quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Para quebrar  a monotonía, banhados por um maravilhoso sol , os moradores de Murçós, procuram no solo, uns grãozitos de alimento, umas bichas perdidas no trajecto préviamente traçpado, felissíssimos e descontraídos, sem medos nem receios, pois até os cães desertaram, não se sabe para onde...

Vale de Escuro, com suas águas verdes e calmas, procuram no silêncio da desilusão, argumentos para aliviar o sofrimento do abandono precoz, e injusto... até o prometido pela desinfecção lhe está atravessado na garganta...suborno e papadeira envergonha uma população simples, mas não burra!


Os coelhinhos brancos, do Zé, recem-nascidos, não se sociam do que cá fora é hostelidade, fraqueza, e angústia...adormeceram com as belas musicas passadas na Comercial, e sonham com Verdi, Betoven, Strauss etc. No seu ninho bem ordenado e cuidadosamente protegido, ao abrigo dos olhares invejosos e indiscretos, dormem profundamente, uns contra os outros, porque dividir, para eles, é lógico e normal.

As giestas fazem a vénia com o peso da neve, do ano passado, nostálgicas e tristes, porque este ano ainda nem avistaram semelhante brancura...

A placa sinalizadora indica bem esplicitamente o caminho da pacata Aldeia, mas, atraente e acolhedora, apesar da desertificação progressiva por falta dos meios de sobrevivência necesários para um viver digno e saudável, com paz alegria carinho e felicidade...

Para matar o tempo e o desejo, do alto dos seus 95 anos, a tia Aurora, faz na renda, sem óculos e com firmeza nos pontos que vai acumulando, coberta com o seu chapéu típico, ao abrigo do vento e do sol, enquanto guarda a galinhada de um qualquer intruso. Já com dificuldade auditiva, mas, sempre ágil nos movimentas, e franca nas palavras humoristicas e práticas do que viveu durante 9 decadas.
Mesmo que Murçós não volte a ser o que foi, será sempre a linda Adeia Trasmontana!!!











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