domingo, 24 de novembro de 2024

Lembra-te… Do presente que rapidamente se torna passado. Dos que caminharam sempre a teu lado, das árvores despidas por outonos vindos, do leito construído para nele te deitares, daqueles a quem refusaste carinho e mimo, e dos que por ti passavam que sempre desprezaste. Como loucas rias do seu lento andar julgando que a tua jovialidade jamais iria acabar. Lembra-te enquanto puderes, para se um dia chegar, a amnésia, feroz, sem sentimentos, e não te deixe pensar. Esta vida é parca, ligeira a correr, insensível, desdenhosa, cheia de nuvens a chover. Lembra-te como foste, imagina quem podias ter sido? E nunca te esqueças, do tempo perdido. Tudo se deve, e paga, mais cedo ou mais tarde, esperanças vãs girando com alarde, escaladas medonhas, sem abrigo, desespero adquirido, que chega atrasado. E se n’um dia de sol a luz se apagar, é tarde demais para te lembrar, Só ficam vivências para alguém recordar.AB

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