sábado, 25 de fevereiro de 2023

O azul do céu deixou lugar à branquinha

Amanheceu na minha vida «por AB Vinda não se sabe de onde, branca e leve caía, que nem os meus sonhos turbou, meu Deus mas que alegria! Lembrando-me os meus tempos de criança, que havia tantos anos não sentia, atirando bolas a quem passava, de pés e mãos geladas, como se fosse um presente, brincando por cima do seu manto, neste eterno e grande encanto, onde a magia milagrosa, se expandia pelos campos e mesmo nos mais pequenos recantos, cujos segredos guardaram, dos tempos que já passaram, e que a saudade trás de volta, cada vez que passo a porta, da casa que já não é a minha, das ruas onde brinquei, da terra que me viu crescer, com sincelos nos telhados, para enfeitar os beirais, onde se abrigavam pardais, que vigilantes aguardavam, ver um cibaco no chão que com tanta rapidez traziam, aos filhinhos nos seus ninhos, tiritando de frio e de fome porque a rudez do inverno a miséria e a alegria dormiam juntas noite e dia. A serra vestiu-se de branco de onde surgia este encanto. Também os telhados festejaram lacrimejando felicidade que os sincelos hábeis recolhiam para serem vistos e admirados, pelos passantes resfriados correndo para a lareira onde um monte de lenha ardia, e a fumaceira os olhos punia, quando a cheminé que havia tantos anos fumava olhava em seu redor e gostava de preto no branco assim era até que chegasse a primavera, com três longos meses de espera. Silenciosamente a neve caía para não acordar ninguém, e as árvores com a vénia que as carateriza, todas de branco vestidas pareciam o paraíso. Não enxerguei pisadas de menino rapaz ou rapariga, talvez ainda dormissem longe da terra onde a neve caía. Silenciaram-se os motores, a procissão ia passando poucos ou muitos qual é a impotência? Se a neve veio visitar-nos e nos considerou, façamos-lhe a festa de honra, toquem trombetas cantem os passarinhos, marchemos nestes caminhos tão lindos, que as medalhas dispensamos, apenas agradecer ao senhor que a mandou, e tanta alegria nos proporcionou.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Há vidas assim... Prescindiu da fortuna que os pais lhe deixaram para ajudar os outros. Um sem-abrigo que ensinava alunos da Faculdade a custo zero. Uma celebridade que merecia honras de Estado. Cansado de lidar com gente que se faz passar por aquilo que não é, depois de ver as igrejas cheias de pecadores e os cemitérios com tanta gente nobre, partilho este exemplo de mais um dos meus heróis anónimos. Este Senhor que para muitos era um sem-abrigo, era um homem nobre. Professor Universitário aposentado, licenciado em Engenharia com distinção, co-autor de livros de matemática e engenharia, prescindiu da sua confortável reforma para ajudar os que precisam mais do que ele. Não tocou na fortuna que herdou dos pais e não usava o carro topo de gama que o pai lhe ofereceu. Na sua humilde casa, ou em locais públicos, ensinava os jovens universitários e outros estudantes que o procuravam sem nunca cobrar um cêntimo. Viveu com o indispensável para sobreviver e recusava ajudas porque era um "homem rico" e teve a vida que escolheu. O Engenheiro Caldeira não tinha facebook, nem computador, nem telemóvel. Mas tinha tempo, esperança e solidariedade para dar a quem precisava. Que lição de vida! Via Joaquim Alhinho

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Se ainda estivesses viva

Soraya Rodrigues 2 d · O meu mundo seria tão diferente se tu ainda estivesses viva! 👸 Não importa que já faz alguns anos que tu te foste. Não importa que metade das pessoas que estão na minha vida agora nunca se quer te conheceram. Eu ainda penso em ti a toda hora. Eu queria que tu estivesses aqui. Afinal, tudo seria tão diferente se tu ainda estivesses viva. É claro, quando eu digo “tudo”, eu não estou a falar literalmente. Eu provavelmente ainda estaria a viver na mesma casa. Apenas as pequenas coisas mudariam, mas as pequenas coisas são as que mais importam. Se tu ainda estivesses viva, eu não precisaria evitar as memórias felizes – porque elas me magoam quando me lembro delas. Eu apenas ia pensar nelas, daria um sorriso e então ia pegar no telemovel para te ligar. Se tu ainda estivesses viva, eu teria mais uma pessoa para apresentar aos meus novos amigos. Mais uma pessoa para me envergonhar com histórias embaraçosas da minha infância. Se tu ainda estivesses viva, então teria mais uma voz a celebrar os fogos de artifício na passagem de ano novo. Mais uma voz a gritar: -feliz ano novo. Mais uma voz a cantar alguma música que passasse no rádio. Se tu ainda estivesses viva, eu teria uma tatuagem a menos no meu corpo. Uma data a menos no ano que me faz cair em lágrimas. O teu aniversário seria a única data que me lembraria de ti, e nós faríamos uma enorme festa para celebrar. Se tu ainda estivesses viva, teria mais uma pessoa para eu ligar, quando precisasse de alguém sóbrio para falar. Mais uma pessoa para gritar comigo por me comportar como uma adolescente irresponsável. Mais uma pessoa que faria eu me sentir, como se eu fosse fazer falta caso algo acontecesse comigo. Se tu ainda estivesses viva, teria mais um convite para enviar para o meu casamento. Mais uma pessoa para dançar comigo quando “Whisky A Go Go” começasse a sair pelo CD da aparelhagem. Mais uma pessoa para cair em lágrimas e me dizer o quão feliz tu estivesses, por mim e pelo meu marido. Se tu ainda estivesses viva, eu teria mais uma pessoa para mostrar o meu novo apartamento. Mais uma pessoa para cuidar do meu gato enquanto eu faço alguma viagem grande. Mais uma pessoa para me dizer o quão orgulhosa tu estás da pessoa que eu me tornei. Se tu ainda estivesses viva, eu não precisava de falar contigo através de orações ou através dos meus sonhos. Eu podia te mandar uma mensagem, ou escrever te uma carta, ou apenas aparecer na tua casa à tarde. Se tu ainda estivesses viva, eu não me tinha afastado de certas pessoas. Eu não seria tão pessimista e fria como eu sou agora. Eu não tinha tanto medo de perder outra pessoa novamente, alguém que seja tão importante pra mim como tu és. Mas se tu ainda estivesses viva, eu talvez não teria dado conta de que o pensamento “vive cada dia como se fosse o teu último” é real. Que eu preciso valorizar cada momento, enquanto eu ainda posso dizer á minha família e aos meus amigos, o quanto eu os amo. Por mais que eu sinta a tua falta, eu só te agradeço por tudo aquilo que tu me ensinaste quando estavas aqui, e por tudo aquilo que tu continuas a me ensinar, agora que tu te foste. Desculpa por tudo o que não te disse, desculpa por tudo o que fiz de errado e obrigado por teres lutado até ao teu último suspiro por mim! Se tu ainda estivesses viva! Amo-te mamy👸❤
Carta para ti que estais no céu Sabia que esperavas por mim. Eu, não podia voltar àquele lugar, e tu partiste. "Tinha chegado a tua hora." Mesmo assim, tanto ficou por dizer, porque tanto ficou por colocar no colo das palavras, o que te soterrava a alma. Não soube dizer-te, mas sei que o adivinhavas, o quanto te amava, o quanto me inspiravas, o importante que era o olhar que em mim poisavas, o silêncio com que cobrias as lágrimas que jorravam, por não entender o mundo em que vivias. Nas tuas mãos sustentava o amor pela natureza, nos pássaros que voavam, nos pardais que no peitoril da janela poisavam, nas nuvens anunciadoras da chuva ou do vento ou mesmo de tempestade; no teu olhar bebia, a sabedoria da aceitação do que acontecia, sem desesperar, sem enraivecer, sem me demonizar, mesmo que a dor fosse para doer; no teu caminhar soube do rumo certo, do caminho a trilhar, das paredes brancas e das fontes de água viva. A ti devo a minha liberdade de mulher erguida do chão. Sei que sabes de mim. Sei que sempre adivinhaste o quanto te amava, e sei que sabes das saudades que moram dentro de mim.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

In destinos

Destinos e destinados Por António Braz Após uma lua-de-mel nas Bahamas de quinze dias, com altos e baixos nas relações de recém casados, Carlos e Paula voltaram aos ninhos paternais, enquanto não era posta em cima da mesa outra solução peculiar de independência e discrição, numa vivenda comprada e oferecida como prenda de casamento pelos pais da noiva, mas, o entusiasmo não parecia ter a euforia desejada, porém, para salvar as aparências, Carlos era um ótimo Actor, fingia uma felicidade que não existia no seu coração, e o pensamento voava para a mulher que amava realmente, Júlia. Por sua vez esta secara as lágrimas vivia um dia de cada vez, esperando voltar a apaixonar-se por alguém que a levasse ao altar e a fizesse feliz. Até que se apercebeu, dois meses depois da tragédia que supostamente vinha aí. Todos os sintomas apontavam para uma gravidez, o que vinha metamorfosear todos os seu projetos, ambições, enfim… a sua vida e a de seus pais conservadores que dificilmente aceitariam que se tornasse uma mãe solteira. Mandou entregar discretamente por uma amiga, uma carta ao Carlitos na qual referenciava o pavor que lhe causava tal situação onde se encontrava sozinha sem saber o que fazer… A resposta dizia apenas: A notícia veio retirar do meu peito a ansiedade que me sufocava… é maravilhoso! Um filho teu e meu que melhor notícia podia desejar um moribundo carenciado de amor? Estamos os dois armados para o: “que der e vier”; cuida bem desse bebé. Também na casa de Sr. Félix para onde Fernanda tinha sido levada e onde vivia desde então, a pedido deste, embora sem precisar realmente, porque tinha uma governanta formada na alta sociedade quando ainda sua esposa vivia, embora já com idade, mas sempre fiel aos seus valores e princípios, tendo-o ajudado como uma mãe, quando esteve quase a tocar o fundo, durante o tempo que durou aquela maldita doença, acabando por a levar sua esposa, ainda jovem e quando ambos projetavam ter uma família com filhos, depois de realizados os projetos profissionais, ele como médico e ela como investigadora cientifica, os factos até então passados a ferro quente, se complicaram, pelas mesmas razões sintomáticas de Júlia, as quais não passaram despercebidas, ao médico que receava a reação da moça quando se certificasse da verdade. Andava pálida, dando escapadelas ao quarto de banho, tentando disfarçar com alegada má disposição… Estavam sentados à mesa os três, como sempre embora fosse uma família abastada, jamais esqueceram que tinham fugido da Bélgica, para não serem presos e levados como o resto da família para campos de concentração perseguidos pelos nazis porque eram “juifes”, em tempo de guerra, quando o médico olhando Fernanda com ternura e em voz afetuosa balbuciou pela primeira vez as suspeitas que recaíam sobre os ombros daquela pobre Aldeã e a carregavam de vergonha; - tu és apenas a vitima, filha – não te culpes de nada, nem chores porque o nascimento de um filho é a coisa mais maravilhosa que existe neste Mundo! Com minha esposa fizemos projetos que nos traziam tão alegres e felizes, que jamais esquecerei… - e uma lágrima veio inundar-lhe o canto da boca – estou perfeitamente consciente do que te passa pela alma, e te martiriza o coração, porém, sabes que nos tens ao teu lado, a mim e à Josefina não é verdade? Esta será sempre a tua casa enquanto o desejares, e nós a tua família se nos aceitares como tal… também tens a alternativa de ir procurar o pai desse filho e chamá-lo à responsabilidade… - Ó não. Isso nunca – respondeu Fernanda em voz insegura – o pior vai ser a minha família quando souber? - Deixa essa parte comigo – retorquiu o médico. O Sr. Félix conhecia vagamente a família de Carlitos por ter convivido com o pai na Universidade de Coimbra embora em cursos diferentes. Um medicina o outro engenharia. Contudo não exporia o caso já que Fernanda não o desejava. Contratou um detetive privado para ir meter o nariz na vida desse machista, e lhe fosse dando todos os pormenores. In destinos e destinado AB

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Hontem uma rosa deixou de brilhar. Suas pétalas deixaram penas e dor. Esmureceram para sempre. Nunca mais veremos o sorriso de um olhar carinhoso, nem o afecto com que sempre nos brindou. Foste a rosa mais linda do nosso jardim, aquela que mais brilhou e amou, e que mais deu em troco de nada.Eras assim, mãe de todos os filhos, avó de netos e a tia preocupada com todos excepto contigo, e meu Deus quanto precisavas! Hoje o vento uivara quando soprar e nós clamaremos o teu nome, como uma presse desesperada porque a resposta jamais chegará, e a tristeza ocupará aquele lugar sagrado que sempre foi teu.Deixaste-nos órfãos do teu amor, do teu carinho do reconforto que nos fazia tanto bem, mas nós não mandamos na nossa vida que pode ser roubada de um momento para o outro não se sabe por quem não se sabe porquê, e a revolta é tão grande que a ingratidão não suporta o peso e a injustiça tem sempre argumentos para convencer os que esperamos o nosso dia. Descansa agora em paz minha querida irmã