A falta de notícias, diz o adágio, são boas noticias... com tudo, quem escreve, prefere o adágio Francês que diz: "Jaimerais havoir quelque chose à me mettre sur la dent"... Escasseiam os temas e as conversas são facilmente postas a dia...só um casal de galinhas, indiferente aos rumores problemáticos da vida, tenta bicar, em vão, uma minhoca, escondida por baixo da terra, esperando que chova para vir à superfície espreitar se há ou não há novidades... há quem lhe chame monotonia! No sossego atraente de um verão quente, as pessoas levantam-se com o galo, percorrem caminhos sinuosos tropeçando n'um calhau mais saliente porque o dia só começa a aclarar as ideias, e as últimas estrelas, lentas como tartarugas
teimam em deixar o firmamento...Os legumes necessitam ser cavados, porque as ervas daninhas, tentam sempre superar-se... regadas, enquanto as chuvas prometidas, demoram a chegar... meio disederatadas agradecem aquelas gotas fresquinhas, retribuindo com frutos saborosos... ontem trovejou...parecia que a atmosfera revoltada, sabe-se lá porquê, manifestou-se com rugidos e relâmpagos dignos do: Apocalypse now... o vento soprou voraz trazendo consigo granizo danificante, e as pessoas, crentes nos poderes supremos, correram abrir as portas da igreja, implorando Santa Bárbara de protecção com rezas e promessas de convertimento. E choveu... e no dia seguinte os camponeses levantaram-se já o sol ia alto.
As pombas pressentiram a aproximação dos invasores destrutivos, e, em bandos com a maior rapidez, abrigaram-se na casa antiga e protectora denominada: Pombal. ... Baixavam a cabeça, metiam o bico entre as asas, e fechavam os olhos, enquanto esperavam que o furacão passa-se... e não houve danos em Murçós... os feijões continuam a subir paus acima, enquanto os tomates dão amostras coradas e promissoras... da cebola mais ácida caiu uma lágrima que não era de dor, e as cenouras continuam a perfurar a terra à procura de espaço para crescer.
Já há figos. As cerejas terminaram o seu ciclo... pretos e brancos, os lampos, aparecem coradinhos lá para os lados do Vale-Grande... e as pessoas não se fazem rogadas... comem nas figueiras, trazem para os que ficaram na guarda da residência, ao abrigo do sol abrasador, cerca dos 40 graus.
Por lá não se vê ninguém, mas, a labuta é constante, sobretudo pela manhãzinha.
O Reis entregou o seu comércio ao Tito e irmã, dedicando-se agora à extracção da cortiça, com o Carlos.
O tradicional salpicão caseiro continua a deliciar os que merendam em casa ou fora... juntamente com o presunto fazem uma casa farta, com um tomate cortado em quatro e duas areias de sal... uma cebola criada biologicamente, pode muito bem acompanhar... os gostos são relativos. As segadas estão no fim. Recolhem-se os fardos que servirão, no inverno, para alimentar os gados, e "estrumar"
Nas horas vagas, os jardineiros improvisados, regam e tratam carinhosamente, as lindas e perfumadas flores, com imenso prazer e boa disposição, porque o stress aqui não existe.
Dentro de pouco tempo, a população em Murçós torna-se quatro ou cinco vezes maior, para felicidade dos que chegam e dos que estão cá. A Emigração ou imigração, tornaram-se necessárias pelas desastrosas circunstancias nas quais está prostrado o nosso País, mas, considerem muito corajoso abdicar de certas regalias , para poder usufruir de uma vida melhor... ter trabalho.
Desejo a todos as Boas-vindas à vossa terra, umas férias memoráveis, saúde paz e alegria.
2 comentários:
O lá Sr. António!
Você consegue abrir o apetite mostrando aquelas deliciosas fatias de salpicão. Já que ficamos apenas com as vistas e o apetite afiado, que tenham bom proveito!
O Galo pedrês também cantava melhor dentro da panela!
Que belas fotografias publicou
Cumprimentos
Olá Sr.(a) Anónimo! Obrigado pela visita e comentário... mas, sobretudo pelas palavras elogiosas as quais fazem sempre prazer...
Receba também os meus cumprimentos
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