domingo, 16 de março de 2014

Sonhos

…a revisitar os sonhos

Já não sei como se chamam… as coisas verdadeiramente importantes, às vezes, já se me encostam ao canto da memória. E são importantes porque vêm da infâncias, onde as coisas eram mágicas e tinham um significado fantástico e cheio de símbolos no reino fabuloso do faz de conta.
Às vezes ainda consigo regressar ao passado e revisitar estas plantas verdes, ornamentando soberbamente, numa exuberância ímpar, as paredes mais sombrias do povoado.
E lá está de novo a criançada da minha infância que ainda brincava na rua, a fazer magníficos chouriços enfiando as folhas desta abundante planta, umas nas outras… e logo o coração adivinhava apetitosos e abundantes chouriços que animavam a tarde e a brincadeira.
Já mais para o fim do Verão esta planta deita umas sementes granuladas… então que arroz fantástico se cozinhava na imaginação que criava e recriava a raridade do arroz que tardava a chegar às cozinhas mais humildes.
Por fim… no brincar que nunca esgota o sonho, espremiam-se as folhas nas mãos que eram verde e logo escorria um magnífico azeite… azeite dos pobres… luz da candeia… azeite do faz de conta.
Serão chapéus, estas plantas?!… mil nomes terão por esse mundo de Cristo, mas para mim, serão para sempre os sonhos da minha infância que se materializam no fulgor do verde.

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