Foi assim que amanheceu hoje o dia 16/01/2015 em Murçós, com a primeira neve do ano! Numerosos e grandes"farrapos" caiam do céu carregado como se estivesse preparado para um diluvio... mas a beleza da neve a cair sempre subjugou os olhares admirativos! - Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho… ... e saimos para a rua quase deserta ao encontro dos curiosos par fazer uma "jogatina" de lança bolas de neve... grandes debates na nossa juventude, com as unhas geladas e as roupas molhadas, mas, era a nossa meneira de brincar com a neve, porque nunca fomos à serra da Estrela nem fisemos sky, ou sómente nas ruas onde viviamos escorregando por cima das estrumeiras que os agricultores aproveitavam e os passante agradeciam retirarem-lhe a lama que mal os deixava mover...
- Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
- Dizia o autor da "balada da neve" - Os traços são hoje das pessoas idosas, que deixam os traços mais curtos e espaçados... refugiando-se por detrás de um guarda-chuva, apalpando aqui e ali para não deslizar, cair e fracturar qualquer peça do seu corpo.
- E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
- As Aldeias tem mais encanto, mesmo no mais obscuro canto, onde não chega a observação, dos criticos mal intencionados... que vivem da desgraça dos outros, mas nós vivemos da graça, que a humildade abraça, e o carinho escurraça... com olhos de felicidade, que veem a neve cair, agradecendo ao Senhor, murmurando muito baixinho, de mãos abertas e coração batendo, de lágrimas nos olhos cantando a felicidade...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
Augusto Gil
4 comentários:
Bom dia, Tonho
Bem-hajas pela partilha. Eu ainda tive esperanças que alguém publicasse alguma coisa "lá por casa", mas devem estar todos entretidos a deslumbrar-se com a neve... E eu aqui, a roer-me por não estar lá também.
Beijos
Esta nebe é piquerrucha. Mais parece uma boa giada. A giada dos retratos da Lurdes é bem maior.
Cumprimentos
Anastácio
Sarzeda
Olá Fátima! A neve aqui cai raramente, e raramente se acumula, pelo que só fotografamos o que temos, e é com prazer que partilhamos com os verdadeiros leitores. Em Rebordainhos caiu um grande nevão, mas quem publica nas redes sociais desejam preservar o protagonismo, aliás é um dos grandes problemas da nossa sociedade sobretudo aquela que vive em meios pequenos onde tudo serve para a elevação da personalidade… lamentável? Sim mas pronto… cest la vie!
Grato pela tua visita beijos saudosos.
Sr. ou Sra. ?: se a geada da Lurdes(por dom do divino esperito santo) é maior e mais atraente que a neve que caiu aqui, porque veio perturbar as condições atmosféricas? Cada um só dá o que tem, ora V. Ex.a como quer grande, aconselho-o a ir ao Tota, ou talvez ao polo norte onde pode satisfazer o seu desejo de intruso...Não desejo ser insolente, e muito menos mal criado, porém, como já ando por cá há muitos anos, consegui localizar a postagem do seu comentário, e, por conseguinte, não me foi difícil chegar até ao seu verdadeiro nome. Se quer visitar as postagens da Lurdes faça-o, mas não venha para este blog com comparações porque eu sou o António, Ok? Cumprimentos
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