domingo, 13 de março de 2022

Dia de sorte

Dia de sorte USA por António Braz O tempo foi passando, com altos e baixos para Francisco. Por vezes sentia uma grande frustração por não ter nascido como os outros rapazes com indignação à mistura e também cobardia por teimar em não querer assumir o que era realmente. Aquele viver de vagabundagem aparente nutria sentimentos de revolta e de ira. Apesar de no trabalho ser aquele homem responsável e astuto, ao ponto de ser nomeado diretor do serviço onde trabalhavam centenas de pessoas, nada poderia completar o que lhe faltava para ser feliz. Amigos estavam fora das suas pretensões, tinha algumas amigas mulheres com quem saía para beber um copo, porém, algumas delas queriam mais que isso, passando a riscá-las na sua agenda de contatos. Vivia já na sua nova casa, simples, mas confortável com um pequeno jardim que lhe ocupava grande parte dos fins de semana. Tinha também um cão de raça da Alasca que lhe chamava Luky, com quem brincava como um doido carente de afeto, e um gato amarelo com pequenas listas brancas, que batizou de fuscas. Foi morar para longe dos Miller por razões de segurança e consciência. Não desejava por nada do mundo perturbar aquela família à qual deveria gratidão até morrer. Um episódio lamentável tinha abrevado a sua partida mesmo sentindo-se na sua própria casa…. Aconteceu numa tarde depois do trabalho, quando regressou e se dirigiu para o seu quarto, retirando as roupas para tomar um duche de água quente. O Sr. Miller e a filha tinham saído para visitar a multinacional onde a filha tinha depositado o currículo e requerido emprego na sua área. Voltariam tarde e a esposa julgou ser o momento ideal para apertar com Francisco. Entrou no seu quarto descalça, com jeitinho fez rodar o trinque, e sentindo a água a correr no duche, não exitou em retirar todas as roupas, e já nua entrou na cabine onde o rapaz se banhava, apanhando-o de surpresa agarrou-o pelas partes genitais, com uma risada de feiticeira, enquanto dizia: - Desta vez não me escapas, malandro que não vez onde o fogo arde? Já frente a frente tentou beijá-lo na boca, mas o rapaz sacudiu-a com uma das mãos tentando chamá-la á razão…porém a malvada que o tinha preso pelas partes fracas, sugeriu que não tentasse nada, caso contrário arrancava-lhe com as próprias unhas o que tinha bem seguro com as duas mãos. Francisco sentiu-se o mais pequenino dos seres humanos. Pela segunda vez era vítima de violação por uma mulher cujo marido e filha não mereciam tamanha traição. Como sair deste impasse sem magoar e sair magoado? Pensou haver só uma maneira de resolver o problema, mas para tal teria de usar qualquer artimanha. Com calma e doçura na voz propôs que se secassem e fossem para o leito mais confortável. A Sr.a Miller não podia perder aquela oportunidade, fossem ou não graves as consequências. – É agora meu querido, não precisamos de conforto nenhum. Está bem retorquiu o rapaz. Nesse caso tem de me largar porque assim não vamos a lado nenhum… - Para fugires como sempre? Nada disso, mas como quer fazer amor com uma coisa morta? Mas a mulher não desistia. – Não preciso de penetração, os teus beijos e afagos bastam-me. – Não sabe o que perde podia ter tudo pelo mesmo preço? A mulher refletiu uns segundos e começou por largar uma das mãos, dizendo. – Seja, mas se tentares alguma coisa mato-te e depois mato-me eu. Assustado o rapaz já não sabia se deveria pôr em prática o plano que lhe tinha surgido. Por fim, quando sentiu que ela o tinha largado, passou-lhe um braço pelo pescoço dizendo: Agora sou eu que manobro. Em primeiro lugar agarre aquela toalha limpe-se e cubra-se sem tentar o que quer que seja, caso contrário chamo a polícia… - Ingrato Cobriu-se também com um robe de quarto e vestiu-se. Agora temos duas soluções: esperar o seu marido e contar-lhe o acontecido ou fingir que nada aconteceu para não magoar os seus familiares, mas para tal terei de a fechar no seu quarto até que eles cheguem. Arranjarei uma explicação e hoje mesmo parto desta casa. Para seu interesse não se ponha a inventar coisas que não acontecera, nem hoje nem nunca

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