O PRESÉPIO DE MURÇÓS |
Parece um puro disparate o título que encima estas
linhas. De facto, há Natal sem esse símbolo mais puro, autêntico e mais
encantador do que o presépio? Não, na realidade o presépio sendo um símbolo
nascido, segundo se diz, com S. Francisco de Assis, é a melhor imagem do que
representa: o nascimento de Jesus, na pobreza de um
palheiro (ou gruta?), envolto em pobres
panos, rodeado pela Mãe, Maria, e por S. José? E não
há presépios que acrescentam o sinal (ecológico e natural) do burrinho e da vaquinha? E não há
presépios que incluem os pastores, pobres guardadores de rebanhos, mas que
tiveram o privilégio de serem os primeiros a receber a mensagem matriz do grande
acontecimento: Paz! E há presépios que incluem os "Reis Magos", que a tradição
até baptizou de Gaspar, Baltazar e Belchior!
Há presépios ricos, de ouro
e de prata. Há-os de "terracota", de madeira, marfim, do barro mais
pobre e porcelana mais fina. Agora até de produtos sintéticos: plástico, marfinite, etc. O papel e o cartão prensado, os diferentes
tipos de tecidos também dão corpo a muitos e variados presépios. Todos, ricos e
pobres, podem ter um presépio! Todos. Todos deveriam ter um em sua casa,
consoante as suas possibilidades económicas, gosto e sentido artístico ou
criatividade.
O presépio é o símbolo do
nosso Natal. Não são os trenós, as renas, essa figura decrepita (tornada
simpática e até baptizada de S. Nicolau por alguns) que é o Pai Natal. Afinal
quem dá as prendas? A prenda da vida? A prenda que são os filhos? Não é esse
Jesus? Não é Ele que dá sentido às prendas que nos damos no Natal: Ofertas de
amor, memória do Amor de Deus ofertado a todos e a cada um de
nós?
Vamos, dar ao nosso Natal
um presépio. E pô-lo onde melhor seja visto lá em casa. Iluminado! Que todos
sintam que ali o Natal passa pelo festejar do aniversário de Jesus Menino. Que
Ele presida às celebrações de alegria, à consoada, à troca de presentes. Às
lágrimas vertidas pela recordação dos que já partiram. Que Ele presida ao
acolhimento dos que chegam de longe. Que Ele apazigúe as nossas dores, amarguras, tristezas e
aflições.
Vamos, pois, dar um
presépio ao nosso Natal: em casa, na mesa do nosso escritório, na montra da
nossa loja ou na varanda do nosso prédio. Mas, sobretudo que o espírito do
presépio invada o nosso coração.
Vamos, todos, dar sentido ao Natal dando-lhe um
presépio!
2 comentários:
António
Dizem por aí que é Natal… mas talvez se ande a perder o verdadeiro significado da palavra. Natal tem a ver com nascimento, com um menino que nasceu pobre, que dormia numa manjedoura envolto em paninhos, aquecido com o bafo dos animais. Não tinha jogos, não tinha embrulhos, não tinha toneladas de lixo a serem recolhidos no dia 26, não tinha manjares e doces e mais comida e mais bebidas e mais comes… e contudo, aquele menino é Natal, o Amor, a Paz e a Esperança… e é isto que eu quero para o meu Natal e que desejo a todos vós…
Concordo totalmente Eduarda.... faço votos para que o de tantos desgraçados não seja mais um de miséria e dor... Bom Natal à sua maneira , abraço
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