terça-feira, 18 de julho de 2023

Dia de sorte xv AB A noite começava a cair quando Nack descia do táxi que a conduzira da prisão onde revelou o segredo ao sogro, fruto dos acontecimentos de alguns meses em que os dois sucumbiram à tentação da carne onde não houve responsabilidade e muito menos respeito num caso insólito desproporcional, que as circunstâncias aberrantes divergem e se tornam inaceitáveis. O cheiro perfumado que acompanhava a rapariga vindo das roseiras coloridas e vistosas não calmava aqueles nervos à flor da pele e a ansiedade que lhe martirizava o coração ao meter a chave na fechadura e logo que a porta se abrisse estaria o homem que amava incondicionalmente que com certeza a rejeitaria prestes a ser mãe de uma menina que os dois já amavam ainda no ventre. Tinha derramado muitas lágrimas durante o trajeto e as suas lindas feições eram a prova viva. Fred veio imediatamente ao encontra daquelas a quem chamava as minhas mulheres, mas ficou apreensivo ao ver aquele rosto sujo por onde tinham corrido o erro cometido que já não podia remediar. Beijou-a longamente tentando adivinhar o que se tinha passado, e ela em soluços não conseguia balbuciar palavra. Assentou-a no sofá e foi à cozinha buscar um copo de água fresca e pegando na sua mão trémula, ajudou-a a beber. Fred estava preocupado, mas não conseguia arrancar-lhe o desvairo que trazia dentro de si. Finalmente ouviu a sua súplica que a perdoasse que tinha perdido a cabeça num momento de fragilidade. - Estás a assustar-me por amor de deus diz-me o que se passa talvez possa ajudar? - Não podes meu grande amor, ninguém pode. E pegou-lhe na mão que levou ao ventre suspirando… esta filha não é tua… -Como? Que me dizes? traíste-me? Sim Fred e aqui me tens disposta a assumir as consequências. Faz de mim a mulher mais infeliz do mundo que é o que mereço. - Vamos conversar calmamente porque não te podes enervar e pelos dois vamos encontrar uma solução… já me afeiçoei a esta menina que será minha, nossa. É do teu pai Fred. - Do meu pai é neta. - Não é sua filha já fizemos os testes de ADN. Tudo nas minhas costas? Quem sou eu afinal? Não te reconheço e sei que o meu pai é homossexual, pelo que não acredito em nada do que dizes. _agora mesmo volto da prisão onde comuniquei os resultados e o mais surpreendente é que me pareceu feliz! - Devo admitir que no meio desta mascarada só eu estou a mais, sempre estive mesmo fazendo esforços para conquistar o seu amor. Não tenho pai nunca tive, fui sempre um miserável que não merece… excluso de tudo como um animal que nasce no deserto. A salvagem de uma família honrada, miserável sem pai nem mãe e agora que julgava ter uma esposa e uma filha para fundar uma família roubam-me também o mérito. Vai para junto dos teus pais, que eu a partir de hoje temo pelo que possa acontecer, serei um nómada ou um vivo morto, um parasita sem abrigo. Nunca mais me voltareis e ver. Só vou transportar um grande fardo a quem desejo as maiores felicidades, aquela que já chamava minha filha. Via crescer no teu ventre sei como ela será. - Fred não podes reagir assim? Eu amo-te com todas as minhas forças que achas que me vai acontecer? - Estás por tua conta como eu estou pela minha não me peças para sentir pena de ti como tu não tiveste quando me traíste.

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