domingo, 26 de dezembro de 2021

Natal 2021

Os anos tinham passado mas a magia, daquelas que trazem sorrisos lindos, alegria e amor, a amalgama cintilante em noites medonhas de frio e de fome, de abundancia e alegria, difundida pelos que guardam ainda, a recordação dos tempos de menino, inocente e vulneral, armazenando num canto da memória, discretamente, como se guarda um tesouro, contos de fadas que atraíam o sono com subtileza e encanto, não fosse a meia-noite passar sem que pudessem rasgar aquele papel fino enfeitado, que dentro estava guardado, o presente que desceu pela cheminé ao dorso do homem vestido de encarnado e branco e seu gorro gracioso, botas pretas e bem frisadas, porque na Lapónia o frio gela os caminhos e a neve que cai abundante, abre caminho às renas puxando ofegantes o trenó na espectativa de chegar à meia noite a todos os meninos que creem e esperam a prendinha encomendada. Levantam-se despidos e descalços num alarido que acorda a casa, também se iluminam as dos vizinhos, e correm, saltam e gritam, porque a felicidade constrói-se com tão pouco, e o olhar brilha quando o coração é pequeno e bate ao ritma da inocência. Tocam os sinos há foguetes no ar. Acendem-se fogueiras, constroem-se presépios. Chegam os três reis magos com ouro incenso e mirra. Deitado na manjedoura o menino é aquecido com o bafo da vaquinha e da burrinha, Maria vela o seu menino nascido por obra do divino espírito santo, balam as ovelhas e os cordeiros nos campos pastando, o galo canta, é meia noite. Dia de Natal Por António Braz

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