segunda-feira, 29 de abril de 2013

Amizades

 Um dia a maioria de nós separar-se-á. Sentiremos saudades das animadas conversas, lançadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos risos e momentos que compartilhamos... 

Saudades até dos momentos lagrimosos, da angústia, das vésperas de finais de semana ansiados, de finais de ano festejados, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje  já não tenho  tanta certeza disso. Em breve, cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a  encontrar-nos, quem sabe?  … Ainda que seja virtualmente, nos e-mails trocados...


 Podemos nos telefonar... Conversar, dizer coisas sem importância. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contacto tornar-se cada vez mais raro. Vamos- nos perder no tempo... 

Um dia, nossos filhos, verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!



 A saudade vai apertar o coração bem dentro do peito. Vamos sentir uma imensa vontade de telefonar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver meio desfeito, incompleto... tentaremos reunir-nos para o último adeus de um amigo. E entre lágrimas, correndo a fio pelas faces enrugadas, abraçar-nos-emos... 

 … e, já de partida, faremos promessas incumpridas, de nos encontrar mais vezes…  daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para seu lado, para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas, enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A revolução dos cravos


Foi há 39 anos... como o tempo passou! Veloz, porém, lembro-me como se fosse hoje... cada um de nós,que vivemos  esta revolução, podemos contá-la de forma contextual talvez diferente, seguindo critérios abrangentes, e localização no momento dos factos.
Eu estava no Porto, onde frequentava um curso de dactilografia e contabilidade, ficheiros e arquivos, na TECLA, que ficava na Av. Dos Aliados.Morava no Barro de Quebrantões Gaia, e tomava todos os dias, pela manhã, a camioneta que me deixava na estação de S. Bento, fazendo o resto do trajecto a pés. Passávamos no dia 25 de Abril de 1974 pelas 9h da manhã em frente do Quartel da Pesada, e, junto da ponte D. Manuel, no fundo da Av. então nomeada General Torres uma agitação gigantesca de homens fardados, obrigaram o condutor a uma paragem mais
demorada que de costume, e por entre os murmúrios receosos dos passageiros, ouvia-se dizer que os tropas andavam a armadilhar a ponte toda com explosivos, porque o povo se tinha revoltado por iniciativa dos Capitães, e em caso de resistência, do Governo de Marcelo Caetano seria destruída para não servir de passagem aos resistentes. Na minha jovem mente, passou um rápido frenesim ao qual dediquei pouca importância, supondo tratar-se de um acto isolado que não ia a lado nenhum...Mas ao entrar na escola, de imediato nos disseram para regressar a nossas casas o mais rápido possível, e que iam fechar as portas imediatamente. Ao sair as portas do grande prédio, na Av. dos Aliados, fiquei perplexo, confuso, e temeroso com o que se deparava aos meus olhos. Uma multidão de pessoas gritava
e corria em todas as direcções como se toda a gente tivesse enlouquecido...os policias fugiam refugiar-se não sei onde, e eu, só tive tempo de pensar como fazer para atravessar o rio Douro e ir meter-me em casa. Os transportes já não circulavam, optei pela corrida a pés. Tomei pela rua das flores, desci à ribeira, onde o aglomerado de pessoas era menor, atravessei pelo tabuleiro de baixo da ponte D. José, e, pernas para que vos quero até ao café mucaba, onde se comiam ricas francesinhas, passei junto do Externato Pedro Nunes que frequentava, sem uma olhadela, cheguei a casa ofegante e felicíssimo por ter escapado ao que parecia ser o fim do mundo.O resto dos acontecimentos, vivi-os através dos noticiários, da comunicação social. No mês de Maio do mesmo ano, ingressei na tropa, e fiquei deveras revoltado, quando meses depois, já em Arca d'Água, no RTM de engenharia nos foi ordenada uma fiscalização aos locais onde funcionava a (PIDE).Abençoado 25 de Abril que tinha acabado com tanta barbaridade.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

FALECIMENTOS



Faleceu ontem o Sr. Davide Silva. O seu funeral terá a sua cerimónia  hoje, dia 24 de Abril por volta das 15 horas na Igreja de Murçós.
A todos os seus familiares deixo aqui os meus sentidos pêsames.
Que a sua alma descanse em paz

domingo, 21 de abril de 2013

Amanheceu na minha vida...


Acordei tarde…já o sol raiava, através das vidraças do cantinho onde adormeci. Era Domingo, um dia, como tantos outros. Não sonhei durante a noite…. Ou se sonhei foi um sonho amnésico, daqueles que só nos lembraremos quando os nossos olhos se fecharem definitivamente... Porém, na minha mente, entoava um cântico religioso, desviando o pensamento de outros caminhos, actos ou projectos, em vias de concretização.
- Amanheceu na minha vida,… - Dizia ele – Encontrei-te Senhor, e compreendi o que é o Amor.
 Será que compreendi? Que um dia me será facultada esta compreensão, procurada e desejada por todos? O apodrecimento dos seres vivos transforma o ambiente atmosférico numa descarga de resíduos fedorentos… a vida n’um vaivém sem elasticidade, que nos condena e atira para o colapso de fabrico humano. Perduram as dúvidas… a sinuosidade pessimista das nossas acções prevalece através dos tempos… Será que encontrei realmente aquilo que talvez nunca tive com ou sem direito? Os grandes poetas descrevem com minucioso engenho o amor! Os pintores colocam-no nos quadros que pintam, com delicadeza encantadora! Os pregadores teólogos, tecem, com ele, teias gigantescas, envolventes, mas, tão frágeis quanto a resistência dos seus fios… sonhar com o amanhecer! Procurar, e… encontrar, que lindo sonho!

sábado, 20 de abril de 2013

Cotidianamente


É uma rotina inquietante... pelo menos, o sol voltou e alegra momentos apreensivos onde os pensamentos dão reviravoltas à procura de uma saída para o envolvimento atractivo que nos retém pelo interesse e pela valorização do que fazemos, sabendo que pode ter alguma utilidade... fingimos, às escondidas, ao abrigo dos olhares fulgurantes os quais  nos sangram a alma com julgamentos insensatos, sem fundamento nem valor equivalente à mediucridade... apenas pela tentação do Demónio maquivélico que nos persegue invisível mas, ireversivelmente convincente, aproveitando-se da fragilidade ocasional, ou da saturação duradoira que nos puxa para baixo até nos afundarmos no abismo...É lógico o leitor gostar de histórias repletas de magia onde o poder admirativo satisfaz a sede desidratante... o prazer e o entusiasmo das reality show, qualquer coisa para se meter o dente, expressão francesa, que justifica a falta de novidades novas, interessantes atractivas.
Nem sempre o escritor, mesmo inspiradíssimo, consegue satisfazer a curiosidade nem a espectativa de todos porque todos não somos um só...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dia de Santa Luzia

 A peregrinagem à santa Luzia, pelos fiéis moradores de Murçós, é uma tradição que vem de tempos longínquos, cuja perseverante dedicação, e crença, ainda hoje, se torna indispensável a visita a esta romaria, quase uma obrigação.

Ontem, 80% dos moradores de Murçós, prepararam as suas merendas, o sol radiante convidava ao passeio, meteram-se nos seus carros, direção às Falgueiras, para assistir à Eucaristia programada para o meio-dia. Ainda houve quem fizesse o caminho a pés, O Ruben de tenra idade, e sua mãe que em tempos ainda recentes tinham feito o mesmo percurso, por promessa, carregando a mãe, com o miúdo às costas, durante todo o caminho.

Sozinho, na minha carrinha, tomei também este caminho, pelo qual centenas de pessoas andaram em tempos, para ir á festa da Santa Luzia… a paisagem é maravilhosa, sentimo-nos serenos, uma paz indiscritível, por terrenos acidentados, floridos e perfumados selvagemente com a naturalidade adquirida pelo nosso planeta terra. No meu lento percurso, avistei a linda capela da Senhora do Areal, que lá da sua encosta abençoa aqueles que a olham com olhos admirativos e a veneram. Também a linda Aldeia de Agrochão, aparece no cimo da montanha, beijada pelos raios luminosos do sol… acolhedora, sorridente, acostumada à passagem destes fiéis, que através dos tempos 
 guardaram bem presente o dia da festa da Santa Luzia.
 . Chegado às pontes, onde o antigo moinho, embora reestruturado, merece a nossa reverencia pela beleza do local. A água corria suavemente, por entre ramos variados do arvoredo que brota com todas as forças. Aqui foi criado um espaço para merendas, numa envolvência extasiante!
 Quedei-me por alguns minutos, parado na ponte, a admirar e saborear a serenidade do corpo e da alma. Mas, como não podia quedar-me ali indefinidamente, segui o caminho que me levou até ás Falgueiras. Chegado aí, e antes de visitar a capela, passei, já a pés, junto do local que noutros dias fora uma eira, onde se dançava ao toque de autofalantes…lembrei-me do que tinha ouvido contar: a rapaziada de Murçós, nos anos setenta, quando saíram as “motos”juntaram-se em volta da dita eira 45 veículos, todos vindos de Murçós, o que impressionou, o pessoal presente, e justifica a reputação de uma grande Aldeia. ou motociclos de 50cm3, “ zumdapes xf 5 ou saches, n’um dia de romaria da Santa Luzia,
 
 Finalmente, a procissão com os andores ornamentados com lindas flores naturais, comprovou a multidão que veio como todos os anos visitar a pequena Aldeia… crentes, e devoção reveladas.
No final, cada qual escolhe o lugar para instalar a abastada merenda, saboreá-la, e dar ao “papo” falando de coisas e de outras.


sábado, 13 de abril de 2013

As peripécias do "mitonho"


 As histórias do “ mitonho”
Murçós, como tantas outras Aldeias, é afetada pela desertificação e diminuição populacional, cujas consequências, como todos sabem, provocam desalento e determinada impotência circunstancial. Porém, para os que cá vivem permanentemente, e os que vem de tempos a tempos, uma das artes praticadas, para matar o tempo é: “ as candongas do mitonho”… chamo-lhe assim porque não sei com toda a certeza se são verídicas ou inventadas…  certo é, que as conheço de cor e salteadas, como a tabuada quando andava na terceira classe, por as ter ouvido contar centenas de vezes, onde quer que ele encontre alguém disposto a ouvi-las, e dar umas gargalhadas, sobretudo no café do Reis. Este homem, cujo passado foi um romance de dificuldades, não tem vergonha dele nem dos seus, cujas origens, da mãe, eram espanholas, daí a alcunha de : “mitonho”, o seu verdadeiro nome António Correia. Vejamos então algumas delas…
Trabalhava ele e o Zé Adelino nas minas de Ervedosa, deslocando-se a pés, creio nos fins-de-semana, para Murçós, por caminhos sinuosos, distantes, que ambos percorriam alegremente. Um certo dia, ao passar junto do moinho do “borracho” às pontes, viram a filha deste, de idade jovenil, pastorear um rebanho, brincando alegremente enquanto o rebanho comia pausadamente, e os cães ladraram, ao vê-los aproximar-se. Vinham vestidos com as fardas de trabalho, inclusive os capacetes obrigatórios nas minas. Olharam um para o outro e… chegando-se para perto da mossita, pergunta um deles:
 - Tens licença dos cães?
- Não – respondeu a moça
- Então vamos ter que multar-te…
E já  o Zé Adelino metia a mão no bolso e extraía um papel qualquer, talvez de enrolar a merenda, escrevendo o que quer que fosse.
Estendendo o braço na direção da rapariga, o mitonho disse: - Toma. È para ir pagar a Vinhais…
Dias depois iam passando no mesmo lugar, quando viram o moleiro dirigir-se a eles. – Mau… - disse um para o outro. – A multa voltou para trás…
Mas o moleiro tinha compreendido a brincadeira e até os convidou para beber um copo na sua casa. Eles seguiram-no sempre com desconfiança, e já depois de libertados davam pulos como macacos satisfeitos com a personagem de agentes policiais.
Os pais do “mitonho” viviam junto da mineira, numa casa pequena e pouco confortável… um certo dia um Sr. da terra mandou-o chamar, queria falar com ele. O mitonho acompanhou o pai até à Aldeia, e foram bater a porta da casa do sujeito, o qual foi direito ao assunto: - Queres um par de coelhos de meias?
- Claro que quero…
 O outro trouxe de imediato o casalinho de coelhos, e os meeiros levaram-nos para casa. Dois dias depois manda o seguinte recado para o proprietário:
- Venha buscar a sua parte dos coelhos, que nós já comemos a nossa…
Os pais do “mitonho” tinham uma cabra, que lhe ia dando leite regularmente, mas… estavam sem tostão e o pai resolveu ir vendê-la à feira dos Chãos, e o filho acompanhou-o. Chegados a Espadanedo, entraram no tasco, e conversa puxa conversa, apareceu um comprador para a cabra que esperava ansiosa à entrada. Com os trocos da venda os dois começaram a mandar vir e pagar rodadas atrás de rodadas, mais uma merenda já em Murçós com chouriço e pão. E… esgotou-se o dinheiro da cabra. Voltaram para casa de mãos lavadas e bolsos vazios.
O “mitonho” era assíduo perseguidor da passarada, passando parte do tempo à procura dos ninhos. Um certo dia alguém lhe ensinou um já com pássaros meio vestidos. Não tardou a ir visitar o ditoso ninho, não fosse o diabo tesselas e alguém o descobrisse. Situava-se na ponta de uma carvalheira já com certa altura, no meio de um enorme silveiro. Mas… para o “mitonho” não havia nada que resistisse, e lá foi engatando pouco a pouco, até chegar aos filhotes do ninho com as mãos, e ar rejubiloso pela aquisição embora difícil. Perto do local alguém vigiava todos os seus gestos, escondido. De repente, ouviram-se as pancadas de uma machada que à presa tentava cortar a carvalheira, e o “mitonho” começava a ficar lívido com o receio que aconteceu momentos depois caindo com a árvore no meio do silveiro, de onde saiu todo arranhado e sem pássaros.
Amigalhaço do Manuel “falina” o “mitonho foi visitá-lo um certo dia que ele tinha vindo de França passar uns dias em Murçós. Estava um frio invernal, mas, o amigo foi ao bairro do Queirogal visitar o outro. Já de fora viu levantar-se uma fumaceira que saía da cheminé da casa do Manel. Convidou-o a entrar dizendo: - tenho uma lareira que dava para assar um vitelo.
O mitonho entrou e ao fitar a lareira do Manuel desatou a rir… o amigo não compreendeu e o matreiro não se descoseu… mas, ao chegar ao café do Reis disse:
- Hoje em casa do “setas” havia uma lareira tão forte que dava para assar um vitelo…
- Como assim perguntamos?
E às gargalhadas… feito de trochos de couve… olé!!!!


quarta-feira, 10 de abril de 2013

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ali baba e os 6


Poderíamos chamar-lhe o Clã (clan) das quintas… ou talvez: a caverna de ali baba… ou ainda o grupo dos seis… porque são exatamente seis a dividirem-se entre eles o bolo, que o fundo de financiamento das autarquias locais envia de três em três meses, para pagamento das compensatórias, (chamam-lhe assim)  e outros serviços, dos membros do executivo das Freguesias e assembleias onde existem mais de 100 eleitores, o que não é aqui o caso, tendo entre as três Aldeias apenas 32 eleitores, chamando-se plenário… Estas informações foram ontem recolhidas junto de políticos bem informados, afirmando que se praticavam estas divisões n’outras freguesias do Concelho de Macedo, com conhecimento do Município, em
detrimento chantagista de votos adquiridos


Mas, depois de fazer as contas, e se as compensatórias são iguais para todos os membros do executivo, verificamos que os valores não são proporcionais, supostamente, o presidente eleito por força das circunstancias, ficará com o maior quinhão? Um Presidente de Junta ganha mensalmente 250 euros e os dois vogais 2oo cada um. Neste clã de seis recebem cada um, todos os três meses 250 euros, sobejando, 450 euros após pagamento efetuado pelos compradores de votos.
É lamentavelmente vergonhoso pagar-se um dever cívico, com dois tostões dos quais estes oportunistas não abdicam, e as leis votadas deixem pairar este sistema mafioso e desonesto, indigno… para cúmulo da indignação, nenhum dos seis citados tem capacidades intelectuais, para prestar qualquer serviço prático, pagando a um contabilista.
Vão pertencer brevemente a um agrupamento, e, andam de orelha murcha e lágrima no olho porque se acabou a mamadeira, embora substancial. O (Borsalino) Nº 1 ainda tentou por todos os meios integrar-se no seio de qualquer partido, desde que tivesse um taxo, mas, os eleitores do agrupamento não são os moradores do seu território… viveu anos a oprimir pelo orgulho do poder… chamo-lhe eu um pobre diabo!
A humanidade é ingrata e ambiciosa, os humanos são tão fracos que não resistem ao tilintar de uns trocos.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

A doença do Edgar



INJUSTIÇAS
Há casos, legados por Deus, ou quem quer que seja, aos seres humanos, que nos projetam numa perplexidade absurda, incompreensível, medonha. Quando presenciamos alguns deles, vários sentimentos invadem a nossa autoestima, designadamente a condescendência, a revolta, e, até a repugnância.
Para melhor compreensão do meu raciocínio, passo a narrar, o que se passou hoje, dia 4 de Abril de 2013, em Murçós junto do café do Reis, pela tarde, assentados a saborear o tédio sol, enquanto bebíamos uma mini, e meia dezena de outras pessoas falavam de coisas sem importância, banais, para passar o tempo.
O Edgar, filho do tio chico e da Isabel, nasceu com uma doença crónica, a diabetes (glicose) como grande parte dos filhos desta terra sabem;  A “diabetes tipo 1” ocorre devido à baixa ou nenhuma produção de insulina pelo pâncreas, exigindo injeções diárias de insulina para que o nível de glicose no sangue se mantenha normal.
A diabetes pode baixar, por diversas rasões, rapidamente, a um nível crítico envolvente, deixando o doente num estado lastimável próximo da Esquizofrenia, e as pessoas que o rodeiam em pânico total. Aconteceu com o Edgar, hoje apenas por ter feito o esforço de acompanhar os pais ao campo, e, nós estávamos presentes para testemunhar… mas, centenas de vezes, ao decorrer dos seus 27 anos, oculto dos olhares expressivos, quase extremosos, deitado na sua cama, às 2h da manhã, ou em qualquer outro lugar, este rapaz foi vitima desta doença, com a qual aprendeu a viver, apenas com a ajuda dos pais carenciados e corajosos, os quais sempre tentaram comunicar-lhe a ideia de ter nascido como todos os outros jovens, com o “ handicap” , é verdade, mas com as mesmas possibilidades dos jovens da sua idade, e isso não foi nem nunca será a realidade dos factos. A sua autonomia é limitada, ficará dependente de outra pessoa para o resto da sua vida… e, tal como hoje, que o nível da glicose baixou quase a zero, contração dos seus membros, ausência absoluta de controlo psicológico, e sofrimento atroz, o seu destino foi traçado, e, será assim para sempre… O que mais me revolta, são as leis votadas por pessoas que não sabem o que é o humanismo, e tem coração mais duro que as pedras arrancadas nas minas… não lhe é conferido o direito a uma pensão de invalidez por que razão? As várias diligências engendradas pelos seus pais embateram num muro de granito, por não terem meios para subornar os elementos escolhidos pela segurança social para decidirem quem deve ou não receber uma pensão de invalidez… lamentavelmente vergonhoso para um povo que se julga culto, um dos seus médicos indagou o seguinte: - Nós arranjávamos-lhe uma pequena pensão mas era se fosse cego de um olho…
À semelhança de um País corrupto, egoísta, cínico, vaidoso, este médico merecia a forca… como se podem dar fundos a quem não tem direito e omitir voluntariamente casos como este? Fica o apelo desesperado para quem poder fazer algo para que esta rapaz possa viver com uma doença complicada, mas, com dignidade e o mínimo para sobreviver…