Sou a tua terra… onde nasceste, brincaste, riste e choraste.
As folhas que um dia pisaste, que o Outono retirou das
árvores, o vento varreu, a chuva molhou e o tempo apodreceu, desapareceram das
tuas recordações… lembras-te de mim quando eras menino… e, no meu “regaço”
brincavas!? Olhavas-me olhos nos olhos, enquanto acariciava teus cabelos, lisos
e suaves, loiros, pretos ou castanhos… um sorriso encantador aparecia nos teus
lábios, enquanto na surdidão da escura noite, o meu coração batia ao ritmo de
quem ama e sente! Eramos tanto amigos!...
Tal como o filho prodigo, voltas de tempos a tempos, cada
vez mais raramente…pisar as pedras duras e frias, ver o que resta de mim…Já
pouco tenho para te dar… cresceste e eu envelheci. Um dia morrerás…
provavelmente também eu… quem poderá contar a nossa história? Foi tão linda!
Foi terna, foi amorosa, foi leal! Jamais haverá traição entre nós… tu figiste e
eu fiquei… à espera que voltasses… já homem, com cabelos brancos, porque o
tempo também varreu as cores… mas, o sorriso é o mesmo, e o grande amor ainda
vive dentro de nós.
Por António Brás Pereira: dedico aos filhos de Murçós
2 comentários:
Agradável de se ler e, a verdade do ciclo da vida, mas que jamais aqueles que ali nasceram deixam de lá voltar, mesmo que por pouco tempo que seja
Aquele abraço ao autor.
Bem haja pelo comentário. Retribuo o abraço
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