Passos Coelho apoiado e
contestado em
visita à Feira do
Folar de Valpaços
No recinto da feira,
enquanto uns gritavam “fascista”, outros mostravam o apoio ao governante
chamando “Passos, Passos”.
O
primeiro-ministro seguiu indiferente às críticas e foi parando para
cumprimentar os feirantes e os visitantes.
O
certame, que termina no domingo, dia 13 de Abril de 2014 gera um volume de negócios de cerca de 1,5
milhões de euros entre a restauração, hotelaria, comércio local e os
produtores, padarias ou particulares, que confecionam o folar, que marca
presença obrigatória em praticamente todos os lares transmontanos durante a
celebração da Páscoa.
É
uma espécie de bolo, mas salgado, que é feito com farinha, ovos e azeite,
presunto, salpicão, linguiça e carnes de porco.
O
presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, referiu que a certificação
do Folar de Valpaços, processo que se arrasta há anos, está “a um passo de ser
conseguida”.
“O
caderno de especificações encontra-se no Ministério da Agricultura e aguarda
unicamente por publicação”, frisou.
Amílcar
Almeida vê na certificação do folar uma mais-valia para “quem produz e para
quem consome”, na medida em que assegura a qualidade do produto.
Esta
feira é uma oportunidade única para que muitos produtores arranjem clientela
para vender o folar o ano inteiro e não apenas na época da Páscoa.
O
folar é o cabeça de cartaz do evento, mas no recinto encontram-se ainda à venda
um outro produto típico da região, o bolo podre.
A
família de Dulce Alcoforado, de Santa Maria de Émeres, concelho de Valpaços,
está apostada em dinamizar o bolo podre, ou os dormidos, como eram conhecidos
antigamente, porque, como não havia fermento, a massa tinha de ficar a levedar
durante a noite, junto ao borralho da fogueira.
Foi
por causa deste processo e do chá de canela, que lhe davam uma cor escura, que
passou a ser conhecido por podre.
A
filha, Ana Cristina, diz que se trata de um bolo “secular”. A produtora não
revela o segredo, mas adianta que é amassado à mão, cozido em forno de lenha de
giestas, processo que é acompanhado de rezas e de gargalhadas.
“É
uma tradição que se faz quando se mete no forno É isso que lhe dá o aspeto
arreganhado”, acredita Ana Cristina.
No
recinto da feira estão espalhados cerca de 100 expositores e a organização
prevê a visita de cerca de 100 mil pessoas.
Um pinheiro centenário observa de perto a passagem de milhares de pessoas |
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