quarta-feira, 1 de junho de 2022

Destinos

Destinos e destinados por António Braz Cinco anos tinham passado, e na casa de Júlia e Firmino, era assim que se chamava o seu marido, situada na periferia de Penafiel, com um grande terreno de cinco hectares, onde as árvores frutíferas, a verdura, por onde se passeavam duas éguas amarelas domesticadas, para os passeios frequentes de Fernandinho, sempre acompanhado pela mãe, e um riacho correndo até uma airosa cascata, que extasiava os olhares mais insensíveis do mundo, rodeada de flores campestres em tempos de primavera, propagando um perfume e a paz de espirito, que os passarinhos festejavam com seus cantares, suaves, meigos, atraentes, tal uma sinfonia de Beethoven, “claro de la Luna”, muitas e maravilhosas coisa se tinham passado. Tinha cerca de dois anos Fernandinho, quando a felicidade lhe bateu à porta, sem programação, surpreendentemente, com agrado incontestável, ia ser mãe pela segunda vez, de uma menina, cujo progenitor era o seu marido Firmino, que quando lhe foi dada a notícia subiu aos céus de contentamento e alegria. Chamava-se Luana, de olhos azuis, cabelo encaracolado de um castanho claro doirado, umas bochechas faciais de beleza singular, sorridente e ao mesmo tempo tímida com os estranhos, mas intensamente afetuosa do mano, que apesar do carinho, tentava incutir-lhe uma extroversão moderada, tendo ela um temperamento bastante diferente do seu. Foi um dom de Deus que caiu naquele casal, que vivia já num banho de felicidade, mas, esta menina, veio apagar um passado já meio desvanecido.

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