sábado, 12 de junho de 2021

Les feilles mortes se ramassent a la pèle

Tal como as folhas mortas, o ser humano veio ao mundo com destino marcado… quando chegar o dia a hora, esteja onde estiver, encetará aquela viagem sem fim, não levando nada consigo: bens, recordações, lágrimas que já não correm, família e amigos, mas sobretudo aquela esperança que o moveu, de chegar a ser o que nunca foi, de mostrar o que jamais viu, a fé que manteve acesa pelos ensinamentos…há o último suspiro, e o mundo escurece, o corpo gela, os membros hirtos confirmam o fim…. Se a vida para o humano é curta segundo a vontade de cada um, para ouros seres vivos pode durar apenas minutos. Por quem passaram 80,90, 100 anos e que dentro desta escala, houve tão poucos momentos de felicidade… pensando apenas nos bens materiais, para ser maior que fulano ou mais poderoso que sicrano deve ficar um amargo de boca quando se vai aproximando a fim da linha, e o futuro já ficou para trás… dá para arrancar cabelos da cabeça coitada que não tem culpa nenhuma… e o comboio passou e nunca faz marcha atrás! O que todos designam por tempo, corre veloz como o vento, invisível, despercebido, porque somos nós que imaginamos os anos que faltam esquecendo dos que temos, porque a mente transporta-nos para uma média estabelecida e tantas vezes quebrada?

Quando os passos lentos carregam o peso dos ossos e as dores penetram profundamente, deixando exposta uma expressão de martírio, os ais já sem alento para sair da boca, anda-se cá por andar, e os outros indiferentes jubilam passando radiosos porque tem mais que fazer que ocupar-se de quem precisa, a eles ainda lhes falta muito tempo, se tudo correr como desejado… adoram-se os bebes e desprezam-se os velhos farrapos… levam-nos ao que chamam lares prisionais por conveniência, e de vez em quando uma visita para salvaguardar as aparências, mas sobretudo para preservar os bens materiais não vão eles doá-los a uma instituição? Conheci na perfeição uma destas instituições, que será com toda a certeza a minha penúltima morada, onde o conforto, as boas maneiras, os sorrisos alargados, duravam apenas o tempo das visitas dos familiares… aqueles rostos não mentiam, e a linguagem tinha a proibição como no tempo da PID. Não quero generalizar porque no meu íntimo

ainda existem lugares diferentes e pessoas com coração… mas um velho cansa, é chato, já não diz nada que tenha interesse, porquê perder tempo?

Moral da história: vivam a vossa vida a duzentos por cento enquanto podem, porque rápido será tarde demais. Não se prendam, não se liguem, enquanto não passar a vossa juventude. A minha durou 37 




 
 

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