sábado, 13 de novembro de 2021

Outono

O outono»»» por António Braz Despem-se as árvores e o solo recebe o seu tapete amarelado, senhor Outono ensina-nos a preparar par o inverno, talvez rude, com chuvas, ventos e a branquinha neve que traz a felicidade àqueles que vivem em terras de clima doce e quente. Os pássaros migratórios fogem também, tal como os oriundos que possuem várias moradas, procurando o conforto encurralados em blocos de betão, temerosos, como se por cá andasse à solta um bicho de sete cabeças? A aldeia sente e pena, porém, vivo aqui há 23 anos e jamais constatei que houvesse falecimentos com frio ou fome… é certo que as causas de partirem são os familiares deixados nos quatro cantos do Mundo, porque onde houver um pedaço de terra vive lá um Português… somos um povo, vaidoso e bastante convencido, mas também somos trabalhadores filhos de cigarras. A vida continua, longe ou perto das raízes, esperando que de volta nos tragam a civilização com direitos e deveres, já que por cá, existem altas formações que a pouco ou nada servem. Quando há invenções a maior parte delas terminam os seus dias nos caixotes do lixo… mas fala-se! Fala-se tanto, enaltecendo a nossa sabedoria e conhecimentos, repetidas vezes sem fim nos canais televisivos, onde meia dúzia de magnatas sugam os fundos daqueles que fruem do salário mínimo, porque já nada é nosso. As grandes multinacionais apoderaram-se de tudo, e como diz o líder de um grupo: nós não viemos para cá para perder. Se ainda não voltamos à escravidão não vai tardar. Os líderes partidários chantageiam e chumbam um orçamento que será chumbado quantas vezes? Tretas meus amigos… Eleições para quê? Uma geringonça mesquinha sem argumentos, nem responsabilidades, que será seguida por outra, seja de direita ou esquerda. Apadrinhar é o prato do dia… para entrarem para o serviço público, Câmara, segurança social, finanças, correios, bancos e tudo o resto. É lamentável que um País dito civilizado veja apenas o seu umbigo. Roubam fortunas, fogem, e os que ficam vão para casa com pulseira eletrónica e uma multa 50 vezes inferior ao que falsificaram ou roubaram. Todos querem mais e mais não se preocupando com os jovens que não podem projetar um futuro nem ter uma família, pois são contratados 6 meses e depois rua. É inadmissível haver professores, que eu conheço, formados há 25 anos sem nunca poderem lecionar, enquanto se pagam excessos de tempo vigente aos que noutros tempos exerceram. Não reformam ninguém o que beneficia quem trabalha e atira para o desemprego jovens educados e com capacidades superiores. A nossa legislação deve ser a mais complexa da EU beneficiando os grandes e deixando quem precisa à beira da estrada. É inadmissível num País pobre circularem em automóveis de alta gama, choramingando que os combustíveis estão caros… Mancões, apartamentos de 200 m2, a custos exorbitantes, férias ao Algarve ou às Canárias, óbvio pagam-lhe 14 meses num ano e muitos ainda conseguem recuperar dinheiro na declaração do RIRS, Vergonhoso! Lamentável. Será que gosto ser Português?

Sem comentários: