domingo, 10 de abril de 2022

Na Bruma

A Bruma: por António Brás Envolvente, esconde passados e presentes, a vida dos que sofreram e sofrem desesperadamente, momentos de felicidade amor e carinho, onde os haveres e seres não tem lugar, são estas belas recordações que nos mantem em pé, vivos, das quais não nos arrependemos e voltaríamos a experimentar, porque a mendicidade ensina-nos a conviver com os abastados, cultos, leigos, literários e bestas que só pensam na destruição, na altivez que os conduzirá a um jazigo construído com mármore da china, para entusiasmar as aparências, porque quando se parte é definitivamente e não há o diabo, (se existe) que valha, nem ouros nem fortunas, poderes xenofobias, braços longos ou curtos, favores a amigos em troca de outros favores O arrependimento já não serve para nada, porque é em vida que o sol aquece, o vento arrefece, e a neve foi transformada pela chuva. As montanhas deixam de parir ratos que minam destinos transformando-os em pequenas formigas, pisadas exterminadas também. (no Puto de Vale dos amieiros) livro que escrevi e que podem procurar (no sítio do livro) ficou muito por dizer, apesar de ser uma parte de autobiografia minha, não julguei necessário expor pessoas e factos que por certo avolumaria o livro para 800 páginas descritas que dentro de mim gritavam para sair; O pudor e os princípios e valores falaram mais alto e mais forte. Estou imensamente grato àquela família que foi a minha durante 6 anos da minha adolescência, uma família exemplar, generosa de aprazibilidade incontestável, que me deu tudo e se dispôs a fazer-me sacerdote, não aceitei porque a minha consciência me ditava outros caminhos, embora mais sinuosos, que estavam incluídos nos valores que me foram concebidos. Pesam-me hoje os tanto anos já passados, mas consciente de que o meu dia chegará, não tenho receios nem remorsos de consciência, vivi uma vida repleta de tudo o qua há no mundo de melhor, sem ser rico, sem passar por cima de ninguém para atingir a felicidade, com o amor de uma mãe que muitas vezes, agora que partiu, me faz chorar, porque os que não são ricos também tem sentimentos, recordações e afetos que nos ajudam a suportar a cruz por onde toda a gente passa.

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