sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Humor ficção

Psicologia barata:                                                                                                        por António Brás

Certo dia, já no século XXI, Na cidade de Braga, vivia um homem chamado Benigno, de 55 anos de idade casado, alto e Rubio, Calçava o Nº 45, mãos largas e malfeitas, já careca e exercia a profissão de Psicólogo. Como no pano mais branco cai a nódoa também ele foi fulminado por uma depressão nervosa bastante acentuada, com a qual lidava o melhor que podia havia já algum tempo. Perito na matéria não aceitava os conselhos da esposa em ir visitar um colega. – Eu é que sei – dizia ele – em tom de incómodo… mas a depressão persistia cada vez mais profunda, obrigando-o a deixar de exercer, e, com muitos protestos lá foi ele visitar uma colega do seu conhecimento. Entrou no consultório quando foi chamado, cumprimentou a sua interlocutora, e esperou o desenrolar dos acontecimentos rotineiro que tão bem conhecia.
- Então caro colega, o que o traz por cá? Veio fazer-me uma visita de cortesia?
- Não propriamente. Venho consultar…
- Consultar?! O colega sabe tão bem como eu quais os métodos…
- Pois… sei, mas gostaria de saber a opinião de uma profissional de renome como a senhora.
- Obrigada, quase me fazia corar… por onde começamos?
- Tenho um pedido para lhe fazer, se não vir inconveniente…
-Seja feita a sua vontade…
- Então é assim: Vou expor os meus argumentos, mas agradecia que não me interrompesse. Pode ser?
-Como é óbvio…
 - Então é assim: a minha depressão começou na noite em que a minha esposa se recusou a fazer amor comigo. Eu tinha chegado quente; isto é: sexualmente, porque a minha secretária escorregou, caiu, e ficou com aqueles lábios pulposos junto da minha carcela enquanto eu a segurava pelo seio com as duas mãos…
-Ah!
- Não aconteceu nada porque eu não quis, guardando-me para a noite que havia mais vagar, mas chego a casa e levo com os pés…
- Ai a cabra!
- Como a ereção não baixou, nem mesmo com um duche frio, no dia seguinte, chamei a secretária ao meu gabinete, e pimba mesmo em cima da mesa!
-Porco.
Como?
- Nada, prossiga que o seu caso está sendo interessante!
- Poucos dias depois tentei novamente, com a minha mulher, e: Nada. Aqui há gato pensei… e comecei a segui-la. Nas duas primeiras vezes entrou de carro para um parque do centro comercial Galécia. Perdi-a de vista.
-Oh!...
- Poucos dias depois estava parado no semáforo e vejo-a apegada com um cão braço no braço, do outro lado da rua. Segui-a pela rua dos capelistas, e entraram no Nº 69.
-- Sessenta e noooove?
- Exatamente. Subiram ao terceiro andar, e via-se através dos cortinados um enrolar como pombos no choco:
- Ele, ele beijou-a?
- Comeu-a colega!
- Cabrão! Cornudo…
- Sim cara colega sou cornudo, e quer saber com quem?
Não, não quero porque já sei que se trata do meu corno de marido.
- Mas… porque diz corno?
-Porque acabei de escorregar com a boca para junto da sua carcela. E não me deve nada.

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