domingo, 19 de abril de 2020

Compreender

 Compreender.
 De tantas vezes bater com a cabeça, de apalpar às escuras, de andar à presa procurando o ilusório, de tanto subir e descer as escadas que terminavam sempre em becos sem saída, de curvar o dorso e alimentar esperanças vãs, de secar os olhos com lenços invisíveis, de contar as estrelas e jamais chegar a uma conclusão elucida, compreendi que viver é ser livre. Que ter amigos é necessário. E que lutar é manter-se vivo. Aprende-se que pra ser feliz basta querer. Aprende-se que o tempo pode curar… Que a mágoa pode ser uma nuvem passageira…e que deceção fere mas não mata. Na minha compreensão, surge o hoje como reflexo de ontem, num espelho deteriorado e traidor. Compreende-se que possamos chorar sem derramar lagrimas. E que os verdadeiros amigos possam permanecer? Concluí que doer é necessário para fortalecer… e que vencer engrandece. Compreendi que sonhar não é fantasiar…e que
 pra sorrir necessitamos do sorriso de alguém. E descobri; que a beleza não está no que vemos, mas sim no que sentimos. Os valores estão na força da conquista…e há palavras que têm muita força. Hoje sei que fazer é melhor que prometer… e que o olhar não mente. Vive-se sempre aprendendo com os erros, com as pancadas, com o murchar das flores, e as cores do arco-íris, que nos fazem vibrar e nos transportam para onde não há inveja, nem avareza ou hipocrisia… onde se partilha tudo que veio do nada, que entrou nas nossas casas sem bater à porta, e não escolheu lugares, posições sociais, nem ideologias, seria esta a lição que todos devíamos aprender? Pode até depender da vontade, como pode ser que não tenhamos escolha…o que há
 de melhor é tentarmos ser nós mesmos; porque se a vida tem um SEGREDO aprendi que era VIVER!
 Cheguei ao fim da lição convicto de que se deve viver apesar de…que necessitamos comer apesar de… que continuamos a amar mesmo que…que não somos imortais mesmo que… e cheguei à conclusão, que, depois de tantas reticências que nos encurralam, martirizam, e nos tornam impotentes desviando-nos de caminhos imaginários de beleza, paz e amor, o que aprendi já não sei… 


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