímpar. Uma emoção que jamais seria traduzida por palavras.
Amor, saudade e gratidão!

quarta-feira, 13 de março de 2013

FALECIMENTOS

O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...

Faleceu, hoje dia 13 de Março, por volta das 2h da manhã a Sra. ESTER Afonso Reis, após  doloroso calvário imposto pela vida,  antecedeu-nos na caminhada que todos nós emprenderemos. Foi uma grande senhora... e, na sua simplicidade, coragem, dedicação e honestidade, legou-nos exemplarmente sentimentos que jamais esqueceremos. Aos seus familiares que tanto amava e dos quais se podia orgulhar, apresento as minhas condolências muito sentidas. Paz à sua alma

segunda-feira, 11 de março de 2013

MINEIRAS DE MURÇÓS II parte

Voltamos às mineiras de Murçós cuja importância foi considerada importantíssima, no desenvolvimento local, embora o maior pproveito fosse direitinho para os cofres dos oportunistas... uns por possuírem os meios necessários para a exploração,cujo investimento, nestas datas de funcionamento, era também considerável, andando de mão em mão, até chegar a uma eempresa Belga, a melhor apetrechada com maquinismos capaz e eficaz, no seguimento das galerias, ou poços a céu aberto...as pedras eram moídas, seguindo para a lavagem, de onde eram extraídos os minérios, mais abaixo mencionados
 Murçós viveu anos eufóricos, provenientes do seu solo, rico e fértil, aceitando incondecionalmente qualquer proposta, mesmo aquelas mafiosas, suspeitas de hipnotização premeditada. Nesta foto vemos o lugar onde foram despejadas as areias depois de lavadas e extraído o minério. Estes prédios rústicos, tal como os demais circundantes que envolvem cerca de três km2, foram comprados pela mineira, pagos e alguns registados nas finanças, com promessa de compra e venda assinada pelas duas partes interessadas, a fim de a Empresa exploradora poder extrair e ocupar estes espaços, sem restrições... ora, quando do abandono definitivo  e o encerramento dos trabalhos por razões que desconheço concretamente, o Sr. das areias, é assim que é conhecido no concelho, era presidente da freguesia de Murçós... e, como tal, apoderou-se de milhares de toneladas de areia que enchiam este recinto, para uso fruto pessoal vendendo-as e recheando a sua conta bancária, para depois comprar máquinas escavadoras com as quais iniciou a actividade de empresário.

 Este tema permaneceu "tabout", e, as pessoas ignorantes ou demasiado gananciosas, que possuiam terrenos neste lugar, já vendidos, aproveitaram a oferta de dois tostões por parte do Sr. das areias, presidente da freguesia nestas datas, para poder retirar sem ser molestado, toda a areia existente, para seu próprio negócio, enquanto a Junta de Freguesia, a quem revertia este direito, ficou a ver o comboio passar, e passou-lhe em frente do nariz, uma riqueza, a qual hoje seria útil para obras sociais, que foram ao ar por falta de meios... mais pessoas tomaram posse de terrenos pertencentes à mineira, sem escrúpulos, onde efectuaram plantações como se se tratasse de uma pertença sua... é provável que os herdeiros da mineira nunca mais voltem a este lugar, procurar bens legalmente seus, mas, se voltarem, com que cor estas pessoas se podem apresentar diante deles?
volfrâmio
 Representativo o volfrâmio, extraído nos diversos buracos e galerias da Chãerinha, Cabeça Branca, Vale de Escuro, e Colheira. Milhares de quilos desta preciosidade, foram extraídos do solo de Murçós, dos quais nem reza a história, tal como como um riquíssimo passageiro periódico.
chalite
 Aqui vemos representado o Chalite igualmente muito abundante nesta área, onde trabalharam centenas de homens, fazendo a felicidade do agregado familiar, tanto em nutrição como no modo de vida confortável.
estanho
Creio existir também estanho, e outros minerais com menos densidade.
lavagem minas da borralha
Este é um sistema de lavagem usado nas minas da Boralha em Montalegre, uso-o aqui para relembrar àqueles que viveram ao vivo, uma funcionalidade importantíssima na triagem dos minerais.
O buraco de Vale de escuro com bastante profundidade, recolhe as águas pluviais, e as nascentes, que servem alguns agricultores com rega por gravidade, ou enchimento de depósitos, inclusive dos bombeiros para apagar incêndios. Lamento profundamente que, à semelhança do que se passa com os Governos, as leis sejam apenas votadas e jamais executadas, com subornos e corrupção em evidencia... os trabalhos de desinfecção, ficaram-se por um "echantillon" do que foi adjudicado, e que a CEE enviou para fazer um trabalho bem feito passando ao lado ou por baixo da mesa seiscentos mil euros, resumidos numa vedação precária, pobre, sem fiscalização para não levantar rumores.




terça-feira, 5 de março de 2013

O NOSSO CASAMENTO


Foi em 1988 que dei o nó, como se costuma dizer em linguagem do povo. Na véspera, um dia 13, sexta feira, e, dia de superstição, convidei todos os meus amigos residentes em Portugal, mais os que estavam em Rebordainhos, de férias, no mês de Agosto, para festejar a minha despedida de solteirão. Encarregou-se o Vitório dos preparativos, referentes às bebidas e alimentação que pudessem saciar por volta de quarenta jovens bocas, no café da chave, lugar célebre e bem frequentado, cuja administração e gerência estava ao encargo do pai, que, especialmente esta noite, o deixou à nossa disposição para os festejos. Compareceram numerosos e bem-dispostos, e, com o decorrer da noite, a mariscada e as bebidas, arrasaram a noite toda, n’uma algazarra ensurdecedora, lamentada e criticada pela vizinhança, a qual se preparava para ir assistir à Eucaristia, quando nós saiamos, queixando-se: da pouca-vergonha

A filmagem e as entrevistas estiveram ao encargo do Tarcísio, cuja animação, depois de barriga cheia, constituiu uma verdadeira revista à portuguesa, com cantares, citações, embaraços, risos e vivas, vistos ao vivo logo naquela noite. Saímos de lá como “parrecos” (todos molhados) numa direta que ficaria para a história…



Teria dormido uma hora e já batiam à porta do meu quarto para me preparar que o casamento estava marcado em Murçós às onze horas da manhã. Impregnado numa ressaca atroz, de olhos semicerrados, tomei um banho de chuveiro frio apressadamente, vesti o meu fato Ives S. Laurent, camisa e laço Pierre Cardin, calcei uns sapatos pretos da feira, meti-me no carro e ups… cheguei atrasado á Igreja, já o Pe. Delfim Batouxas esperava e desesperava com a falta de pontualidade. Sentou-se n’uma cadeira junto do Altar-mor, convidou-me a ajoelhar. Deduzi que se preparava para me confessar, mas, ainda estava eu acabar a confissão já ele me abençoava, dando-me três ave-marias para rezar, dirigia-se a passos largos para a sacristia, a fim de se paramentar.
 



O casamento é um ato ponderado, refletido e de grande responsabilidade. Porém, a cerimónia do meu, decorreu enquanto dormia e sonhava com a vida alegre, e a felicidade da qual desfrutei ao máximo, até aos meus 37 anos… aventuras, convívios, grandes e numerosas amizades, aprendizagem física e intelectual, liberdade, guardando sempre bem presente na minha memória, os valores morais e os princípios cívicos que me foram preconizados.
Nunca comemorámos as datas do nosso casamento. Realizou-se, como tantos outros, na terra da esposa, no meu caso em Murçós que mal conhecia, e que demorou o seu tempo a adotar, tão grande e forte é o amor à minha terra mãe…


porém, com o decorrer do tempo, integrei-me perfeitamente, e hoje, não suporto nem admito que falem mal desta terra nem desta gente, e, sempre que me é solicitado um serviço ao meu alcance, aquiesço prontamente sem restrições. Vivo aqui, como já vivi em diversos lugares do globo terrestre, e, apesar de me ser apontado o dedo como a um forasteiro, sinto-me como o peixe na água… afinal foi aqui que eu casei…