A escolha do título foi do Vítor (poulo) um amante
incondicional dos usos e costumes de Murçós, que vislumbra ainda e sempre,
longe, no tempo da sua juventude, em conjunto com outros dispersos pelo Mundo,
e, tal como ele também relembram, carinhosamente, embora com certa nostalgia os
bons e os menos bons momentos passados na terra onde nasceram. Eram outros
tempos! Difíceis talvez… porém, genuínos. É um dos que volta sempre que tem
dois dias de folga, não para matar saudades (como se costuma dizer)
simplesmente para reviver com os que cá ficaram a euforia que contribuiu para a
sua felicidade, constituir uma família compreensível e tolerante, uma situação
social sem arrogância nem preconceitos, na simplicidade que o carateriza, modéstia,
alegria, e amizade verdadeiras.
Nunca se poupa na entre ajuda popular sacrificando se
necessário o preconizado ao justo, o natural ao supérfluo. Louvor seja dado a todos
aqueles que vindos de famílias modestas conseguem manter essa modéstia, e resistir
à tentação maléfica, levados pela ganancia e a avareza.
- Pereira; faça aí uma grande reportagem – pediu o Vítor em
tom de brincadeira.
Não vai ser certamente uma grande reportagem de
interesse público, mas uma reportagem de grande valor sentimental, que começou
na esplanada do Reis em palavreado e se realizou em casa da tia Maria
Alexandrina, mulher espetacular a quem nunca ouvi um queixume, venha quem vier,
na sua casa há sempre um petisco para dar e um sorriso nos lábios para desejar
as
boas- vindas. Nesta tarde de Agosto de 2015, já com a
chegada de muitos filhos da terra para passar uns diazitos com os familiares e
amigos, o tempo tórrido e o ambiente quente, preconizou-se um convívio em volta
de 6 kilos de camarão grelhado na prancha, um vinho verde fresquinho, sem
esquecer as entradas com produtos da terra: presunto alheiras chouriças e a
salada para acompanhar. O cozinheiro, Moisés; vestiu o avental e afiançou-nos
um petisco inesquecível com o segredo do molho de cujos ingredientes só
consegui apurar as “beldroegas”. Não nos desiludiu, os petiscos estavam
deliciosos, sendo mais importante ainda, o apreço convivial de uma tarde bem
passada contando várias passagens do passado, umas verídicas outras por certo
já contadas pelos bisavôs.
Repetimos o convívio, no dia seguinte, na esplanada do Reis,
em volta de uma mesa de chincalhão, com outros intervenientes, que me esqueci
de fotografar pelo que menciono os nomes esperando que me não levem a mal. Eu,
Reis, Jorge (Negreda) Toby,Elidio,Tó-zé, Jaime, Zé (Faustino) desta vez em
volta de 4 kilos de moelas cozinhadas ao nosso lado pela Deolinda, e um casal Garcia
fresquinho para acompanhar.
Esta Aldeia precisa desta animação para recuperar as
tradicionais farras de que tanto gostavam e se orgulhavam. Com a aproximação da
festa do Divino Senhor, as novenas seguem ao ritmo normal de crença, e os
mordomos não tem descanso, tentando arranjar dinheiro para pagar os contratos e
honrar a festa como sempre aconteceu.
Para os que não vão estar presentes deixo a cartaz das
festas, desejando a todos umas férias bem passadas, saúde paz e amor.
1 comentário:
É isso mesmo Pereira,grande reportagem para uma grande ocasião.
foi espectacular.
não sabes o quanto me sabe bem.
abraço e até já.
Victor Fernandes.
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