terça-feira, 28 de setembro de 2021
Dia de sorte
domingo, 26 de setembro de 2021
sábado, 18 de setembro de 2021
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Por terras de beleza
esta foto não é minha |
Os vales Uma terra como tantas outras, situada na encosta da serra da nogueira, isolada de tudo e de todos, mas, quem lá morou , tenho a certeza que amou este lugar singular de beleza natural, e foram poucos os privilegiados num pequeno aglomerado de quatro casas cujos residentes, dois ou três casais com filhos ainda pequenos que nunca lhes faltou pão batatas e o que davam os “cevados” para comer em dias e noites medonhas de inverno onde se ouviam os lobos uivar em tempos de nevões , bem perto do povoada, com fome, desesperados, mas o tio Raul, homem de pequena estatura já não temia, talvez por se ter acostumado, e também porque a “escopeta” estava sempre carregada e pronta para defender os seus entes queridos. Nunca cheguei a saber porque razão foi ali parar e construiu a sua casa, assim como depois os outros habitantes, a cerca de cinco ou seis km da freguesia, suponho que tenham sido as terras férteis que podia cultivar e extrair o pão nosso para cada dia embora o desconforto e a longevidade de outros aglomerados fossem fatores de risco que ele enfrentou sempre como homem de garra e luta. Não existia estrada apenas um carreirão por onde passavam
dificilmente os carros de vacas carregados com cereais e batata, que gastavam um dia para as levar à estação de Rossas onde eram enciladas e depois vendidas seguindo no comboio a carvão que transportava mercadorias. Era uma casa abastada, e os filhos, de quem me lembro melhor por terem apenas menos dois anos que eu, devem ter vivido um calvário em tempos escolares. Chegavam à escola todos os dias encharcados dos pés à cabeça tiritando com o frio e neve que nestes tempos eram rigorosos, onde uma braseira que a tia Benigna ou Maria Silva se esforçavam para ter à disposição dos professores, deixando o lugar por uns momentos às pobres crianças para aquecerem as mãos, e o resto do corpo ia aquecendo também por baixo das roupas ensopadas, de boa qualidade que o pai velava com ambição, e até muitas vezes veio com
eles até à
ribeira para os ajudar a atravessar, por cima de umas pedras escorregadias com
o coração num punho não fossem arrastado pelas águas neste tempos densas e
velozes. O seu grande sonho era que os filhos tirassem um curso superior apesar
das adversidades, e dois deles, inteligentes conseguiram. Levar para os vales a
luz elétrica o que nunca aconteceu. Houve mais tarde um rompimento pela malhada
velha onde se podiam deslocar os mais atrevidos com automóveis, mas a vida nos Vales
já era. Havia também uns gémeos dos quais não me lembra o nome esses mais
novos, mas que também ainda comungaram das dificuldades para se deslocarem a Rebordainhos
ou a Lenção que era as aldeias mais próximas.
Quem morou
neste paraíso de tranquilidade saudável não deve envergonhar-se de ter lá
vivido, nem mesmo quando alguém mais atrevido lhes perguntar de onde são…
pessoalmente sustento imensa admiração pelos pais e filhos que lutaram para vencer
e o tio Raul deve ter partido orgulhoso com justificadas razoes. (Houve um lapso no nome da personagem que integra este texto, o qual já foi retificado com imensas desculpas aos familiares, amigos, conhecidos e leitores. Mea culpa
sábado, 11 de setembro de 2021
Do pó até ao pó
Não deixe que as suas panelas brilhem mais do que você!!!!
Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério!
Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela!
Uma casa só será um verdadeiro lar quando você for capaz de escrever “Eu te amo” sobre os móveis!
Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso “alguém viesse visitar-me” – mas depois descobri que ninguém passa “por acaso” para visitar – todos estão muito ocupados passeando, divertindo-se e aproveitando a vida!
E agora, se alguém aparecer de repente?
Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém…
…as pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiz o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida…
Caso não tenha ainda percebido: A VIDA É CURTA… APROVEITE-A!!!
Tire o pó… se precisar…Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, fazer um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas florinhas?
Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR !
Tire o pó… se precisar…
Mas você não terá muito tempo livre…
Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com o cão de estimação, ouvir música e ler livros, fazer amigos e aproveitar a vida!!!
Tire o pó… se precisar…
Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente….
- Pense bem, este dia não voltará jamais!!!
Tire o pó… se precisar…
mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa já não será tão fácil de fazer como agora…
E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também voltará a ser pó!!!
Ninguém se lembrará das contas que pagou, nem da sua casa tão limpinha, mas lembrar-se-ão da sua amizade, da sua alegria e do que você ensinou.
AFINAL:
“Não é o que juntou, mas sim o que espalhou que reflete como a nosso vida foi vivida.”