FELIZ ANO NOVO

Na grande peça da vida mudam-se os anos, mudam-se os capítulos, alguns atores são substituídos, mas a verdadeira beleza desta história está nas personagens que permanecem nas cenas mais queridas. A todas as personagens que participaram, que participam e participarão dos capítulos da minha vida desejo um Próspero Ano Novo."Que a luz cintilante brilhe nos vossos olhos… a felicidade transpareça nos vossos rostos… o amor façam bater vossos corações… e o vosso corpo usufrua de um viver saudável… enquanto esperam a mensagem que a pomba branca transporta no seu bico… dias melhores virão, para os que sofrem… a esperança renasça, e as lágrimas sequem… para que os rios voltem a ter o encanto perdido… as flores o perfume natural e a humanidade considere que a justiça, a verdade, e a paz são os principais ingredientes desta rápida passagem.

VOTOS SINCEROS DESTE PEQUENO ESPAÇO…

Sentimentos

Fernando Calado

... quase poema... ou em boa companhia

Pouco me doi o Inverno... e esta noite ficarei aqui...sentado ao lume acreditando que o mundo termina bem perto da Senhora da Serra. A minha avó nunca viu o mar...nem andou de comboio, mas esperou durante uma vida, pacientemente que chegassem os almocreves... a quem era preciso dar de comer, aquecer ao lume e fazer a cama no amanho da palha nova.
Ouviu dizer que o comboio chegava ao Porto em 8 horas e não entendia porque os homens tinham tanta pressa se ela tinha o tempo todo do mundo para viver e ser feliz! Se ela tinha um ano inteiro para criar os filhos, semear a horta, fiar o linho, tecer a colcha, matar o porco, fazer o fumeiro, aturar o Soto, guardar o Sábado e ser feliz!
Por isso regressei a casa minha amada e quando sinto frio aconchego-me no teu xaile e espero que cheguem outros almocreves que também descobriram o segredo de viver sem tempo.
És tao linda, Maria Oliveira minha avó... hoje vamos passar o serão só nos dois... tu bordas uma toalha em ponto de crivo...talvez uma vizinha se encante e queira comprar... judia antiga...que nasceu no ritual maior do negócio...enquanto tu bordas eu escrevo coisas que não servem para nada e assim passamos a noite!
...ouvi dizer que agora já se vai de Milhão ao Porto em 2 horas... como os homens tem pressa!
... Mas isso é bom minha avó... um serão destes explico-te porquê para que a ingratidão não ensombre a nossa alma e possamos sonhar com outros mundos que ouvi dizer que se perdem de vista lá para os lados da Terra Quente....
... vamos fazer uma torrada e café no pote, não te esqueças de lhe deitar uma brasa para que assente!
...és tão bonita!

Da Autoria de: Fernando Calado

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SAUDADES

ESTE É O PRESÉPIO DA DEOLINDA

 Com a aproximação das festividades Natalícias, recordo nostalgicamente, aqueles anos, e foram muitos, em que nos reuníamos, em Athis Mons, na casa do Rafael que Deus tenha em bom lugar, Da Manuela Torres; Savigny, na casa do Moisés, ou Paris 17em na minha, com familiares de árvores genealógicas diversas, e amigos, sempre com o mesmo espírito de convivialidade, alegria aprazível, em volta de manjares dignos de Palácios, confeccionados meticulosamente com variadíssimos ingredientes, sobretudo frutos do mar, para além dos tradicionais produtos Portugueses. Os vinhos, seleccionados, acompanhavam, e não faltava o champagne a estourar quando era servida a “bûche” (tronco) de Natal .

As prendas rodeavam o pinheiro enfeitado com bolas cintilantes, ao pé do qual, parecia ter vida, o minúsculo presépio, composto com os personagens legendários da religião cristã.

À mesa, chegaram a sentar-se 25 pessoas, embora apertados, mas, havia sempre lugar para mais um, imprevisto e bem-vindo. Passávamos horas e horas, comendo e conversando, sem enveredar por linguagens indiscretas que pudessem ferir a sensibilidade de cada um. Como as vestimentas não fazem os monges, era segundo as possibilidades de cada um que se presenteavam pequenos e grandes, sem preconceitos nem julgamentos

BUCHE

Natais e fins de ano que festejávamos com toda a simplicidade, mas sem restrições, embora não tenhamos esquecido os tempos da nossa infância, e o que encontrávamos no dia seguinte no sapato , aqueles que os tinham, no coco, ou simplesmente junto à lareira… Todas as gerações devem viver no seu tempo, ainda que quem passou já por várias encontre diferenças, o que é normalíssimo, se nos referirmos à evolução dos tempos, e se tentarmos guardar,  sempre um espírito jovem que é o meu caso, veremos que só envelhecem os farrapos...

CHAMPS ÉLYSÉES

 Dezasseis anos já passaram, desde que resolvi voltar definitivamente à pacatez das terras apaixonantes, das quais me despedia, todos os anos, após as férias, com lágrimas nos olhos… hoje inverteram-se as coisas! Que ninguém me pergunte as razões… sou um saltimbanco forasteiro sem palco nem comédia… mas sinto tantas saudades daquelas terras… da gente culta e civilizada, da beleza dos lugares, dos passantes apressados e solitários nos pensamentos… daqueles lugares admiráveis onde passei toda a minha juventude… 30 anos, os melhores da minha vida! Em Paris eu frequentei a melhor escola do mundo… a da vida; nas variadas fases, mas que sempre me encheram o coração de felicidade! Sem ser perito em qualquer especificidade, adaptava-me com grande facilidade, a todas as tarefas, existindo três paixões mais profundas  a perseguirem-me desde a idade dos dezasseis anos… o futebol, o canto do fado, e uma mulher que me hipnotizou, em quem pensava dia e noite durante longos anos, sem conseguir desprender-me…

FRUTOS DO MAR

MONTRAS

 Era também, nas festa Natalícias, para alem das iluminações espectaculares, dos Champs Elísées, e nos grandes centros comerciais com as montras maravilhosamente decoradas nas Galeries L’Afayette, Rua do Faubourg S. Honnoré, rua Royal, et Av. Montaigne, uma dor de cabeça, durante o mês de Dezembro, na procura do presente mais desejado, para fazer prazer às pessoas queridas da nossa vida. Apesar da escolha ser facilitada pelos numerosos pontos de venda, também a procura era grande…
Tive a sorte de exercer uma actividade que me dava a possibilidade de frequentar pessoas de todas as classes sociais, de conhecer os hotéis mais famosos do mundo, os restaurantes mais 

reputados, os museus extraordinários, os caberets, como o Lido, Folies Bergères, Molin Rouge, estúdios televisivos, muita gente do show business, le cartier latin, la Surbonne, a praça do Têrtre enfim… uma cidade encantadora, que percorri de lés a lés durante doze anos de motorista, e que me saturou, voltando hoje com grandes saudades, e arrependimento de a ter abandonado.

MURÇÓS 2013  foto António Brás

 L’enfant de neige

un conte russe à lire en ligne

de H. A. Guerber

Ivan et Marie étaient mariés depuis quelques années déjà mais ils étaient tristes car ils n’avaient pas d’enfant.

Un jour d’hiver, comme le paysan était assis à la fenêtre, il vit les enfants du village qui jouaient dans la neige. Ils étaient très occupés à fabriquer une bonne femme de neige.

- Femme, dit-il, viens voir ces enfants. Ils s’amusent à faire une bonne femme de neige. Viens dans le jardin, amusons-nous à faire une bonne femme de neige aussi.

Le paysan et sa femme allèrent dans le jardin:

- Mon mari, puisque nous n’avons pas d’enfants, faisons plutôt un enfant de neige, proposa la femme.

- C’est une bonne idée! dit l’homme.

Et il commença à façonner un petit corps, de petites mains, de petits pieds. La femme de son côté façonna une petite tête et la plaça sur les épaules de la statue de neige.

Un homme passait sur la route. Il les regarda un instant en silence, puis il dit :

- Que Dieu vous vienne en aide.

- Merci répondit Ivan.

- Toute aide est toujours bienvenue reprit Marie.

- Que faites-vous donc? demanda le passant.

- Nous fabriquon une fille de neige. dit Ivan. Et tout en parlant il fit le nez, le menton, la bouche et les yeux.

Quelques minutes après, l’enfant de neige était finie et les deux époux la regardaient avec admiration.

Ils remarquèrent soudain que la bouche et les yeux s’ouvraient. Les joues et les lèvres changèrent de couleur, et quelques minutes après ils virent la statue de neige s’animer devant eux.

- Qui es-tu? Demanda Ivan tout surpris de voir une enfant vivante à la place d’un corps de neige.

- Je suis Blanche-Neige, votre fille, répondit l’enfant et elle embrassa l’homme et la femme, qui commencèrent à pleurer de joie.

Les parents conduisirent Blanche-Neige dans la maison et elle commença à grandir très rapidement.

Toutes les petites filles du village arrivèrent chez le paysan pour jouer avec la charmante fillette. Elle était si bonne et si jolie!

Elle était blanche comme la neige, elle avait les yeux bleus comme le ciel, sa longue chevelure dorée était admirable, et bien que ses joues ne fussent pas aussi roses que celles des autres enfants du village, elle était si douce que tout le monde l’aimait beaucoup.

L’hiver passa très rapidement, et Blanche-Neige grandit si vite que quand le soleil du printemps fit verdir l’herbe, elle était aussi grande qu’une fille de douze ou treize ans.

Pendant l’hiver Blanche-Neige avait toujours été très gaie, mais quand le beau temps arriva elle devint morose. La mère Marie le remarqua et dit :

- Ma chère enfant, pourquoi es-tu triste? Es-tu malade?

- Non, je ne suis pas malade, ma bonne mère, répondit l’enfant, et elle demeura tranquillement à la maison.

Les petites filles du village arrivèrent et dirent :

- Blanche-Neige, viens avec nous, nous allons au bois cueillir des fleurs.

- C’est une bonne idée! Se réjouit Marie. Va t’amuser avec tes amies, ma chérie, va cueillir un joli bouquet dans les bois

Les enfants allèrent au bois, cueillirent des fleurs, firent des bouquets et des couronnes et quand le soir arriva elles firent un grand feu.

- Maintenant, Blanche-Neige, regarde bien et fais comme nous dirent-elles, et elles commencèrent à chanter et à danser. Elles sautèrent joyeusement l’une après l’autre à travers le feu. Tout à coup elles entendirent un cri : « Ah! »

Toutes les petites filles se regardèrent, et remarquèrent que Blanche-Neige n’était plus là.

- Blanche-Neige, où es-tu? crièrent-elles, mais Blanche-Neige ne répondit pas. Les petites filles cherchèrent en vain, elles ne trouvèrent pas leur petite compagne.

Ivan, Marie et tous les paysans cherchèrent aussi en vain la petite Blanche-Neige.

Elle s’était changée en une petite vapeur au contact du feu, et elle s’était envolée vers le ciel d’où elle était venue sous la forme d’un flocon de neige.

FIN

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• Auteur : Hélène-Adeline Guerber (1859-1929)  (Blanche Neige dans « Contes et Légendes, conte traditionnel russe)