domingo, 9 de julho de 2023
A nossa quinta
Demolir sentimentos presentes na memória de quem por lá passou e visitou não um solar, mas uma linda vivenda com capela e os compartimentos desenhados por pessoas que aglomeravam todo o amor tornando os edifícios uma beleza à imagem dos proprietários o mais idoso que conheci Sr. Sepúlveda de uma elegância extraordinária acompanhada de educação e respeito pelos que lá trabalhávamos. São quintas que passam de mão em mão como as da semana e só se demoram o tempo de eventuais ganhos monetários onde os milionários dormem de olhos bem abertos exigindo sempre mais. Segundo me consta foi comprada pelo grupo corrupto e alguns associados para transformar em “villages peoples” com golf. Hipismo e pequenas casas onde reinaria o amor pelo sítio e a diversão para os mais endinheirados. Tudo o vento levou e neste polvarinho de aquisições surge este com as seguintes ideias.
»» O solar da Quinta de Vila Boa de Arufe, na freguesia de Rebordainhos, o paço da nossa história coletiva, foi irremediavelmente demolido para construir outro totalmente novo. Trata-se do edifício dos Figueiredos Sarmento - a mais célebre estirpe de Bragança durante o período moderno. Esta linhagem deteve a alcaidaria-mor do Castelo durante os séculos XVI-XVIII. Pois, o palácio desta família, que tão valorosos serviços prestaram à cidade, foi completamente arrasado. O projeto do exterior, na “internet”, comprometia-se a “preservar a fachada neoclássica do século XIX e potenciar as características arquitetónicas atuais” [1]. Com a demolição total do edifício setecentista tudo foi apagado. Nada vai restar da capela e dos seus símbolos matriciais, como a cruz e os pináculos, sobre o telhado […].««
É simplesmente lamentável tanto na construção como nos serviços que vai prestar, enquanto aqueles que por aqui viveram tem bem guardadas recordações prodigiosas que beneficiavam a freguesia e seus habitantes. Eu sugeria que pegassem nela e a levassem para o Alentejo, as penas seriam menores. Quem é dono do que é seu pode fazer dele o que quiser são estas as regras que ditam abismalmente aos que de fora só podem ladrar quando a caravana passa. Mas doi muito constatar que neste País tudo se vende se doa ou aluga por estarmos rodeados de incompetentes e malandros, recolhendo as migalhas do fruto que entra nos cofres dos exploradores à custa dos baixos salários da miséria humana cheia de vaidade e projetos semelhantes aos dos Países evoluídos por mérito próprio. Temos os melhores gestores, mas entregamos a PT em troca de uns trocos. Os melhores engenheiros, mas a TAP não dá rendimentos, os melhores médicos que deixam falecer todos os dias gente por neglicência, e porque nos privados ou estrangeiro pagam mais, o staff mais corrupto da europa, guardas que matam por terem uma farda vestida, professores desejosos de um salário chorudo e os alunos passam em segundo plano. Arquitetos que não sabem o que é EDP, funcionários públicos que para além de incompetentes se mantém ao serviço até morrer por lhe faltar companhia em casa. Municípios que adotam o mesmo sistema de alugar e os utentes são meras pedras mortas pagando somas exorbitantes de água e saneamento à revelia. Já vivi onde havia greves manifestações exageradas, mas sempre se encontrou um consenso, aqui não podemos chamar um país a quem usa contadores que não lhe pertencem e deixa abandalhado o rebanho no meio de bestas ferozes.AB
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