terça-feira, 11 de dezembro de 2012

VAREJAR


Iniciou a recolha da azeitona. Murçós é das Aldeias, cujas tarefas agrícolas se sucedem não havendo tréguas. Batatas, vindimas, castanha, e a azeitona. Tempoa frio, a rondar os 0 graus, com o manto de uma nuvelina densa que molha os ramos, congela-os, e os azeitoneiros sopram as mãos, escorregam nas lonas, voltando à noite para casa encharcados, isaustos... contudo, em relação aos tempos passados, em que se varejava tudo manualmente, a mecanização veio facilitar alguns esforços ao mesmo tempo economizava tempo e dinheiro. A vara mecânica, a mais usada, por motivos diversos, principalmente o terreno acidentado, essa não sente o frio! Ouvem-se roncar por todo o "termo",e vê-se, pela hora do meio dia, fumaceiras aqui e além, subindo ao céu, sinal da fogueira feita para assar a merenda, a qual tem gosto especial comida no campo, e toda a gente considera o melhor momento do dia. Numerosos familiares chegam, vindos de todos os lados, inclusive do Estrangeiro, ajudar os poucos que ficaram cá a guardar a terra e cuidar dos bens, adquiridos com muito suor...neste fim de semana passado a população quase duplicou, com grande satisfação para os que vem e os que cá estão; outros esperam pelas ferias do Natal cujos reforços são sempre bem-vindos, dado o envelhecimento populacional.
Não é um ano muito fértil em azeitona, mas, segundo os peritos de muito boa qualidade o azeite. A cooperativa e os lagares tradicionais funcionam já a "bombar" enquanto as geadas caem cada vez mais densas.

4 comentários:

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

O azeite de Murçós, que provei, é de muito boa qualidade. Este ano, pelos vistos, promete ser melhor ainda. Boa venda, para quem tiver em excesso.

É bom ver como, a par da descrição do dia-a-dia na aldeia, fazes sempre a ponte para os bons sentimentos da relação afectiva entre as pessoas: afinal, o afecto é aquilo que nos permite viver e ser felizes.

Beijos

antonio disse...

Aqui toda a gente colhe para consumo... os que tem em excesso vendem como é óbvio, a preços acessíveis, diga-se de passagem.
Quanto à relação afectiva, é normal, pois sinto-me bem entre estas gentes, especialmente entre a juventude, porque guardei sempre aquele sentido humoristico de garoto simplista... não há farra onde eu não esteja... bem-hajas pela visita. Beijos

vitor disse...

Obrigado pela sua ajuda na apanha da minha azeitona.
um abraço

antonio disse...

Olá Vitor! É sempre um prazer dar uma ajudinha a pessoas como tu... és um patrão exemplar, pelo que não tens que agradecer... foi um dia bem passado... volta quando quiseres a buscar o azeite... e, sabes que precisamos de "cepas" para o chincalhão de !?! Abraço