sábado, 25 de novembro de 2023
Dia de sorte 815 por Ab
Desmaiou! Que fazer?
Não teve numerosas alternativas. Tentou com as poucas posses arrastar aquele corpo que jazia caído num soalho improvisado pela pobre senhora cujas peripécias da vida a tinham atirado para o degredo e miséria lutando cotidianamente pela sobrevivência alimentando-se do que podia encontrar longe do mundo civilizado onde fora, em tempos muito acarinhada considerada e mesmo amada, mas a maldita sorte veio com pernas invisíveis e iludiu-a, sendo atirada ao lixo como um objeto podre que já não servia para nada. Chegou a comer ratos, insetos, larvas, gafanhotos e ovos de serpente que cozinhava na única panela que possuía sem temperamentos. Pesado de mais para as suas posses, foi buscar um pedaço de corda e chamou o cão para a ajudar. Prendeu-o pelos pés e ao corpo do animal que foi deslizando até uma manta sebenta onde foi lavado e quando começava a acordar bebeu chá feito de folhas que eram a cura de tudo. A lareira aqueceu aquele ambiente mórbido onde dois seres humanos sem se conhecerem se encontraram. Fred ladeou o local com o olhar antes de perguntar: - Como vim parar aqui?
Isso eu não sei. mas o seu estado metia dó.
Fred tinha tantas perguntas para fazer, mas não ousava. Respeitava quem o socorreu, e de pouco se lembrava a não ser da traição que o obrigou a fugir como um ladrão. Antes de terem uma conversa elucidativa Fred levantou-se e pegando no punhal do qual nunca se separava disse: Vou à pesca e à caça voltarei para agradecer. A senhora apenas o olhou nos olhos aquiescendo. Começou ali o seu trabalho de luta pela sobrevivência. Tinha frequentado os escuteiros onde aprendeu muito do que lhe fazia agora falta. Voltou com peixe e caça carregado que mereceu a admiração da dona do casebre. Tratou ele de tudo enquanto a senhora sonhava com uma ajuda permanente como este rapaz. No final do repasto contou tudo à sua hospedeira para no dia seguinte ainda bem cedo seguir caminho. Também ela lhe contou a sua vida de degradado, e Fred prometeu voltar e levá-la para um lugar decente onde pudesse viver como ser humano. Na hora da partida ambos ficaram tristes, mas não existiam mais opções.
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