sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Ile de saint Louis

Ile de Saint Louis Chamava-se Marlene du Pont. Vivia num quarto alugada no 6ª andar de um prédio urbano sem elevador que tinha cerca de 20 m2 quadrados onde cozinhava num canto isolado, um duche com cabine e uma cama para dormir de pequenas dimensões, por cima da qual mandou instalar uma estante que servia de arrumos e onde colocava os numerosos livros bem direitos alguns deles encadernados em vermelho que davam um certo charme ao lugar. Da sua janela com grades férreas, espreitava os “bateaux mouches” desfilar em volta da ilha cheios de passageiros de todas as raças fotografando a beleza do lugar, retirando apontamentos da pérola de Paris ( A île Saint-Louis (em português, "ilha de São Luís") é uma ilha situada em pleno coração de Paris, no 4°arrondissement, atrás da Catedral de Notre-Dame de Paris. Foi assim denominada em homenagem a Luís IX , tendo sido renomeada île de la Fraternité ("ilha da Fraternidade"), durante a Revolução francesa.) Um dia viu a catedral Norte Dame em flamas bem perto dela e assentada no chão chorava lágrimas amargas, sem forças para reagir. Foi no Hospital Dieu junto de onde teve lugar a tragédia que anos mais tarde nasceu o seu primeiro filho, abençoado por deus, e de uma beleza singular para a humanidade. Possuía também uma casinha de 50m2 em Saint-Germain-en- Laye onde se refugiava nos fins de semana para recitar o role de uma peça de teatro onde participava com entusiasmo e eficiência, depois de já ter participado em duas longas metragens de sucesso. Tinha tirado um curso de advogada quando vivia com os pais em Londres onde nasceu e onde viviam seus pais, um juiz e o outro médico com os quais teve sempre atritos por não gostar de ser filha única, tendo sido a sua nascença causadora de sua mãe não poder ter mais filhos, não sendo por isso responsabilizada, foi um concurso de circunstâncias que nunca entrou naquela cabeça. Um dia escolheu Paris para as férias em companhia do namorado um rapaz loiro e de feições vistosas natural de Amesterdão que frequentava a mesma Universidade. Foi amor à primeira vista. Levantava-se sedo para visitar o museu de cera, Louvre e Bobourg o Faubour Saint Honoré onde se passeavam mulheres ricas procurando a moda, avenue Montaigne,o jardim mais famoso do mundo, Montmartre e os seu encantos, o café flore onde se encontrava com numerosos artistas, os cabarets para os lados de pigale, folie bergéres e lido, tudo era encanto para ela restava convencer o namorado e os pais que a deixassem vir viver para esta cidade mágica. Naquele ano terminou o Curso e como prenda pedia que a deixassem ir viver onde tudo era magia. Não foi fácil convencê-los, existindo muitas entraves ao seu sonho, e questão do mercado de trabalho vinha acumular-se às dificuldades já existente, porém, eram pessoas abastadas nada lhe faltaria, e em último recurso voltar como o filho pródigo. Através das redes sociais tratou de tudo ainda na Inglaterra, mesmo emprego para os dois pombinhos. Era uma rapariga muito inteligente e sabia que tinha chegado a hora de desertar o ninho familiar. Contudo na sua cabeça andavam ideias precisas à solta que teria de reunir. A entrada para a faculdade das belas artes foi o primeiro passo. Não gostava do curso que tinha tirado influenciada por terceiros. Porém, tinha de recomeçar com disciplinas á noite e trabalhar de dia foi custoso, mas valeu a pena sentia-se agora como o peixe na água. Abdicou de muitas coisas inclusive desleixar a paternidade que não tinha tempo para os receber e muito menos deslocar-se a Londres. Ligava de tempos a tempos por videochamada, onde faltava o amor e carinho que sempre lhe dedicaram. Estava no terceiro ano quando engravidou por acidente. Um acidente que lhe trazia imensa felicidade. Queria ter muitos filhos para libertar o trauma de ser filha única. Quando a barriga começou a crescer tanto no gabinete de advogados como nas belas artes os rumores que lhe chegavam aos ouvidos, deitaram-na a baixo. Como fazer? Felizmente naqueles dias apareceu nas belas artes um encenador que procurava uma mulher grávida para uma longa metragem cujas aparições eram restringidas. Aceitou imediatamente sem participar ao companheiro que compreendeu e aprovou a iniciativa. Quando aconteceu o parto já com o filme embobinado nasceu o menino que se tornou um dos mais famosos de hollywood . AB

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