sábado, 11 de fevereiro de 2012
DIA DE MONTARIA EM MURÇÓS
Pela manhã bem cedo começaram a chegar automóveis de todo o Norte de Portugal, alguns filhos da terra vieram de Bilbau, com armas e bagagens para a batida ao Javali, agendada desde há muito tempo, pela organização, a contar com cento e setenta caçadores, decididos e desejosos por fazer gostinho ao dedo, e ao mesmo tempo orgulhar-se de ter matado pelo menos um...doze matilhas de cães bem instruidos latiam, também eles desjosos de dar umas corridas na perseguição do bicho feroz.
O Sol raionante jubilava, embora uma corrente de ar fresquinho tentasse desmanhar o prazer do Vitor e dos seus cinco colegas, vindos de Braga. Numa conversa animada, e sempre divertido, contou-nos que na sua última batida tinha matado um bicho, mas, que lhe faltava uma perna. Contou a história aos colegas que não perderam tempo em o contemplar com estes desabafos:
- Já vinha em cadeira de rodas!..
- Trazia moletas (canadianas) por isso o mataste!!!
Mas o rapaz estava decidido a provar-lhe a boa pontaria. Não parava de mecher e perguntar se a porta que lhe saiu no sorteio estava bem situada?..i
O mata-bicho, momento previligiado para as conversas com velhos conhecidos, fortalecer-se para a seis ou sete horas passadas à espera, silenciosos, que aguns dos cães trouxessem até junto deles um dos bichos. Ao "menu" matinal, alheira, chouriça, salpicão, presunto e queijo, produtos da terra, e a canjinha para aquecer ainda mais os animos.
N'um canto, ao abrigo do vento gelado de Norte, na rua principal, junto do largo do Outão, vendiam-se produtos da terra: alheiras chouriças, salpicões, roscas etc.
Alheio a todos estes movimentos, e porque o dever o chamou a levar para a pastagem o macho, que por ser sabado também come, o tio Alipio ia descontraidamente passando por entre os veiculos estacionados por todo o lado.
O fumo visivel de longe, subia, enquanto as chouriças assavam lentamente, e o cheiro enchia as narinas dos passantes.
Estava tudo a postos para a caçada, e pouco tardou a dar ordens para se dirigirem aos veiculos que os transportariam para os lugares préviamente designados.
Horas mais tarde, na espectativa dos que ficaram na Aldeia, anciosos por saber a quantidade de javalis abatidos, começaram a chegar os protagonistas, aos quais lhe era feita a mesma pergunta:
- Quantos?...
Desoito peças, deitadas, juntas, com diversidade de peso e idades, esperavam o leilão de venda, guardando apenas um ou dois para uma patuscada da associativa.
Os pobres animais, expostos à curiosidade dos olhares indiscretos e jubilosos dos amantes da caça...
Aqui começa o leilão...
As nove mulheres contratadas para o serviço das refeições, não perdiam tempo. Javali nos potes, suponho com batatas cosidas, ou em caldeirada, como tão bem elas sabem fazer.
Estava chegando ao fim mais um dia de montaría, onde os peritos e amadores de caça satisfaziam o seu "obbi" felissíssimos, esperando pela próxima.
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3 comentários:
muito bom antonio.
gostei das fotografias principalmente da minha.
sou o melhor caçador do norte!!!
fico muito satisfeito por divolgar a nossa aldeia atraves do seu blogger.
estou sempre a consulta-lo.
cumprimentos
abraço
Obrigado Vitor; pela visita e pelos elogíos... é para mim um prazer, e esta gente merece. Como sabes sempre gostei de acompanhar com a juventude, desde que adoptei esta terra como a minha,,, primeiro no futebol, e agora quando hà uma patuscada, lá estou eu!!! Foi uma grande batida, e tenho a certeza que as pessoas se divertiram convivendo uns com os outros. Até breve. Abraço
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