segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ave Sem Asas: Dependência

Ave Sem Asas: Dependência: Vingo-me desta sede imprópria E mato-a logo à partida Mas, não posso servir-me Da paz que não me habita... Prisioneira de uma ...

domingo, 30 de dezembro de 2012

Belíssima casa rural para as suas férias em REBORDAINHOS

FALECIMENTOS


Faleceu, ontem, dia 29 de Dezembro de 2012 o SR. DIAMANTINO AFONSO. Mais uma vez, Murçós enluta-se com a partida de um filho da terra, cujas qualidades pessoais não deixam dúvidas... era um homem bom, de princípios e valores, que lhe foram atribuídos pela crença religiosa, humanista, educativa, exemplar...
O seu funeral, ainda não tenho conhecimento do dia e hora...
Quero deixar expressos os meus sentidos pêsames para com toda a sua família, que neste momento penoso elevam para Deus o pedido para que a sua alma descanse em paz...

sábado, 29 de dezembro de 2012

FELIZ ANO 2013


Ponha de lado o passado e até mesmo o presente!E crie uma nova vida... um novo dia...
Um novo ano que ora se inicia!
Crie um novo quadro para você!
Crie, parte por parte... em sua mente...
Até que tenha um quadro perfeito para o futuro...
Que está logo além do presente.
E assim dê início a uma nova jornada!
Que o levará a uma nova vida, a um novo lar...
E aos novos progressos na vida!
Você logo verá esta realidade, e assim encontrará
A maior Felicidade...e Recompensa...
Que o ANO NOVO renove nossas esperanças,
E que a estrela crística resplandeça em nossas vidas
E o fulgor dos nossos corações unidos se intensifique
A manifestação de um ANO NOVO repleto de vitórias!
E que o resplendor dessa chama
Seja como a tocha Que ilumina nossos caminhos
Para a construção de um futuro, repleto de alegrias!
E assim tenhamos um mundo melhor!

À todos vocês companheiros(as) que temos o mesmo ideal,
Amigos(as) que já fazem parte da minha vida,
Desejo que as experiências próximas de um ANO NOVO
Sejam construtivas, saudáveis e harmoniosas.
Muita Paz em seu contínuo despertar!
BOAS FESTAS,
2013 MUITO FELIZ 
Autor: José Roberto dos Santos
EM MURÇÓS O ANO INICIOU COM BRANCURA DE ANJO, E FINALIZOU COM LÁGRIMAS DE ORVALHO  OU CHUVA MIUDINHA, CAINDO SOLENEMENTE, E, DESPEDE-SE, PARA COMPENSAR AQUELES QUE FORAM MENOS FELIZES NA REALIZAÇÃO DOS SEUS PROJECTOS  DOENÇAS OU OUTROS CONTRATEMPOS.
QUE O  O ANO SEGUINTE TRAGA A TODOS PAZ AMOR ALEGRIA E SAÚDE...

sábado, 22 de dezembro de 2012

Vamos dar um Presépio ao Natal

O PRESÉPIO DE MURÇÓS





Parece um puro disparate o título que encima estas linhas. De facto, há Natal sem esse símbolo mais puro, autêntico e mais encantador do que o presépio? Não, na realidade o presépio sendo um símbolo nascido, segundo se diz, com S. Francisco de Assis, é a melhor imagem do que representa: o nascimento de Jesus, na pobreza de um palheiro (ou gruta?), envolto em pobres panos, rodeado pela Mãe, Maria, e por S. José? E não há presépios que acrescentam o sinal (ecológico e natural) do burrinho e da vaquinha? E não há presépios que incluem os pastores, pobres guardadores de rebanhos, mas que tiveram o privilégio de serem os primeiros a receber a mensagem matriz do grande acontecimento: Paz! E há presépios que incluem os "Reis Magos", que a tradição até baptizou de Gaspar, Baltazar e Belchior!
Há presépios ricos, de ouro e de prata. Há-os de "terracota", de madeira, marfim, do barro mais pobre e porcelana mais fina. Agora até de produtos sintéticos: plástico, marfinite, etc. O papel e o cartão prensado, os diferentes tipos de tecidos também dão corpo a muitos e variados presépios. Todos, ricos e pobres, podem ter um presépio! Todos. Todos deveriam ter um em sua casa, consoante as suas possibilidades económicas, gosto e sentido artístico ou criatividade.
O presépio é o símbolo do nosso Natal. Não são os trenós, as renas, essa figura decrepita (tornada simpática e até baptizada de S. Nicolau por alguns) que é o Pai Natal. Afinal quem dá as prendas? A prenda da vida? A prenda que são os filhos? Não é esse Jesus? Não é Ele que dá sentido às prendas que nos damos no Natal: Ofertas de amor, memória do Amor de Deus ofertado a todos e a cada um de nós?
Vamos, dar ao nosso Natal um presépio. E pô-lo onde melhor seja visto lá em casa. Iluminado! Que todos sintam que ali o Natal passa pelo festejar do aniversário de Jesus Menino. Que Ele presida às celebrações de alegria, à consoada, à troca de presentes. Às lágrimas vertidas pela recordação dos que já partiram. Que Ele presida ao acolhimento dos que chegam de longe. Que Ele apazigúe as nossas dores, amarguras, tristezas e aflições.
Vamos, pois, dar um presépio ao nosso Natal: em casa, na mesa do nosso escritório, na montra da nossa loja ou na varanda do nosso prédio. Mas, sobretudo que o espírito do presépio invada o nosso coração.
Vamos, todos, dar sentido ao Natal dando-lhe um presépio!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Coup de coeur

CONFISSÕES
  

( ESTE POEMA MEXEU COMIGO... ROUBEI À EDUARDA...rectifico:  roubei à Ana Martins, da qual já tenho consentimento, e aconselho a visitar: Ave sem Asas " onde podem ler muitos outros , lindos! 

                                                                                   
 Afasto o pensamento do momento

Nas vidraças onde cintila o meu olhar embaciado

E já sem a ansiedade que coage qualquer lamento,
Revejo-me nas frestas do tempo passado.




E é na chuva que me impede de ver lá fora,

Que abafo todo o silencio em minha alma

E vibra na melodia que é minha agora,

O toc-toc da chuva que me acalma.



O cântico de solidão que entoa em meus ouvidos,

Já o conheço, já sei decor e não se esgota,

É como um caudal veloz na pressa dos rios,

Que firme em mim tropeça e em mim transborda.



Já não há espaço na intemporal idade onde desenhei,

Apenas resquícios de saudade com brandura,

Brotam em meus poros os sonhos que sonhei

Neste cantar da chuva fina e pura!



25/09/2009

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A REVOLTA (FICÇÃO)


Passei vinte e quatro anos a estudar… hoje, volto para trás no tempo e reparo que perdi tanto do meu curto viver? Quando era puto, não tive tempo para brincar com os outros putos; ou não me deixaram, tinha que estudar… marrar para os testes, pernoitar com os livros na mão, em tempo de exames, tirar boas notas para agradar e ser recompensado com um presente insignificante… - está em jogo o teu futuro… diziam os meus encarregados de educação, e eu deixava de jogar à bola, para assistir a um jogo prometido, cor-de-rosa… cheguei á adolescência e outros sentimentos invadiam lentamente o meu espirito humano, mas tinha que estudar, cada vez mais, para entrar na faculdade predestinada, porque o meu futuro dependia do curso escolhido… tinha o meu PÇ, um móvel moderno, para contactar com meus amigos virtuais aos quais nunca conheci a voz! Nem um aperto de mão, nem um murro no nariz, por lhe ter roubado a namorada… só um: “oi! Que fazes?” A resposta era sempre a mesma! E continuava a crescer… dentro de uma gaiola onde não me faltava a comida, nem a água para beber… era uma gaiola grande, mas a porta só se abria para ir às aulas… Fiz dezoito anos, tirei a carta, e, deram-me um carro muito útil para as idas e vindas da faculdade, onde só tinha tempo para estudar… Duas ou três vezes por ano saía à noite… de olhos fixos no céu, iluminado por cintilantes estrelas, tentava ordenar na cabeça o que a consciência me ditava… mas, recaía sempre na mesma profundidade do que me era dito e repetido vezes sem fim pela mesma voz. – É para teu bem… Entrava no estabelecimento onde jovens da minha idade “curtiam” a vida… meio embriagado, dançava até à exaustão… fumava um cigarro sem medo de ser visto e repreendido… As luzes intermitentes transportavam-me para outro mundo, longe dos livros, e dos deveres protocolares. No dia seguinte, dia de ressaca, voltava à realidade com mimica no rosto bem expressiva. Terminou o curso, cheio de orgulho partilhado sem que alguém um dia se perguntasse, quem sou eu, o que faço aqui? Três anos passados, vivo ainda na mesma gaiola á espera de uma oportunidade, de outra porta que se abra para o mundo do trabalho… e, no desespero, vão-se apagando os sonhos dos meus projetos… não enxergo aquela casinha branca, com três janelinhas abertas, onde minha esposa me esperava no final do dia com um sorriso nos lábios, olhar incandescente, para me beijar amorosamente… também não vejo o pátio onde os meus filho jogavam à bola, enquanto esperavam a minha chegada para jantar… E as palavras que tanto me incentivaram a estudar, entram-me no coração, já ferido, como balas… Vejo-me cada vez mais perto daquela encruzilhada cujas direções conduzem a tuneis escuros ou becos sem saída… lembro-me ainda dos que me diziam: - tens sorte, no nosso tempo ninguém nos facilitou a vida! Baixinho, dou comigo a murmurar: aprendi tantas coisas, e hoje, só sei que nada sei.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

NATAL É VIVENCIAR TODOS OS DIAS O NASCIMENTO DO SALVADOR


Entender o verdadeiro significado do natal é vivenciar o nascimento do salvador todos os dias de nossa vida." (Luis Alves)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

VAREJAR


Iniciou a recolha da azeitona. Murçós é das Aldeias, cujas tarefas agrícolas se sucedem não havendo tréguas. Batatas, vindimas, castanha, e a azeitona. Tempoa frio, a rondar os 0 graus, com o manto de uma nuvelina densa que molha os ramos, congela-os, e os azeitoneiros sopram as mãos, escorregam nas lonas, voltando à noite para casa encharcados, isaustos... contudo, em relação aos tempos passados, em que se varejava tudo manualmente, a mecanização veio facilitar alguns esforços ao mesmo tempo economizava tempo e dinheiro. A vara mecânica, a mais usada, por motivos diversos, principalmente o terreno acidentado, essa não sente o frio! Ouvem-se roncar por todo o "termo",e vê-se, pela hora do meio dia, fumaceiras aqui e além, subindo ao céu, sinal da fogueira feita para assar a merenda, a qual tem gosto especial comida no campo, e toda a gente considera o melhor momento do dia. Numerosos familiares chegam, vindos de todos os lados, inclusive do Estrangeiro, ajudar os poucos que ficaram cá a guardar a terra e cuidar dos bens, adquiridos com muito suor...neste fim de semana passado a população quase duplicou, com grande satisfação para os que vem e os que cá estão; outros esperam pelas ferias do Natal cujos reforços são sempre bem-vindos, dado o envelhecimento populacional.
Não é um ano muito fértil em azeitona, mas, segundo os peritos de muito boa qualidade o azeite. A cooperativa e os lagares tradicionais funcionam já a "bombar" enquanto as geadas caem cada vez mais densas.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Falecimentos


Faleceu ontem o Sr. "Zé Lagarelhos", era assim mais conhecido, e o seu funeral realizou-se hoje às 10h.
Homem com grande formação académica e de uma simplicidade popular exemplar... sempre com o sorriso nos lábios  quando vinha à terra que tanto amava, cumprimentava rico e pobre grande e pequeno sem preconceitos nem vaidades...
Aos seus familiares apresentamos os nossos sentidos pêsames...
Que Deus lhe dê o descanso tão merecido.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

BODAS DE OURO


 Uma família modesta como tantas outras...Uma família numerosa: cinco filhos e uma filha;  mas sobretudo uma família exemplar! De lhes tirar o chapéu... quando todos reunidos enchem a casa dos pais de alegria e felicidade, os quais orgulhosamente, os acolhem dividindo em partes iguais o que de melhor há no mundo: o amor paternal e fraternal, pelos cantos escuros da pequena casa, onde guardam para eles as melhores iguarias  para quando vem visitá-los... e vem frequentemente... de Bilbau  para onde emigraram para governar a vida, basta um telefonema, e todos acorrem, para as grandes ocasiões, celebrando o aniversário dos pais, ou em grandes ocasiões como os festejos dos cinquenta anos de casados... as bodas de ouro, celebradas com minuciosidade, requinte, e "tuti quanti"...
O sr. Agostinho Fernandes (rei preto) e a sua esposa Izaltina, tiveram, sem dúvida, durante as suas vidas passadas, dificuldades, como aliás se verificava na maioria das famílias, mas com sacrifícios souberam superar todos estes contratempos, educaram condignamente seus filhos, dos quais se podem sentir verdadeiramente orgulhosos; e eles tentam retribuir, à sua maneira,  aos pais, estando sempre disponíveis para eles.

Um bolo digno da ocasião, com a inscrição embelezadora do evento marcante e merecido.

A foto familiar junto da Igreja Matriz vem completar o meu texto. Reflecte a felicidade, a alegria, e o exemplo que outras famílias deveriam seguir, qualquer que seja a sua posição social.
Com os meus cumprimentos,

A MATANÇA DOS PORCOS

Dia de matança em casa do Tio (rei preto),. Vindos de Bilbau, uns ontem pela noite, outros hoje, porque aproveitavam a ponte dos dois feriados, à hora do mata-bicho, à maneira antiga, cá estavam todos no aconchego da casa do lugar " da Eira", prontos para afrontar os bichos, depois da barriga cheia.
Todos meteram mãos à obra, filhos e genras, cada qual ocupado na tarefa que a mãe ia incumbindo, e eles nunca desiludem os pais...
Já mortos, os bichos, por um dos rapazes ainda aprendiz, mas segundo me contaram: - Foi a nossa mãe que nos ensinou a todos a preparar as matanças; chamuscar, lavar, e abrir-los para os dependurar durante uma noite, para no dia seguinte os desfazer, e iniciar o ciclo dos rojões enchidos etc.
Até a única rapariga dos irmãos deitou mãos  à "p'ata" foi buscar os aperitivos que degustaram enquanto trabalhavam...
Aqui vemos um dos animais já lavado e pronto para ser aberto estrategicamente, extraindo parte por parte como faria um cirurgião n'uma operação complicada...
Courela para as alheiras... barbada para os rojões... fígado para comer ao almoço como costume... tripas para os enchidos, e a gota de vinho no final para lhe dar melhor gosto.
A preparação dos aperitivos, servidos pelos presente, inclusive eu.
Finalmente, os dois bichos dependurados para passar a noite, com intuito de no dia imediato, serem desfeito dividindo cada parte para o que estava destinada, salientando os lombos, para os salpiçoes e chouriças, presuntos, costelas e os ossos para a calda das alheiras.
Bom apetite rapaziada.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Lagares Tradicionais de azeite

Estes lagares funcionam ainda hoje por estas terras, tal qual apresentam no vídeo, que não é meu, por não ter tempo para me deslocar a Ferreira, onde o Tio António Fernandes, usa os mesmos métodos e as gentes conhecedoras das boas coisa preferem, ao que é feito nos lagares de linhas com aquecimento de água retirando-lhe parte da sue virgindade e sabor...Grande quantidade de quilos passam pelo seu lagar, o qual apesar de mais trabalhoso, recompensa na beleza e na qualidade.
Em Murçós, outrora também existiram o que lhe chamavam "prensas", e embora hoje não funcionem os seu ptoprirtários preservam-nos como riliquia pessoal.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Simbolo emblemático de Murçós

BRASÃO DE MURÇÓS

Brasão: escudo de ouro, um castanheiro de verde, arrancado do mesmo e frutado de prata, entre três lisonjas de vermelho, bem ordenadas; em chefe, grelha de negro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "MURÇÓS"..

Bandeira: verde. Cordão e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.

Selo: nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Murçós - Macedo de Cavaleiros".
Parecer emitido pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, nos termos da Lei nº 53/91, de 07 de Agosto em 28 de Agosto de 2000 e publicado no Diário da República nº 69 de 22 de Março de 2002. 
Os Símbolos Heráldicos da Freguesia encontram-se registados na Direcção Geral das Autarquias Locais com o nº 109/2002 de 10 de Maio de 2002
.

Justificação
Grelha - Representa a grelha de São Lourenço, padroeiro da Freguesia.
Castanheiro - Representa a abundância de castanheiros existentes na freguesia.
Três Minerais - O volfrâmio, o estanho e xalite. Eram os minerais que extraíam das minas.



A HISTÓRIA


A freguesia de Murçós fica situadano concelho de Macedo de Cavaleiros,  de cuja sede dista cerca de dezoito quilómetros.

  As freguesias que lhe ficam vizinhas são: Espadanedo, Ferreira, Arcas e Vilarinho de Agrochão.



Murçós integrou o concelho de Torre de Dona Chama até à data da sua extinção.
Em 1853, passou a pertencer ao concelho de Vinhais.
Em 1855, fazia parte do concelho de Macedo de Cavaleiros, ao qual hoje pertence.
Foi um curato de apresentação do reitor de Nossa Senhora da Assunção de Casteição. Mais tarde foi reitoria.
O seu topónimo deriva de Mauriciolus (de Mauricius). Terá sido, pois, um seu residente a baptizar a freguesia com o seu nome.


Em 1855, fazia parte do concelho de Macedo de Cavaleiros, ao qual hoje pertence.
Foi um curato de apresentação do reitor de Nossa Senhora da Assunção de Casteição. Mais tarde foi reitoria.
O seu topónimo deriva de Mauriciolus (de Mauricius). Terá sido, pois, um seu residente a baptizar a freguesia com o seu nome.

Relativamente a Murçós são referidos vários vestígios arqueológicos que falam de um lugar chamado “Escritas”, onde existiriam inscrições rupestres.
Esta freguesia é, hoje em dia, uma das muitas aldeias sujeitas aos condicionalismos da interioridade.

Como o Historial de Murçós é pobre em arquivos, uma prima minha, professora de história fez o favaor de pesquisar minuciosamente, e aqui deixo a versão dos factos mais provável, que vem erriquecer a história e satisfazer a curiosidade de muitas pessoas sobre as dataws exactas de construão da nossa linda Igreja...Imensamente grato Fátima.
 
Dizem as memórias paroquiais de Murçós, escritas em 1758 pelo cura da aldeia

"He o dito lugar como já disse anexo a reitoria de Castelaos do Bispado de Miranda jurisdição da cidade de Bragança (...)"

Ora, pelo que me parece, Castelãos tem como orago Nossa Senhora da Assunção. Será que houve confusão de quem leu e leu "Casteição" em vez de "Castelãos"?

Podem ver o texto completo das Memórias Paroquiais de Murçós neste endereço: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4240901

Sobre a igreja de Murçós ainda encontrei outra informação que tirei do seguinte livro: "De Miranda a Bragança:Arquitectura Religiosa de Função Paroquial na Época Moderna", da autoria de Luís Alexandre Rodrigues:

1721


Murçós


«levantarão os moradores hua igreja com a invocação de Sam Lourenço ficando fora do lugar [...] e por se achar, a igreja fora do lugar os moradores deste tempo averá coatro annos a demolirão formando matris em hua cappella de S. Sebastião que se achava no meio do lugar fazendo cappella maior e tudo o mais necessário para poder se matris»

O texto é uma transcrição de um documento que se encontra nos Reservados da Biblioteca Nacional de Lisboa (B.N.L., Reservados, COD. 154, fl. 48v ). Ou seja: a actual igreja data de 1721 e foi construída no centro da povoação como forma de dar resposta às orientações do bispo de Miranda para que as igrejas não ficassem longe das terras, a fim de se poder guardar o Santíssimo sem perigo e de se poder acudir aos paroquianos em caso de urgência

 
 


 
O envelhecimento demográfico é um dos principais problemas do Concelho, ao qual se associa:
- Um elevado índice de dependência/baixo grau de autonomia decorrente de situações de
idade avançada e/ou de doença genética ou adquirida;
- E um elevado nível de desertificação de aldeias e lugares, fenómeno associado a surtos
migratórios, internos e externos, com particular incidência na população em idade activa e que
acaba por ter efeitos directos na diminuição da natalidade.
 

 Património Cultural:Grupo de Cantares de Murçós

Hino de Murçós

Murçós!...
Linda aldeia transmontana
És princesa da serra
Tens em ti encantos mil.
Murçós!...
Gente e alma de serrana
Vem-te a riqueza da terra
Beleza de flor de Abril.

Murçós!...
O teu povo hospitaleiro
Em simpatia o primeiro
Herança de teus avós.
Só Tu!...
Tens bem guardado o segredo
És o orgulho de Macedo
Linda aldeia de Murçós

Na tua Igreja
Vais rezar a São Lourenço
A quem veneras
E pedes protecção.
Tua mocidade
Cujo valor é imenso
É a alegria do povo
Que te trás no coração.

Letra e música de Carlos Baptista
 . O problema
coloca-se sim, ao nível dos “muito velhos”, ou seja, um elevado número de idosos que apresentam:
- Um elevado grau de dependência e de isolamento geográfico e social, levando-os a recorrer
com frequência ao serviços de saúde, procurando neles respostas de cariz social que continuam
a ser insuficientes;
- Este problema é agravado por um  défice de formação/informação sobre estilos de vida
saudáveis por parte da população, de uma forma geral e deste grupo em particular,
manifestando-se nos estilos de vida e nos hábitos de saúde adoptados, tendo com consequência,
especialmente no grupo dos mais velhos, um agravamento da situação física e de perda de
autonomia;
A excentricidade massiva dos seres humanos, que clamam em alta voz o amor profundo, à terra das suas origens, transforma-se num apaziguar de consciência que limpa as nódoas deixadas em tempo útil, pelo que poderia ter sido feito e ninguém ajudou a fazer... tal como um furacão que por aqui passou, varrendo as ruas das vagas frequências, arrastando com ele preconceituosas formas de juramentos fictícios, sem fundamento... o elevado nível de formação, cívica, académica, moral e religiosa não enaltece positivamente, um procedimento conciso, incondicional, pelo contrário... deixa antever a displicência caraterizada do que se pode chamar: ambiguidade caricatural forasteira.Embora não reneguem o lugar que os viu nascer, vão mantendo escrupulosamente relações de aparente afeição, mostrando-se uma vez por ano, para criticar, ou julgar os que por cá ficaram à deriva, isolados,  sem autonomia física nem racional...não pretendo com esta relato transformar-me em moralista, sem defeitos nem erros, lamento, isso sim, que certas pessoas dediquem poderes e saberes pessoais, a outras comunidades esquecendo, ou fingindo esquecer aquelas que deveriam tornar-se prioritárias, as dos seu enraizamentos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OS HERÓIS DA TERRA


 Murçós é uma Aldeia com área territorial bastante extensa; 23 km quadrados, embora grande parte destas terras fosse propriedade do Estado, denominadas, em termos práticos: "baldios" cuja concessão, por Lei de administração era distribuída pelos habitantes fabricantes permanentes. Hoje grande quantidade está plantada, com diversificação de arvoredo, conferindo aos plantadores, direito de uso e fruto, vitalício das árvores.
Foi neste "termo", que várias "marras" separam do limítrofes, como dizem os mais velhos, que alguns dos heróis da terra, viveram atributados com fadigas selvagens, dificuldades extenuantes, arrastadas por impetuoso viver, sem abrigo nem refúgio...
 Vestidos com roupas várias vezes remendadas, calçados com meotes de lã que a ovelha dava, e as esposas, nos serões das horas vagas fiavam, e com duas agulhas faziam, em pontos que sabiam de cor e salteados, á luz de uma candeia a gaz, (petróleo), lacrimejando com a fumaceira que lhes entrava pelas retinas.
O tempo passou por suas vidas como um "furacão", deixando sequelas visíveis nas mãos calejadas, nos olhos molhados, nos pés gelados, mas sobretudo nos corações, os quais, pouco a pouco, foram deixando de bater ao ritmo de um relógio de sala ...
Os restos mortais, movimentar-se-iam nos sepulcros, manifestando o sentimento de revolta, se soubessem que os seus herdeiros, abandonaram tão facilmente o que eles construíram com tantas dificuldades e sacrifícios ... Nomes e apelidos sonantes, emblemáticos, de luta constante pela sobrevivência dos agregados familiares, percorreram montes e vales, com neve chuva ou calor ardente, com a única finalidade de adquirir mais uns tostões, um cantinho de terra, legados aos filhos com o intuito bem definido de uma vida melhor do que foi a deles.
As alcunhas aumentavam-lhe uma reputação já repleta de elogiosas convivências, e, propagava a honra de homem com H grande, trabalhador honesto e responsável, respeitado...
Os tempos são hoje outros, e, mesmo sendo os problemas e as dificuldades persistentes, não se pode discriminar quem quer que seja, e muito menos julgar sem conhecimento de causa... já não se dorme em palheiros mas há casos em que foram obrigados a vender suas lindas casas, que iam pagando pouco a pouco enquanto estiveram empregados... encontram-se na rua com filhos pequenos a dormir ao "relento" porque a sociedade moderna também retira direitos, infringe valores de dignidade, desrespeita deveres, mas, sobretudo ignora o termo: sensibilidade humana!
Teria valido a pena? Vale sempre a pena! Nascidos em berços dourados ou n'um "charagão" de palha, onde quer que tenhamos nascido, seja qual for a cor da nossa pele, um ser humano, será sempre um ser humano!
 A Emigração voltou. Com as dificuldades que o País atravessa, feliz daquele que consegue emprego fora, apesar do constrangimento, não é vergonhoso emigrar para governar a vida... também sou órfão de Naturalidade, por vezes até de Nacionalidade... sempre procurei integrar-me com respeito e humildade, são valores que limpam preconceitos, e nos ajudam a subir os degraus d'uma longa escada, com ou sem ajuda.
A vida nunca foi um mar de rosas, mas sim um agrupamento de espinhos, resta procura o desvio de um e o caminho do outro...
è resplandecente a paisagem que os nossos antepassados nos legaram... quase sempre voltamos às nossas raízes nem que seja por poucos minutos...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

TASCAS DE MURÇÓS

 




Estas são algumas das tascas que exerciam a honrosa profissão em Murçós da minha lembrança. Outras existiram antes, segundo informações dos mais velhos, onde se bebia um copito e jogava às cartas, talvez a mais recordada do Sr.Albano.



 A que vemos na foto à esquerda, foi propriedade do Sr. João Tores, enquanto viveu, e, ainda hoje a tia Marquinhas vai vendendo umas bagatelas, para manter a tradição dos pequenos comércios, onde se encontrava de tudo um pouco, e também para matar saudades do tempo em que as pessoas chamavam do fundo das escadas, a qualquer hora do dia ou noite, e eles desciam ao "soto" servir: um kilo de pregos, de açúcar, cem gramas de pimento qeimão, um molete de trigo com três orelhas, meio quartilho de vinho ou de gaz para as candeias, uma coroa de rebuçados, e tantos outros produtos adequados às necessidades do povo...era vulgar os clientes chegar e perguntar: Tem isto? Tem aquilo? Entravam para o anterior, davam dois dedos de paleio, enquanto esperavam ser servidos. Também alguma clientela vinha abrigar-se das intempéries, em volta de uma mesa, e por debaixo a braseira bem acesa para aquecer o físico e o espírito...
 O sistema de publicidade, simples, barato e astucioso, informava a clientela que passava na grande rua e desconhecia o tipo de servitude dos comerciantes, como se pode ler por cima do nome da rua, realizados artesanalmente! Chamava-lhe na altura cervejaria, porque era mais moderno e chic, deixando para trás: taberna ou tasca! O estabelecimento estava dividido em duas, e mais tarde em três peças, com balcões no intermédio a dividir: Café-bar, taberna, e soto onde se encontravam os produtos alimentares e outros, em bazar ou sobre umas prateleiras colocadas para melhor orientação.
Esta pertence à tia Elisa, aberta bem mais tarde, de regreço do estrangeiro onde residiu algum tempo. Aqui existe já um bar, sala com mesas, e noutro compartimentos o que se pode considerar um minusculo super-mertcado... misturam-se produtos alimentares com os da limpeza, ou mesmo tóxicos, mas, as circunstancias a tal obrigam, já que o espaço é restrito, e a clientela numerosa, acorrendo aos bons preços praticados, embora com algumas reticencias referentes a certos factos...
Actualmente, creio ser a que mais vende, porque a crise também se verifica por cá!
Como o comércio só por si não permite à sobrevivencia do casal, aproveitam para trabalhar os prédios agricolas, aproveitando a clientela para o fim do dia, ou cedo pela manhã, para fazer as compras.
 Aqui para também o carteiro todos os dias para abrir a caixa do correio, perguntar nomes que desconhece e refrescar-se em tempos quentes.
A tia Elisa tem várias faculdades serviçais. A de enfermagem, administrando injecçõse a quem solicita os seus serviços; celebração da palavra nos Domingos em que o padre não aparece...
Mulher simpática, inérgica, e sempre disposta a servir o seu próximo, embora goste também de palavrear de tempos a tempos!
Em Murçós existem quatro estabelecimentos do género.

Murçós foi uma das freguesias mais populadas do concelho de Macedo de Cavaleiros, e, enquanto funcionaram as minas, das mais abastadas financeiramente. Aqui matavam-se vitelas que eram vendidas num fim de semana, borregos, cabritos e outros meios alimentares, que os comerciantes não desdenhavam, por saberem que havia dinheiro fresquinho para pagar...
Ainda hoje passam por cá cinco padeiros vendedores ambulantes por semana dois talhos rulantes dois vendedores de frutas legumes e outros produtos alimentares quatro vezes por semana; dois peixeiros, dois carros de congelados, para além dos fornecedores dos comércios permanentes... até os tendeiros vem visitar frequentemente Murçós! Como podem verificar, não estamos isolados, temos serviços a domicilio, e a carreira todos os dias para Macedo. Se é verdade que a população envelheceu, e a juventude procurou novos horizontes, não é menos verdade que todos os fins de semana se juntam desenas de pessoas no Outão, lugar mítico de numerosas e agradáveis recordações.