quinta-feira, 28 de junho de 2012

Uma formação que os devia conduzir lá onde merecem...

São tantos os formados em seminários com fundos da cidadania, que o episcopado e a diocese de Bragança lançam para o abismo e a perdição, subornados ou amantes de patrimónios obscuros, onde o dinheiro prevalece com prioridade e abundância, indiferentes às necessidades sociais, às carências físicas, ao dever, como tão bem pregam, mas... por aí se ficam!
Não os há, porque a juventude não acredita neles... apenas um ou outro velho, obcecados com as chamas do inferno que os chantagistas ameaçam para que os fundos monetários entrem nos seus bolsos...
O padre de Murçós dispõe de 7 freguesias paróquias e 5 anexas.Por cada freguesia são tributários de pagamento anual por volta de 200 moradores, com o equivalente de uma geira de trabalho, ou seja: 40 euros, que soma um total de 56,000 euros, mais a visita pascal, entre 10 e 20 euros por morador, mais as celebrações semanais, um dia em cada aldeia, com média de treze no-tinhas  de 5 euros, e 10, cada um... coitados! Vivem miseravelmente! E como por magia, isentos de RIS! Ámen.


O padre de cá, creio que se chama pêra, eu chamo lhe "dois pêlos na ponta do queixo" um metro e pouco de altura, vaidoso, sem personalidade, sem carácter, mas ambicioso, frívolo, conservador dos seus bens materiais, foge dos vivos sem tostão, e tem medo dos mortos, mesmo ricos!... talvez por saber que dali já não leva nada!? Não permite a abertura dos caixões durante os funerais, na Igreja, em casa ou no cemitério, enquanto está presente!!! Também não conseguiu homens para o acompanhar na visita Pascal, e teve de recorrer a garotas familiares daqueles que o rodeiam e defendem com unhas e dentes, cuja reputação passada deixou vestígios indesejáveis, por razões já bem conhecidas de avareza.
Também a reputação do padre "dois pêlos" é já conhecida no concelho e arredores, tal como as urtigas onde não há perus, e comentada em termos bastante elucida-dores. O seu despedimento forçado e abreviado de onde exerceu precedentemente, trouxe-nos a nós uma herança não certificada, e muito menos aprovada, a não ser pelos que comungam todos os dias, cujos pecados carregavam um comboio antigo...
Este padre que já me está subindo por cima dos cabelos, deu-se ao luxo de enviar um oficio para a Segurança Social, no mês de Abril, no qual pedia a rescisão do acordo protocolar de financiamento da obra: lar para idosos, sem previamente reunir com a direcção e serviço fiscal,tentar obter dois votos favoráveis, e narrar uma acta com requer a lei. Autentico ditador, tinha imensa pressa em demolir o que os fundadores construíram com tanto trabalho e sacrifícios, sem vergonha nem remorsos na consciência, não podendo esperar que o praso terminasse, com a influencia de outros tais como ele.
A lista dos doadores será mais tarde aqui publicada, assim como o resumo contabilístico, para que as pessoas possam responsabilizá-lo e até pedir-lhe o que foi doado, visto todos os cheques de pagamentos terem sido assinados por ele, cuja directiva exigiu do banco, não podendo entrar nem sair um cêntimo sem o seu consentimento.
Para o Sr. Bispo fica o apelo de o retirar desta paróquia onde diz ter dores de cabeça e poucos interesses, ou retirar-lhe completamente o exercício de funções incompetentes e mafiosas.





quinta-feira, 21 de junho de 2012

AMARO NA ADOLESCÊNCIA (FICÇÃO)









Amaro II parte
 Voltando às peripécias do Amaro, e às dificuldades da sua família, as quais melhoravam à medida que os irmãos e ele próprio iam crescendo. Alguns deles já traziam uns tostões para casa, em jeiras, e outros trabalhos prestados, mesmo assim não chegava para alimentar sete bocas, vestir e calçar, e despesas extras, que deixo à avaliação de cada um.
Grande conhecedor das espécies animais, mais concretamente, da passarada, com a qual conversava, na falta de humanos pelas redondezas, enquanto guardava as vacas. Sabia ninhos de melrros, carriças, xedres, gaios rolas, pintassilgos, etc. Conhecia todas estas aves, e muitas mais, pelo cantar, e mesmo no ar, cujo prazer imenso manifestava ao vê-las ir de um lado para outro, livremente, pousando para descansar ou bicar comida, mas sempre livres de movimentos, era fascinante. Assentava-se, na parte mais alta do lameiro, cruzava as pernas e ali permanecia horas, meditando, pensando, como uma criaturazinha, mais ou menos nos seus nove ou dez anos, estrutura pequena para a idade, não lhe faltando poder e força de vontade, para vencer o fardo pesado que muitas vezes transportava, às costas ao ombro, ou apertando aquelas mãozitas de ferro enquanto cerrava os dentes, de raiva, ou de coragem… Pela sua cabecita passavam só Deus sabe que género de coisas; sorrindo de vezes em quando, tornando-se melancólico momentos depois, ao ponto de lhe cair uma lágrima pela face, talvez provocada, pelo vaguear de pensamentos, que o projectavam para um mundo maravilhoso, onde os garotos são idênticos, possuem as mesmas oportunidades, dispõem da equivalência de deveres e direitos, de valores adquiridos com mérito, menosprezando actos meramente interessados, os quais regem os adultos. De vez em quando, para libertar o formigueiro ressentido nas pernas, dirigia-se a uma árvore bem definida, onde havia ovos num ninho, ou filhotes já mais crescidos, e fazia-lhe uma festinha, acariciava-os, como gostaria ser acariciado, pelos seus pais, a mãe, já que a vida lhe roubara o pai, pouco dado a essas coisas intimas, mas úteis, necessárias, de rotina para um cidadão residente em lugares muito diferentes dos das Aldeias.
Este ritmo, infernal, tanto em trabalho, como na falta de divertimentos com garotos da sua idade ia tornando o Amaro cada vez mais pacato, sofrendo silenciosamente, abrindo-lhe feridas cada vez mais profundas no coração moribundo, ignorante, incompreensível, enfim…infeliz.
No dia catorze de Setembro daquele ano, pelas nove horas da manhã, estava eu no café da Chave, a tomar o meu café, quando reparo e vejo, lançando um rápido olhar na direcção da porta de entrada, o Amaro. Vinha entrando, vestido e calçado decentemente, com um grande sorriso nos lábios.
- Ena! Vais à cidade puto? Com esse vestuário Domingueiro pareces outro…
- Vou à festa! Dos chãos. E tu? Não vais?
- Claro que sim. Já viste passar alguma festa dos Chãos sem que eu não estivesse lá?...
Pois. Então vemo-nos lá.
- Posso dar-te boleia…
- Não, obrigado. Vou a pé, para amaciar estes sapatos novos que o Sr. Carlos me fez.
Desatou a correr pela canada de vale de espada, só, como sempre, predestinado à solidão, ou escolha sua de preconceitos, ou complexidade, tomando pelo “carreirão” da quinta, em direcção às Santas Engrácias, onde fez uma pausa, voltado para a Capela, iniciou o sinal da cruz, e rezou três ave-marias…Depois, a passo lento, porque os pés começavam a sentir o cansaço, passou por outros peregrinos, alguns deles conhecidos, e já depois de Vale de Nogueira, lançou um olhar ao céu, jubiloso, agradecido pela felicidade ressentida naquele preciso momento. Sentiu-se como os passarinhos que tantas vezes viu iniciar a primeira saída do ninho. Receosos, temerosos, inexperientes, frágeis, tentando enfrentar a realidade da liberdade.
Depois da tradicional missa e procissão, hora em que se comem as merendas, deparei com o Amaro encostado a uma parede da tasca, junto da Igreja, olhar distante, meditando não sei em quê.
- Então rapaz, burras nos pés, não é? Bem feito…
Como não respondeu, fiz-lhe outra pergunta desta forma: trouxeste merenda? Acenou negativamente com a cabeça. Então vamos fazer assim: ou vens comigo, a comer, deve chegar para todos… ou…
- Não tenho fome, obrigado.
Apercebendo-me do embaraço orgulhoso do rapaz, sensato e humilde, meti-lhe cinco escudos no bolso, retirando-me rapidamente antes que ele tivesse tempo para reagir e não aceitasse. De longe gritei: é para um “molete” de trigo, se quiseres voltar comigo para casa, espera pelo campo da bola por volta das seis.
Poucas mais vezes vi o Amaro, a partir desta data. Andei por terras longínquas, e apesar de não me sair do pensamento, aquele rosto magro e triste, um sorriso encantador, cativante, as suas repostas prontas e francas, perguntava por ele sempre que voltava, à Aldeia, mas apenas obtinha como resposta: Saiu de casa num domingo bem cedo e não tinha voltado.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aperto de mão...


furrete no seu melhor

foto de António Brás

A Amizade é Indispensável ao Nosso Ser


Qual é o espelho que mostra a amizade , sincera, transparente?




Quem pode gritar sem mentir que é verdadeiramente amigo do seu amigo?




Quais os amigos sem contas à parte?




Fiel aos seus amigos, com amizade?




A imensidão do imaginário, despede-se dos amigos!...
A amizade é a unica coisa cuja utilidade é unanimemente reconhecida. A própria virtude tem muitos detratores, que a acusam de ostentação e charlatanismo. Muitos desprezam as riquezas e, contentes de pouco, agradam-se da mediocridade. As honras, à procura da qual se matam tanto as pessoas, quantos outros as desdenham até olhá-las como o que há de mais fútil e de mais frívolo? E, assim, quanto ao mais! O que a uns parece admirável, ao juízo doutros nada é. Mas quanto à amizade, toda a gente está de acordo: os que se ocupam dos negócios públicos, os que se apaixonaram pelo estudo e pelas indagações sapientes, e os que, longe do bulício, limitam os seus cuidados aos seus interesses privados: todos enfim, aqueles mesmos que se entregaram todos inteiros aos prazeres, declaram que a vida nada é sem a amizade, por pouco que queiram reservar a sua para algum sentimento honorável.
Ela se insinua, com efeito, não sei como, no coração de todos os homens e não se admite que, sem ela, possa passar nenhuma condição da vida. Bem mais, se é um homem de natureza selvagem, muito feroz para odiar seus semelhantes e fugir do seu contacto, como fazia, diz-se, não sei mais que Timon de Atenas. É preciso ainda que este homem procure um confidente no seio do qual possa verter o seu veneno e o seu ódio. A necessidade da amizade será ainda mais evidente, se ele pudesse admitir que um Deus nos tirasse do seio da sociedade para nos colocar numa solidão profunda, onde, fornecendo-nos em abundância tudo o que a natureza nos pode propinar, nos subtraísse ao mesmo passo a esperança e os meios de ver jamais qualquer face humana. 

Qual é a alma de ferro que suportaria uma tal existência e a quem a solidão não tornaria insípidos todos os gozos? Assim tenho por verdadeiras as palavras de Arquitas de Taranto, que entendi recordar a velhos que as ouviram eles próprios de seus pais: «se alguem subir ao céu, e de lá contemplar a beleza do universo e dos astros, todas essas maravilhas deixá-lo-ão indiferente, enquanto que o embasbacarão de surpresa se tiver de contá-las a alguém». Assim, a natureza do homem se recusa à solidão, e parece sempre procurar um apoio: e não o há mais doce que o coração de um terno amigo. 

Marcus Cícero, in 'Diálogo sobre a Amizade'
foto de António Brás

foto de António Brás

terça-feira, 12 de junho de 2012

Capela de Santo António
 Como em diversas partes do País, também em Murçós se festeja o dia de S. António. Chegou aqui por volta de há quinze anos. Veio de Lisboa, por iniciativa do Sr. Jaime Manuel Fernandes, fervoroso crente, dos poderes milagrosos, e dos protectores conceitos, que esta imagem santificada, abençoava, da sua linda capela, situada no alto, a cerca de um quilómetro do pequeno aglomerado urbano, que este grande homem, em colaboração com a população mandou edificar, com dificuldades e sacrifícios, mas, felicíssimo, pela execução de mais uma grande obra sua, na terra que tanto ama.
A adopção popular foi rápida, e a tradição inculcada teve um impulsivo sucesso, e uma admiração incontestável, que enchia de orgulho e felicidade, os filhos da terra, assim como os peregrinos vindos das diversas localidades limítrofes.
Os preparativos festivos, ao encargo do Sr. Eduardo Martins, que benevolamente mordomava, começavam dias antes, com muito trabalho, dedicação, e, inicialmente, até abono de capital, para a realização eficaz do evento.
Logo de manhãzinha, a banda musical percorria as ruas da Aldeia, enquanto subiam para o ar, uma descarga de morteiros estrondosos, anunciando o início das festividades. Os sinos repenicavam melodiosamente e informavam os convivas, que minuciosamente, apressados, davam uma última olhadela para o espelho, com a intenção de verificar se os seus fatos domingueiros, lhes assentavam no corpo como a felicidade na alma! Já instalada na capela, a aparelhagem sonora, manipulada pelo pirotécnico, afinava os detalhes finais antes da Eucaristia, cantada pelo coral do povo, cujos ensaios duravam tempo, sendo primordiais, sem falhas.
Ao terceiro toque dos sinos, quatro homens que previamente se tinham deslocado para a capela, de opas vestidos, levantavam o andor do Santo António, punham-no aos ombros, e dirigiam-se lentamente, compassadamente para o povoado, ao mesmo tempo que, da Igreja Matriz, saiam também, duas lanternas, a Cruz, e o andor do Divino Senhor, ornamentado com flores naturais, e a procissão, estrada acima, cujo encontro estava programado ao mesmo tempo de chegada à entrada da povoação.
Resumindo, o S. António, vinha receber o convidado Divino Senhor, para a sua festa, à saída do seu reino, Cumprimentavam-se com a vénia, e seguiam juntos, para o simples recinto, onde permanecia solitário durante todo o ano.
Após a Eucaristia campal, a respectiva procissão em volta da capela, começava o convívio fraternal, de comes e bebes, com sardinhada e grelhados, vinho e pão da terra, (voluntários levavam o seu garrafão) debaixo de dois castanheiros, ao abrigo dos raios solares, improvisado espaço de merendas, com mesas e bancos colocados para o efeito.
Quase ninguém arredava pé, aguardando já com a “barriga a dar horas” enquanto uma dezena de mulheres se activava apressadamente, para satisfazer os desejos corporais, já com o dever cumprido espiritualmente.
Este encontro anual era considerado como uma terapia convivial que nos maravilhava a todos, e os donativos generosos, amealhados e guardados para o próximo ano.
A festa só terminava já tarde, com baile no largo da Igreja.

         DEDICO ESTE TEXTO AO FUNDADOR DESTA OBRA RELIGIOSA
        
Jaime Manuel Fernandes Que Deus recompense o grande homem que sempre foste
Santo António

Divino Senhor

domingo, 10 de junho de 2012

ANIVESÁRIOS

                                                               

                                                                  Não quero prendas…

         Guardem os vossos presentes,
         Para quem deles necessitar…
    Eu já tenho quanto desejo,
Enrolado com ensejo…

                                                                Em papel de prata fina,                                                                                                   
      Na ternura de um só beijo!

                Fiquem com o perfume das flores,
           Com tudo o que luz e brilha…
    Com o que corre ou voa!
        Mas… não me levem a mal,
Já tive tudo na vida…
Foi uma vida tão boa!

Um dia desamparado,
      N’um automóvel fechado,
      O meu sonho foi tão lindo!
          Profundo, terno e fecundo…
E o meu grito abafado,
    Deus ouviu ficou sorrindo
      

 .Não quero prendas, 
Não quero nada 
Palavra leva-as o vento…
Não são os anos do Rei,
 Nem o aniversário lembrado,
Pelas tormentas do tempo… 

Dedico às minhas filhas
António

quinta-feira, 7 de junho de 2012

DIA DO CORPO DE DEUS

O DIA DO CORPO DE DEUS COMEÇOU ASSIM EM MURÇÓS
                                                                                    Começava a amanhecer, quando através das vidraças do meu quarto, deparei com um dia cinzento cheio de nebulosidade semelhante àqueles invernais de apanha das castanhas...
A chuva, miudinha, caía silenciosamente, com suavidade, receosa da queda destrutiva sobre as ruas floridas e coloridas, as quais apareciam aos meus olhos como um milagre vindo do céu durante a noite, enquanto dormia profundamente, e sonhava com coisas, provável mente insignificantes.
Era o dia do Corpo de Deus, um dia sagrado, que os nossos governadores decidiram extinguir para colmatar buracos sem transparência nem mérito. Felizmente, este ano, ainda se realizou a comemoração do Corpo de Deus com as habituais ornamentações das ruas, por onde iriam passar, na procissão, os ferventes religiosos.

Nesta foto aparece apenas um pequeno fragmento, do enfeite... centenas de metros de paralelo cobertos de flores campestres e perfumadas, para honrar a passagem da custódia que guarda a hóstia debaixo do palio, que abriga o sacerdote, percorrendo as ruas rezando e cantando.

terça-feira, 5 de junho de 2012

FEIRA DE S. PEDRO DO 25 DE JUNHO AO 02 DE JHO MACEDO DE CAVALEIROS

A JÁ FAMOSA FEIRA DE  S. PEDRO EM MACEDO DE CAVALEIROS PROMETA MAIS UMA VEZ GRANDE SUCESSO, COMO TODOS OS ANOS, COM UM CARTAZ DE ARTISTAS IMPRESSIONANTE...
APAREÇAM NUMEROSOS NÃO0 SE ARREPENDERÃO