colegas mais próximos ou talvez com os que simpatizava mais, mas, juntavam-se na sala de visitas, durante dois dias, porque havia as anexas, oito a dez Sacerdotes num jantar ou almoço animados, alegres como nas festividades anuais… alguns deles, como o P.e Pires ficavam a dormir com prazer e um à vontade como se estivessem nas suas casas. Era o que se chamava a “torna-jeira” que consistia em ir hoje para uma paróquia e depois para as outras durante toda a quaresma. Fiquei desagradavelmente surpreendido quando alguém me disse que havia um cesto para deitar 5 euros para pagamento dos Sacerdotes que estavam a confessar
. Para que serve afinal a “avença” o valor que pagamos anualmente, e mais o que se paga para a fabriqueira?
Não me surpreende que os nossos filhos e netos abdiquem da
prática do cristianismo, sabendo que o dinheiro, e só através deste fundo
chamado de sobrevivência, a religião católica, consegue chegar até os seus
fieis, embora tentem fazer passar a ideia de que há transparência, que são os
servidores de Deus , e que os seus interesses pessoais passam para segundo
plano. Também não é minha intenção, com este texto, tentar desviar do caminho
escolhido com toda a convicção, quem quer que seja… sou fervoroso cristão, e,
se não concordo com certos actos repressivos que me indignam, respeito
incondicionalmente todo ser humano, de qualquer etnia ou religião… há factos
onde não me revejo como cristão, talvez porque durante cinco anos vivi num meio
Sacerdotal, e o que era justo superava os valores financeiros.
Voltando ao texto que desejo escrever, a época Pascal está
gravada na minha memória, como de oração, sacrifícios, e também de convívio em
volta de um bom folar Transmontano, nas reuniões familiares, nos divertimentos
após Páscoa, tais como: os jogos de roda nas eiras entre rapazes e raparigas… o
atirar da cantara de barro que depois passou a ser de zinco… a serra das velhas
e o casamento das novas pelos rapazes, e outros jogos simplórios, mas que nos
divertiam ao máximo.
Recordo-me também de uma cena passada na igreja, um dia que
ia com o P.e João benzer a água na pia, deparamos com uma quantidade de agulhas
no fundo, 7 exactamente, e foi então que me ocorreram as histórias contadas
sobre feitiço, bruxas e feiticeiras… -pega nelas rapaz que podem servir a Luzia
– que era a criada – mas, ao retirá-las constatámos que o orifício que serve
para enfiar o fio estava cortado, segundo dito para que as bruxas não saíssem por
lá!
A Primavera vem também animar os mais pessimistas com seus
raios de sol, e os perfumes das variadas e lindas flores que ornamentam o planeta
terra.
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