sexta-feira, 18 de novembro de 2011

...quase poema...ou da pobreza

por Fernando Calado a Quinta-feira, 17 de Novembro de 2011 às 21:02
Não importa o que somos…quando nos olham pelo que temos!
…e se temos, há sorrisos longos como a vastidão dos montes transmontanos…há palavras que sabem a mel e a amêndoas doces da paciência de Moncorvo.
Se temos…sentimos o brilho dos olhos como se novas madrugadas nascessem em cada gesto…ou como se a nossa presença estivesse inscrita no absolutamente necessário na harmonia universal.
Se não temos…os olhos ficam distantes e as palavras tardam na urgência de inventar mil Invernos.
…o silencio pesa e o frio vindo das longas ausências regela-nos a alma, à beira dum corpo que permanece moribundo perdido na essência do ter…
…vou para casa…e só a Estrelinha…a cadela mais fiel do mundo, acredita que o ser e o estar são verdadeiramente importante, levantando as patas num reconhecimento infindo…
...talvez a minha cadela seja como eu…reconhecida pelo pouco que se lhe dá…num privilégio assumido à dominância do ser…perante a precariedade do ter.

1 comentário:

antonio disse...

Um poema de excelente fineza e secibilidade, escrito pelo Dr. Calado, um homem extraordinário...obrigado