quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Destinos 353 AB

Destinos e destinados 353 AB O destino é por vezes inconstante reunindo, por simples acaso, dois irmãos que apesar de se conhecerem hipoteticamente, surge inesperadamente o que durante anos esteve engavetado sem haver a possibilidade de apontar o dedo, porque os deuses guardavam em segredo para ser difuso em circunstâncias censuráveis, lamentando a ocasião e a maneira cujas circunstancias não permitiam passos em falso tendo todos vivido na falsidade de um filho mimado que estava agora a pagar os seus erros sem conhecimento do que surgiu após aquele dia em que o demónio o empurrou para o mal. Fernando A ia entrar para o seu automóvel deixando um sujeito no chão encostado a um muro, a tremer de frio e fome e com o peso no coração em saber que seu querido avô agonizava algures num hospital esperando a sua presença, mas não tinha meios para ir abraçá-lo e pela primeira vez sentiu o peso da vergonha, e a falta de coragem para lutar pela vida como um cidadão honesto, responsável e não foram os meios que lhe faltaram, tal como ao seu pai, era hoje um pobre diabo. Roto, viciado, mas sobretudo desprezado pela sociedade. Embora continuasse apaixonado, operou-se um “declic” no seu cérebro que o projetou para o carro do irmão, que iniciava a marcha. Agarrou-se com todas as suas forças à porta do automóvel que o arrastou alguns metros. Mas Fernando A não erra um assassino e quando pelo retrovisor se apercebeu, travou instantâneo, e abriu a porta para se precipitar no socorro do irmão que não era culpado de nada. Perguntou se estava ferido e de joelhos pediu perdão por ter tido aquele gesto que não figurava na educação que tinha recebido. Assentados junto do carro conversaram como adultos. A proibição de ver o seu avô mantinha-se. Debilitado não suportaria um choque tão rude, ele que sempre foi um homem de bem, não tinha que pagar pelos erros do filho que ignorava. Fernando A concordou e ofereceu-se para o ajudar, se ele permite-se. – Não tenho muitas escolhas, respondeu o outro, e morro de anseio por chegar junto do meu avô. Também não pensas ir visitá-lo nesse estado, suponho? Não obteve resposta. A partir daquele momento, Fernando A, sentiu a obrigação de tratar o assunto. Meteu-o no carro e pararam junto de um hotel luxoso. – Não me vão deixar entrar… neste estado. Se não deixarem chamo a polícia para resolver o problema, e tenho a certeza que não te reconhecerão quando saíres aquela porta. As negociações com o porteiro foram complexas, e quando se encontraram na melhor suite, o irmão soltou um grito de admiração! Agora vamos tratar de ti. – Fizeste alguma promessa para guardar essas barbas compridas? Já vi que não então o primeiro passo é retirares essas roupas imundas e colocá-las no cesto do lixo quando entrares para o jacúzi para te lavares como uma pessoa importante que deseja ver o seu avô… entretanto chegará o barbeiro e a manicure que vão fazer em ti maravilhas. Também já encomendei roupas novas e calçado., não tens que te preocupar com nada… ah comer e beber só no fim. Aquele homem que andou perdido numa sociedade ingrata e hipócrita sentiu pela primeira vez o desejo de abraçar o irmão e comunicar-lhe o quanto lhe estava grato, mas conteve-se com o coração a bater fortemente julgando como tantas vezes foi julgado… ainda há pessoas boas neste mundo, Correu-lhe uma lágrima lentamente pelo rosto vindo desfazer-se num canto da boca de onde as palavras não saiam, mas o irmão apercebeu-se, e fingiu ira janela ver o lindo jardim que apesar de espinhos havia rosas lindas com coloridos diferentes e perfumes que não lhe chegavam às narinas apenas a imaginação desfrutava. Saíram daquele hotel como dois cavalheiros onde não se notavam diferenças, e o porteiro estupefacto, acenava a cabeça no bom sentido. Frenando A pagou tudo e meteu algum dinheiro na carteira de o bolso do casaco três quartos transportava silenciosamente. Dentro também o cartão da sua morada com as seguintes palavras: só somos se queremos ser. Não me desiludas mano.

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