Foi uma a semana de corte das uvas em Murçós… os mais
ansiosos já começaram na semana passada, enquanto os mais prudentes preferiram
esperar mais uns tempos, porque o ano não veio a feição para o amadurecimento
das frutas, e as uvas não foram exceção! Foi sobretudo, neste fim-de-semana,
prolongado com o feriado do 5 de Outubro, que os grupos se formaram, com a
ajuda dos que vivem fora… mesmo não havendo a quantidade de uvas de outros
tempos, e com o derivado reduzido populacional, ainda se recolhem uns” kilitos”,
sendo todas ajudas bem-vindas…
Uns levam-nas para o lagar, lavado e preparado previamente,
de onde extrairão a “pinga” para consumo próprio, e chamar um amigo à adega
provar, mais tarde, o fruto da colheita. Outros já não querem empenhar-se em
tais tarefas, levam-nas para a cooperativa, onde mais tarde podem retirar o
vinho, ou o pagamento, a preços excessivamente baixos, porque a venda avulsa
não permite, e um rótulo custa uns cêntimos…
Voltando à vindima foi um ano fértil em quantidade, embora
a graduação não atingisse números de anos anteriores, mas, o mais importante é
recolher sem prejuízos provocados pelas intempéries, e os esforços dispensados
recompensados!
A escassez de mão de obra vai-se tornando cada vez mais
significativa, contudo, pode verificar-se a força e a boa vontade de entreajuda
entre pessoas de todas as idades.
O sol apareceu com seus raios dourados, abrasador, e os patrões, de vez em quando chegavam o "pipo" ou a bota Espanhola para molhar a palavra!
Com já 4 contentores cheios, foi necessário recorrer às sacas plásticas, as quais complementaram uma boa quantidade de kilos... orgulhosamente saiam daqui e dali uns piropos dirigidos aos patrões e a rica colheita, enquanto se aproximava a passos largos o "mata-bicho" tanto esperado e que é sem dúvida o melhor momento do dia...
Só mais um esforço rapaziada!...
As castas preservadas dos antigos, enchertadas no bacelo americano: Carnal, malvasia, alvarilhão,Bastardo, moscatel, Bastardo russo, etc...
E lá vamos na direcção do mata-bicho recheado de coisa artesanais que fazem as delicias de toda a gente. Bom apetite.
1 comentário:
Viva, Tonho
Como bem sabes, em Rebordaínhos não há vinha e, por isso, só uma vez participei numa vindima, em casa do meu tio Manuel, em Parada.
Quando o lavrador recolhe o fruto de um ano de trabalho é uma satisfação como não há outra igual. Por isso é sempre festa, como muito bem dizes.
Beijos
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