quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O FIM

O FIM Hoje, Vela-me, como se vela um morto. Senta-te! Olha-me, agora, nubífero e deitado, Nos olhos deste corpo prostrado. Atento à flor-de-lis e purpúreas hortênsias, Símbolos do amor-perfeito, Com alguns lírios brancos Derramados pelo chão, Que recordam anos de solidão. Lê meus lábios… Nas palavras outrora proferidas, Dos monólogos que tive contigo, Agora lembradas e repetidas, Como um conselho amigo…Fita o meu corpo frio, Que mais não tem para deixar Além da Saudade eterna, Na eterna fome de te abraçar. Velas lúgubres que me iluminam, Luzes do além… Fontes de vida que terminam, Botões de rosas que renascem No perfume que a vida tem. Já cá não estou para te ver, Mas mesmo assim estou feliz, Por te ver renascer. Levando comigo o teu olhar, Sei que estarei sempre contigo, Em qualquer lugar, Mesmo lá no fim… Onde as cores terminam. E PARA TODO O SEMPRE…..
De Orlando Martins

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