quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Dia de sorte USA por António Brás A família Miller, vivia nos arredores de nova York, numa linda mansão que tinham mandado construir dois anos antes, O ordenado que fruíam, permitiu-lhes durante estes anos passados economizar embora no início, quando nasceu a filha passassem poe algumas dificuldades. Viviam nesse tempo num pequeno apartamento alugado no centro da cidade, com o casamento e o nascimento da filha, o dinheiro escasseava mesmo privando-se, na alimentação, no conforto, e nos meios de transporte. Assentados no salão cozinha à mesa para jantar, a senhora Miller, que gostava de falar e tendo confiança com francisco, contava as peripécias de tempos idos acrescentando que o amor e a perseverança fizeram com que hoje se permitissem insanidades, sempre com os pés bem assentes no chão e uma compreensão familiar exemplar. Francisco apesar da sua timidez, sentiu no coração ser um sortudo e mentalmente armazenava a gratidão com a qual foi brindado, como num dia de sorte. Do seu quarto, frente a uma das janelas por onde se podia ver uma paisagem magnifica, sorria amargamente, deixando-se invadir por sentimentos e recordações que o traziam de volta à fazenda do avós, onde viveu uma felicidade esporádica marcante, e as saudades apertavam, sentindo agora de cabeça fria e a milhares de km dos seus o peso que se carrega e que doi, que faz mazelas, mesmo que tentemos superar orgulhosamente, como um papagaio está ali, sempre, dia e noite, mesmo quando se é vitima de avidezes, de programadas ações asquerosas, seja qual for a finalidade. Passou uma noite agitada, mas logo pela manhã do dia seguinte bateram à porta do seu quarto quando estava tomando o duche… veio abrir envolto num robe de quarto. Era o Sr. Miller, que esperava para seguirem juntos para a Universidade. No seu inglês imperfeito conseguiu pedir desculpa, acrescentado que se preparava e descia. A esposa e filha já tinham saído, mas a mesa continuava posta com leite, ovos mexidos e uma quantidade de doces enlatados. Francisco comeu apenas uma tosta e uma chávena de café e lá foram os dois no carrão que esperava à entrada. O professor acompanhou-o à secretaria, para pôr em ordem a papelada, e com uma palmadinha nas costas disse: - Agora é contigo… ficas bem? – sim muito obrigado. Naquele mesmo dia conheceu todos os colegas de turma, sendo-lhe apresentado um de cada vez. Sentia-se à vontade e os colegas também não tinham o defeito de cuscar, acostumados a esta andanças. Comeu no refeitório só numa mesa, mas não o afetava. Voltaram para casa às dezanove horas, e como estipulado esperou o professor no recinto durante duas horas, sem falar com ninguém. _ Então, que achas? Da minha prisão? - Tudo bem… - Não fizeste conhecimentos ou mesmo amigos? - Ainda cheguei hoje… - Desculpa. Falemos de outras coisas - Já informaste os teus familiares da mudança de planos? - Não, e… não creio ser obrigado a fazê-lo. Se posso trabalhar no jardim para pagar a minha estadia, como me prometeu a sua esposa, terei de gerir o meu futuro sem a ajuda de ninguém. - O Sr. Miller estranhou aquela resposta inesperada, mas limitou-se a pacientar até saber toda a verdade

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