quinta-feira, 29 de junho de 2023

Escrevo no gelo o frio que me corre nas veias e paraliza os movimento de um corpo verde, envergonhado e frustrado. Não atingi a celebridade por aí perdida nem o grau curricular académico que não me estava destinado, refugiei-me na simplicidade caricata que melhor vestia uma personalidade rude e terna ao mesmo tempo, sem invejas nem remorsos, guardando a identidade que me foi atribuída à nascença, na pasta educativa valores e princípios adquiridos neste mundo cruel, feroz que tenta a todo momento embarcar-nos para as trevas desastrosas da infelicidade. Resisti às tormentas, mas embarquei no comboio sem destino. Volto raramente às raízes e um beijo ou um abraço de pessoas que não avistava havia tanto tempo, nutrem as nostálgicas saudades da terra que sempre tanto amei e que guardo num coração dorido que o passado me traz de volta numa bandeja de prata. Lembro-me dos que comigo caminharam, ou apenas deram alguns passos, e nestas reflexões medonhas, o coração quase para de bater, os olhos tornam-se nascentes de rios correndo sem destino, desaguando em oceanos cheios pelas mesmas razões. Tive tantos verdadeiros amigos que me abandonaram nas encruzilhadas da vida sem mentiras nem falsidade! Guardo deles o melhor que me tomaram, e o delicioso que me legaram. Amigo é um nome pesado que nos verga com exigências e nos inaltece nos momentos penosos por onde todos passamos. É o confidente1 onde podemos depositar a confiança e os segredos, as máguas e as penas, as alegrias e a esperança, a nossa vida em mãos que jamais vacilarao, ainda que a terra trema.... Amigo está à hora certa no local marcado, não mente nem foge às responsabilidades dos seus atos, mesmo mediante a a ameaça da força. Amigo é simplesmente amigo

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