domingo, 17 de julho de 2016

Viveres



simplesmente maria
VIVI…
Vivi na ignorância e na incompreensão
Na mentira e desilusão
Na falsidade e corrupção
Vivi feita carne para canhão
Agora
Vou querer morrer no meio da solidão.
Uma campa rasa no chão.
Não quero mármore branco e frio
Enterrem meu corpo na lama
Cale-se a voz que me chama
Deixem minha alma deambular no vazio
Quero voar na eternidade
Nas asas de anjos desprovidas de maldade
Rumo ao infinito
Numa nuvem tatuar rosas douradas.
Decifrar no azul do céu palavras cruzadas
Falar linguagens codificadas
Recolher almas penadas
Para fazer ver que não morri de dor
Morri de saudade
De ansiedade
De maldade
Morri de sonhos que sonhei em vão
E todos ficarão a saber que afinal eu tinha razão.
Morri de pé na clareira
Como uma árvore altaneira
Forte e rija.
Pura madeira.
Acto de negação
Eu morri de pé!
Ficaram apenas as cinzas no chão.
M.C.M. (São Marques)

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