terça-feira, 27 de junho de 2023
A felicidade batia-nos todos os dias à porta que abríamos num sorriso rasgado, num carinho disfarçado, na recompensa de viver, alegremente, tal como miúdos à solta num roseiral cujas cores e perfumes emanadas embalam-nos em sonhos deslumbrantes cujo viver não é um vale de lágrimas, mas sim um paraíso terrestre onde o afeto anda de mãos dadas com o carinho e a fidelidade liberta e fugaz não atraiçoa guardada num cofre secreto o que nasceu para não ser visto nem ouvido. Paris, a rainha do mundo, oferecia-nos numa bandeja de prata os seus adorados e maravilhosos lugares para desfrutar sem exigir nada de volta, e nós seguíamos os passos da rainha ou voltejávamos como pérolas no seu estado primitivo sem apreensões por julgarmos que aquele era o verdadeiro caminho percorrido por muitos e usufrutuado apenas pelos que marchavam direito por caminhos tortos. Não víamos o tempo passar nem ouvíamos tempestades destrutivas. Eramos nós aqueles grupos de homens e mulheres que apenas pensavam em viver honestamente com os recursos possuídos, e de asas abertas percorríamos a necessidade e beleza num automóvel sem travões, no metro que nos conduzia onde queríamos, passando por entre multidões de pobres ou abastados, seletos e para sempre marcados, sem receios nem pavores que a boa educação comandava, Em Montmartre onde residíamos, por entre vinhas e casas aldeãs, até chegar à praça do Tertre, onde extasiados com os artistas pintores Descíamos no elevador para melhor gravar a beleza.. Em S. Germain des Prés junto ao café flore, lugar sagrado tomávamos café com vedetas de todos os meios artísticos, Nos grandes Boulvards levavam-nos à opera onde uma diva atuava. Na rua Royal onde Maxims era o rei subíamos o fauvour s. Honoré até às folies Bèrgeres para terminarmos nos cabarets da noite onde tudo se via e ouvia. De Montparnasse à la Nation, desciamos os Champs èÉisées e a noite terminava numa casa de fados poruguesa Quando a saudade mais apertava. Abençoada cidade que tanto nos deste. AB
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2 comentários:
Tão bom quando as pessoas, conseguem deixar as suas raízes, enfrentarem todos os medos e chegarem ao final da viagem apaziguada, com os seus objetivos cumpridos e ainda felizes por honrar o lugar que os acolheu!!!...
Obrigado Sr. anónimo pela visita e comentário. Naõ pode ser de outra maneira. A gratidão mesmo havendo sacrificios pelo meio é o mínimo que uma pessoa de bom senso possa dizer ou fazer a quem lhe abriu os braços e ternamente providenciou futuros incertos nos Países de origem, chamam-lhe cidadania que é muitas vezes esquecida quando a avareza e a ganancia desviam do caminho certo os que do coração agradecem as mãos tendidas. 32 anos de vivencias por entre uma população que ainda era nobre e compreeensiva, jamais se esquecem,fazem parte da juventude e das amizades criadas sem preconceitos. Foi meia vida vivida e nunca mais esquecida
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