sexta-feira, 7 de julho de 2023

à espera do milagre

Dia de sorte 699 Ab Era Sexta feira um dia 13 de maio, e a futura esposa de Fred levantou-se cedo, disse ao futuro marido que ia visitar os pais. Arranjou-se como uma grávida perto do parto mandou chamar um táxi e disse ao condutor para a conduzir a Fátima onde se realizavam as cerimónias anuais. -Tem a certeza? Perguntou o condutor. Os custos são elevados devo preveni-la. - Leve-me o mais rápido possível a Fátima que será pago. No trajeto bastante longo a mulher começou a sentir-se mal e pediu água fresca. O dono do carro sentiu que se tinha metido numa grande alhada, mas tentou remediar parando numa estação de serviço onde comprou 2 garrafas de água. Foi ao voltar para o carro que as coisas se complicaram, a sua cliente tinha entrado em trabalho de parto contorcendo-se e em altos gritos alertou os presentes entre os quais uma enfermeira que se ofereceu prontamente para prestar os primeiros socorros. Levaram a Senhora para um espaço reservado e chamaram o INEM que chegou já depois de ter perdido as águas. Instalaram-na na ambulância e o mais competente afirmou terem tempo de chegar ao hospital mais próximo. - Peço-lhe que por favor passem pela basílica de Nossa Senhora de Fátima gostava de deixar depositada uma oração. Os funcionários olharam uns para os outros incrédulos ligando para o comando que tratou de tudo. Surpreendente como as crenças podem fazer mover montanhas sobretudo que não era a sua verdadeira religião. Esperava talvez um milagre depois dos erros cometidos, mas não se operou. Teria de assumir os seus atos, e como prémio uma linda menina acabava de nascer. Já meia recuperada pediu para telefonar ao futuro marido que acolheu a notícia com grande alegria e felicidade. - Vou já para aí para junto da nossa família. Fred… eu não sei como dizer-te, amo-te tanto, mas este filho não é teu. Não quero envolver-me em mentiras, como não desejava perder-te, foi um grave acidente que surgiu nem sei como, mas sabes que és o homem da minha vida! Fred, por amor de deus diz alguma coisa ou mata-me se achas que não te mereço. Eu preciso ouvir a tua voz… - E vais ouvi-la, diz-me só quem é o pai? O teu fred… Pelo rosto do rapaz passaram todas as cores de raiva, traído depois de abandonado não podia ser? - Que me dizes mulher infiel? Fred ficou destroçado como se lhe tivessem arrancado um órgão do seu corpo martirizado pela dor. Confiava cegamente na mulher que amava e foi atraiçoado por aquele de quem tentava recuperar o afeto e carinho, que esteve sempre ao seu lado nos momentos difíceis acompanhando braço no braço o drama que o atirou para a prisão que visitava frequentemente exprimindo palavras de reconforto, comportando-se como um verdadeiro filho que se transformou no farrapo mais manchado do mundo. Saiu de casa tão frustrado que não via nada nem ninguém. Vagueou pelas ruas desertas e escuras, entrou em bares e bebeu até cair num canto onde o álcool o aqueceu e adormeceu cheio de dores no coração. No dia seguinte dirigiu-se à prisão e sujo por dentro e por fora pediu para falar com o pai que não ficou surpreendido ao vê-lo, parecia que o esperava. Já tinha conhecimento do nascimento da menina e das peripécias advindas. Também estava a sofrer com a situação, mas os seus olhos derramavam lágrimas de felicidade. Disse apenas: perdoa-me filho

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto é dramático,cruel e até um pouco insólito. Uma traição, consentida ou não, com um membro da família, tão direto do seu companheiro e grande amor é, por certo, terrível e inadmissível !!!

antonio disse...

Sim foi consentido um tanto como vingança tardiva