sábado, 19 de dezembro de 2015

NATAL

 O Natal é a pérola das festividades religiosas. Simboliza o nascimento, a paz, alegria e amor… aquilo que nos foi concedido para doar, durante um percurso traçado entre flores e espinhos, alegrias e tristezas, saúde e doença, amor e ódio, vaidade e humildade, avareza e generosidade… o tempo vai passando… aparentemente lento como o andar da tartaruga… mas corre, corre como o vento que sopra e não vemos… acariciando levemente o presente ou trazendo à memória azedume que um dia provámos… não se sabe para onde corre tão veloz, nem o que vai encontrar pelo caminho… será um futuro longo e risonho? Pode também ser a tempestade que arrasta para o desvairar? Um dia, um ano, tantos dias e tantos anos… buscando o que sempre nos falta; aquilo que tanto desejaríamos ter ou ser! E… de repente tudo se apaga; escureceu. As ondas do mar apagaram o que o destino escreveu na praia de areia fina, num dia de verão onde os raios solares se misturaram com as gotas de chuva caindo do céu… que lindo arco-íris! – Murmurava a criança pela qual ainda tinham apenas passado seis anos, extasiada com o deslumbre da magnificência colorida. Lá longe, onde o sol castiga mais, não há pão para comer nem água para beber… as pernas não suportam o corpo… caem no chão árduo como árvores fulminadas por chispas… e não veem uma única luz! … Nesta quadra Natalícia onde tudo se enfeita… cintilam as bolas que ornamentam pinheiros, ruas, montras, nas terras da abastança, enquanto noutras caem bombas matando e destruindo, inocentes e os lares que lhes serviram de abrigo enquanto fumavam o cachimbo da paz…
 Prendados e felizes, quem se lembra de um amigo que tropeçou nos obstáculos mundanos, neste dia chamado de “réveillon”? É lindo! Sim, é lindo ver toda a família reunida em volta de um repasto tradicional numa confraternização que esperou numa lista de contratempos, enquanto o vento passava, e não parava às nossas portas… Que magnifica recompensa! O Mundo foi assim concebido e pouco ou nada podemos fazer para transformá-lo. Vale a pena encher a barriga um dia a um mendigo sabendo que passará mais 364 cheio de fome? E quantos como ele cariciam de ajuda? Podemos sim abençoar ou amaldiçoar o destino justo e injusto e não cair na tentação da autodestruição e cingirmo-nos  com abnegação à frustrada cobardia…
Amigos e filhos de Murçós, deem o primeiro passo no sentido correto da cidadania cívica, dever que vos possais orgulhar, e gritar, como o pastor que conduz seu rebanho, alto e bom som, aqui estou minha família, meus amigos de agora e de sempre, meus conterrâneos inesquecíveis, para louvar condignamente as raízes que me prendem à terra e não ao toque dos sinos dando “sinais”.
Desejo-vos do coração, onde quer que vos encontreis, assim como aos visitantes, um Felicíssimo Natal e prospero ano 2016, que a arca de Noé se encha de tudo o que mais precisarem e desejarem. Saudoso abraço

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