sábado, 19 de março de 2022

Pauliteiros de Miranda

A “Dança dos Paulitos” Constitui, sem dúvida, uma das mais castiças expressões do nosso folclore, a “dança dos paulitos“, que, nos recatados confins de Terras de Miranda do Douro, é ainda executada pelos naturais no festival a Nossa Senhora do Naso e em outros, sem que as investidas da civilização a tenham conseguido derrubar ou subverter, descaracterizando-a. Este divertimento é duma antiguidade quási imemorial, pois já no século XV se exibia nas festas do “Corpus Christi“. Os actores do bailado – em número de 16, na dança completa, ou de 8, na meia dança – manejam com agilidade uns pequenos bastões com cerca de 35 centímetros, “palotes” ou “paulito“, com os quais marcam o compasso, batendo com eles reciprocamente. Os dançantes, “peões” e “guias” em mangas de camisa, tendo nas costas, ao pendurão, lenços floridos de seda, dançam numa exaltação febril, saltitando, volteando, cruzando-se e contorcionando-se com simplória graça, num estilo que perturba e entontece, ao mesmo tempo que os bastões se entrechocam ritmicamente. Durante as evoluções coreográficas, usam uns fantasiosos vestuários regionais, apropriados para este divertimento e característicos pela orgia policrómica e terna complexidade.

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