terça-feira, 10 de abril de 2012

SÁBADO DE ALELUIA

 Sábado à tarde, começaram os preparativos para a grande fogueira de Sábado de aleluia. Os sinos repenicavam estrondosamente manobrados por todos os que desejavam esticar a corda que liga os instrumentos aos músicos, improvisados, visto as notas musicais serem de mera importância... não deixar os sinos parar comemorando a ressurreição de Jesus.
A lenha surgia de todos os lados, transportada por tractores, que a juventude, com a ajuda dos meios tecnológicos, os quais vieram facilitar as tarefas que outrora era carregada manualmente, e transportada por carroças puxadas pelos próprios jovens. É uma das grandes tradições que não se perdeu, em Murçós na qual todos se revêem de criança até à velhice.

Os curiosos apareceram numerosos e admirativos, orgulhosos, porque Murçós estava vivo, alegre, e por uma vez unido, convergindo as ideias no mesmo sentido. A noite aproximava-se lentamente, aparentando serenidade, enquanto os comentários enchiam de graça, animo, incentivo à confraternização partilhada mutuamente. O facto de ir dar umas badaladas, e permanecer de volta da fogueira durante uma hora, tinha o seu significado, aquele que não pode ser expresso, simplesmente vivido
 Foi dos anos, desde que eu aqui resido,que veio mais gente passar a Páscoa a Murçós. É impressionante, e ao mesmo tempo comovente, ver os filhos de Murçós, aqueles que a terra adoptou, e os que se integraram aos usos e costumes desta boa gente, voltar às centenas, mesmo sabendo que o abandono das aldeias é fenomenal...Jovens que nasceram nos quatro cantos do Mundo sentirem-se como o "peixe na água", aquele que vem uma vez quer sempre voltar, e tem grande prazer em passear por estas ruas tortas, mas, atraentes, acolhedoras.



Mãos à obra rapazes!!!



O largo mágico aguarda o acender da fogueira
 O baile decorria alegremente enquanto cá fora dezenas de pessoas rodeavam a fogueira. Liderado pelos mordomos do Menino Jesus, o bar funcionava com rentabilidade revertendo para acções benéficas. Agradecimentos para as meninas corajosas que não deixaram cair por terra  a dançaria...
 Eram tantas da noite, e também eu, excepcionalmente me deitei, era já dia
Dancem, bailem, cantem, porque a vida é curta
 O Bar improvisado...
 É Domingo de Páscoa. A Eucaristia foi celebrada às 14h. Seguiu-se a procissão em volta da Igreja, e de imediato seguiu a visita Pascal. Mais uma vez fiquei positivamente impressionado com a quantidade de pessoas que ocorreram à terra, às casas dos seus familiares, caminhando pelas ruas, de casa para casa, costume, de se juntarem todos os familiares e amigos, por consideração àquelas que eram visitados.
Noutros tempos e lugares, chamam-lhe: "tirar o folar"
As mesas preparavam-se para receber a bênção e beijar a cruz. Ornamentadas e recheadas ouviam o Padre dizer: Deus ressuscitou e entrou nesta casa, Aleluia, Aleluia, Aleluia!

4 comentários:

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Com tanta animação em Murçós, estás desculpado por não teres ido a Rebordaínhos... gostaria de te ter visto, mas paciência, fica para a próxima.

É, de facto, gratificante ver como os filhos da terra regressam para matar saudades e manter vivas as tradições.

Beijos

antonio disse...

Lamento muito não ter podido estar convosco, tanto mais que queria visitar a vossa casa... mas, infelizmente, as vidas são assim.
Obrigado pela visita, e parabéns pelas lindas fotos, e as informações que deste sobre a terra. O nosso blog está lindíssimo. Beijos

Olímpia disse...

Olá António,
De vez em quando, passo pelo teu blogue e, desde já,quero felicitar-te.
Também estranhei não te ter visto em Rebordainhos. Desta vez, permanecemos por lá mais tempo do que o que é habitual.E soube-nos muito bem.
Tentarei comentar com mais frequência pois tu bem o mereces.

Beijos

Olímpia

antonio disse...

Obrigado Olímpia pela gentil visita... vamos fazendo! Como amadores, mas cheio de boa vontade.
Também tinha gostado estar convosco em Rebordainhos, conhecer a vossa linda casa, mas... a visita a minha mãe e irmãs preencheu-me o tempo todo... fica para a próxima. Beijos