Pelos
caminhos
Há quem lhes chame estradas, os mais vulneráveis e
restritos meios com os quais a vida os brindou, proprietários de velhos “calhambeques”
a caírem de ferrugem, latas amassadas, rodados que já não sentem os seixos
afiados a penetrá-los, como “manteiga em focinho de cão “e a passarada já
escassa fogem para longe tal como as cabras, quando as havia, mansas, cujas
impressões digitais deixavam no chão com as patas, e excrementos que lhe aliviavam
a pança, berrando cada vez que passavam junto de uma “ferranha” apetitosa e
verdinha. Esta, que liga Murçós à bonita Aldeia de Agrochão, e não só, vive há
séculos de promessas, dos políticos que nunca mentem, se não abrirem a boca, e
fica-lhes tão bem prometer aproveitando-se da genuinidade daqueles que ajudaram
a elege-los trocando um pelouro afável por profissões honrosas e rentáveis,
mas… quem
não gosta de mandar nos outros? – teremos de conversar com o presidente do
outro concelho – dizia para acalmar os ânimos, o presidente deste lado das
pontes… tretas que para muita gente já caem em sacos rotos, porém há sempre a
sorte de um dos moradores desta região ganhar aquele concurso dos milhões e
efetuar os trabalhos que faltam para o asfalte, e colocar uma portagem para
aqueles que desleixam certas regiões, privilegiando outras que lhes são mais
queridas, e que contribuem para nova eleição, porque hoje em dia médico já não
é profissão referenciada nem engenheiro ou por aí fora…
resplandecente,
e das amendoeiras em flor que não merecem a veneração de outros lugares só
porque por aqui não passou Deus!
Hoje
percorri mais uma vez parte desta estrada de terra batida, e as paisagem são de
uma beleza singular, que os olhos do “puto de Vale dos Amieros”, adotou, tal
como os lugares belos onde nasceu, e que se desenganem os convencidos, já não é
para ele que reivindica, mas porque é rebelde e julga ser uma injustiça vergonhosa
não asfaltar um caminho que passaria a ser estrada, com grande ganho de tempo e
economias para todos aqueles que se deslocam de um concelho para o outro.

De volta a
casa, revi os três livros que acabei de ler, dois deles de Lesley Pearse –
nunca te esqueças e até sempre – e um de Raul Minh’alva – na queda aprendi-
dois escritores que gosto ler e cuja escritura, quanto a mim, ultrapassa todos
os limites da decência, ainda que os tempos sejam modernos, não julgo necessário
entrar detalhadamente em assuntos amorosos, mesmo que tendencialmente a balança
pese para os fiffty fiffty entre sexos o que me deixa indiferente sem opinião
preconcebida, e me leva a crer que poderia dar , não um padre qualquer, mas um
excelente Sacerdote, não fosse a tentação e o desejo entre sexos diferentes.
O verdadeiro
amor não necessita ser pinado com cores afrodisíacas, nem enquadrado em
triangulações “fectixes”
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