A vida não tem planeamentos. Ela é como o vento que muda o rumo da maré, carrega o papagaio pra longe de nós e faz os ponteiros do relógio alterarem os nossos planeamentos ao virar do tempo. A vida não se define, pois está sempre em eterna construção. É o inacabado, porém sempre completo. O incorreto, mas que acerta em cheio nos erros cometidos. A vida não tem explicação. São as chegadas que não trazem nada e
as partidas que deixam tudo
pelos cantos. É o que se acumula na alma, mas não pesa. Porque a vida é sempre
leve se a soubermos levar com paz. Morre quem não sabe aproveita-la, é eterno
quem cultiva o amor. A vida não tem lógica. É o ancorar com um balão, conhecer
as nuvens no fundo do mar. Porque viver é saber que a lei da gravidade é
somente o que inventaram para a gente não voar. Viver é planar sem planos,
rimar sem rumos e amar sem amarguras. O curto espaço entre nascimento e óbito
não é vida, estes são somente os anos. A verdadeira vida estende-se no curto espaço
de entrelaçar as mãos, abraçar uma alma ou beijar calorosamente a quem se
gosta. No curto espaço…
disso, de uma breve pausa, para rever os nossos conceitos, para voltar a ser o que eramos, ou para simplesmente seguirmos em frente, mudarmos, tomarmos novos ares seguirmos novos rumos. Será que me vou redimir com este afastamento? Que a vida vai mudar, e as feridas vão sarar? Talvez os ponteiros do relógio retomem a rota no bom sentido… e as horas passem mais rápidas nas tormentas dos dias tempestuosos. Podem voltar os segredos e tomarem o rumo predestinado, entrarem naquela gaveta onde se guardam os corações palpitantes, as lindas frases que nos fazem estremecer, o perfume incomparável que reconhecemos entre tantos outros… as nossas mãos não voltarão a entrelaçar-se, e o tempo tornar-se-á tão longo que o desespero que me tenta pressionante, pode vencer a batalha…
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