O FIM Hoje, Vela-me,
como se vela um morto. Senta-te! Olha-me, agora, nubífero e deitado, Nos olhos
deste corpo prostrado. Atento à flor-de-lis e purpúreas hortênsias, Símbolos do
amor-perfeito, Com alguns lírios brancos Derramados pelo chão, Que recordam anos
de solidão. Lê meus lábios… Nas palavras outrora proferidas, Dos monólogos que
tive contigo, Agora lembradas e repetidas, Como um conselho amigo…Fita o meu
corpo frio, Que mais não tem para deixar Além da Saudade eterna, Na eterna fome
de te abraçar. Velas lúgubres que me iluminam, Luzes do além… Fontes de vida
que terminam, Botões de rosas que renascem No perfume que a vida tem. Já cá não
estou para te ver, Mas mesmo assim estou feliz, Por te ver renascer. Levando
comigo o teu olhar, Sei que estarei sempre contigo, Em qualquer lugar, Mesmo lá
no fim… Onde as cores terminam. E PARA TODO O SEMPRE…..
De Orlando Martins
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